Há Abstração de Si na Origem de toda a Abstração na Filosofia de Espinosa?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/rfmc.v7i2.25586

Palavras-chave:

Abstração, Espinosa

Resumo

Inserido no contexto histórico de críticas à abstração, Espinosa retoma o tom de sua época e faz severas advertências contra as abstrações. Entretanto, a crítica espinosana se difere da de outros filósofos de sua época ”“ em alguns casos ele próprio chega a criticar alguns filósofos que se dizem contrários à abstração. Acreditamos que a distinção de Espinosa ocorre porque para ele a abstração não é apenas uma metodologia epistêmica (o ato de separar e fragmentar os objetos do conhecimento), nem é o estabelecimento arbitrário de princípios para conhecimento por meio da interferência da vontade no intelecto. Nossa hipótese é que para Espinosa a abstração ocorre quando a força mental produtiva não se encontra enquanto tal; em outros termos: quando a mente não tem consciência do seu próprio produzir ”” é precisamente isso o que chamamos de abstração de si. Nosso artigo visa abordar essa hipótese e apontar como o conceito de abstração de si pode auxiliar-nos na interpretação de algumas teses espinosanas, no caso deste artigo analisaremos a hipótese-retórica que abre o Tratado Teológico-Político.

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Biografia do Autor

Rafael Arcanjo Teixeira, Universidade Federal de Goiás, UFG

Bacharel em Filosofia pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Atualmente realiza pós-graduação latu sensu em Docência do Ensino Superior (pela FARA - Faculdade Araguaia). Também é membro do Programa de Direitos Humanos da PUC-Goiás (extensão). Pesquisa as confluências entre ética e epistemologia no século 17, em especial a crítica espinosana ao uso instrumental da razão.

Cristiano Novaes de Rezende, Universidade Federal de Goiás, UFG

Docente da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia, onde foi concursado na área de Filosofia Moderna. Desta Faculdade foi Coordenador de Graduação, Coordenador de Bacharelado e Vice-Diretor, de 2012 a 2016. Atua também como colaborador na Pós-Graduação em Direitos Humanos da UFG. Graduado em Filosofia pela UNICAMP, fez seu Mestrado na USP, sobre as relações entre a teoria do conhecimento, a ontologia e a ética de Baruch Espinosa, a partir do conceito de emendatio intellectus (como bolsista FAPESP). Também na USP, desenvolveu seu Doutorado sobre as relações de oposição e continuidade entre a lógica aristotélica e a teoria espinosana da definição genética. Atualmente, elabora pesquisa sobre as matrizes tardo-escolásticas do amplo debate que cercou o moderno conceito de definição genética, investigando como as articulações aí presentes entre ontologia, matemática, lógica e medicina configuraram a noção seiscentista de "medicina da mente". Lecionou nas graduações em Filosofia e Psicologia da Universidade Mackenzie, em São Paulo; na Especialização em Psicopatologia e Saúde Pública da FSP-USP; e foi professor convidado da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP, havendo lecionado na Graduação em Medicina e na pós-graduação em Saúde Coletiva. Atua em História da Filosofia Moderna, nas linhas temáticas de Metafísica, Teoria do Conhecimento e Ética.

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Publicado

17-11-2019

Como Citar

TEIXEIRA, Rafael Arcanjo; REZENDE, Cristiano Novaes de. Há Abstração de Si na Origem de toda a Abstração na Filosofia de Espinosa?. Revista de Filosofia Moderna e Contemporânea, [S. l.], v. 7, n. 2, p. 89–121, 2019. DOI: 10.26512/rfmc.v7i2.25586. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/fmc/article/view/25586. Acesso em: 22 dez. 2024.