v. 13 n. 1 (2023): Resistência
A Revista tem sido lida em todos os continentes, com centenas e até milhares de leituras de seus artigos e ensaios. A proposta nela contida tem reverberado, ainda que isso não conte para
um Qualis reduzido a formalismos. Não há arrogância na busca interdisciplinar, pois se sabe que
a verdade depende dos ângulos pelos quais se busca o objeto, num processo de revisão permanente.
Enquanto as regras de avaliação forem ditadas por modelos consolidados em alguns locais das metrópoles, as instituições dos “subdesenvolvidos” não terão chances de concorrer. Elas terão de aprender a se desenvolver. Terão de ver como superar os limites imperantes, em vez de insistir em descartar os que são capazes de ultrapassá-las.
A antropofagia crítica da alta cultura das metrópoles não se faz com a louvação do beau sauvage nem com a piadinha de que o problema ontológico é odontológico ou que tupi or not tupi, that is the question.
Pode ser engraçadinho, mas é ordinário. Não se será convidado a sentar nas academias das metrópoles nem como membro correspondente. Se as futuras gerações não forem politizadas, se não aprenderem desde pequenas as grandes obras de filosofia, literatura, economia, política, se não tiverem a coragem de pensar por si, vai-se continuar no negacionismo, sem o difícil caminho da criação original. O subdesenvolvido, para se desenvolver, precisa aprender a deixar de ser seu próprio inimigo.
ISSN 2238-362X