CULTURA KITSCH E MODERNIDADE: a ascensão do não-autêntico
DOI:
https://doi.org/10.18830/issn2238-362X.v9.n2.2019.06Palavras-chave:
Kitsch; modernidade; imitação; autêntico; falsoResumo
O termo kitsch, que nasce e ganha sentido em plena ascensão da sociedade burguesa em meados do século XIX, traz à tona contradições fundamentais para o entendimento da modernidade: o autêntico e a cópia, a aura e a reprodutibilidade técnica da obra de arte. O kitsch capta a alienação coletiva da sociedade ocidental em ascensão, aspirando a felicidade pelo consumo. Ao imitar as classes abastadas, a cultura kitsch é reacionária à cultura erudita, e ambas coexistem: uma ascende, a outra imita. A aparente desqualificação do elevado, entretanto, parece não atingir a grande obra. Pelo contrário, a cópia e a imitação do que é convencionado como belo ou erudito afirma o próprio sistema, pois amplia e define com maior nitidez o verdadeiro do falso. Este ensaio supõe que a estética kitsch é fundamental para a construção do bom gosto na modernidade, pois é ele, o comportamento kitsch, que aproxima as massas da experiência estética do seu tempo, sustentando o ciclo de consumo.
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Referências
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