O avesso de Brasília como lugar de jogo
DOI:
https://doi.org/10.18830/issn2238-362X.v13.n2.2023.03Palavras-chave:
Cidade, Derivas, Situacionistas, BrasíliaResumo
Brasília pode ser interpelada, desde a sua concepção modernista, ao vazio dilatado como paisagem e lugar de acontecimentos. O negativo intersticial dos seus monumentos e edifícios nos sugere aquela cidade líquida dos Situacionistas, lugar onde a deriva permite a re-construção de situações: uma city-collage. Movidos pela fugacidade e impermanência, os eventos ocorrem em lugares esquecidos das cidades, em espaços abandonados pelo crescimento das metrópoles. O corpo sensível é parte integrante do conjunto. A deriva subverte a narrativa linear do espaço programático e espetacularizado, em direção aos tempos heterogêneos sobreviventes, apagados ou silenciados. Analisar Brasília pelo seu avesso é olhar as ações urbanas intermitentes que, através das derivas e das práticas estéticas, podem diluir as fronteiras entre arte e vida, entre arquitetura e paisagem, num espaço líquido de infinitas cartografias de camadas erráticas.
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