A microtoponímia nas interações indivíduo-mundo e indivíduo-indivíduo

Auteurs-es

  • Hildo Honório do Couto Universidade de Brasília

Résumé

Um dos principais objetivos deste artigo é discutir os nomes que os membros de uma pequena comunidade de fala do interior de Minas Gerais dão a aspectos de seu entorno tais como colinas, bosques, árvores, córregos, enfim, todo acidente geográfico que de alguma forma chame a atenção. Seguindo a teoria e a metodologia da Linguística Ecossistêmica, o ensaio mostra que os nomes nascem devido à necessidade que os locais têm de se comunicar sobre esses acidentes. Nesse processo, mostra-se a dupla face das interações ecológicas: interações organismo-mundo e interações organismo-organismo. Linguístico-ecossistemicamente, as primeiras são a referência; as segundas, a comunicação. As pessoas se referem a algo fora da linguagem se comunicando e se comunicam referindo-se a algo fora da linguagem. O artigo mostra adicionalmente o processo onomasiológico de surgimento das palavras e sua confirmação semasiológica, inclusive nos chamados “pronomes” que, na verdade, ontogenética e filogeneticamente são depois substituídos por “nomes”.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Biographie de l'auteur-e

Hildo Honório do Couto, Universidade de Brasília

Graduado em Letras Vernáculas pela Universidade de São Paulo (1969), mestrado em Lingüística pela Universidade de São Paulo (1973) e doutorado em Lingüística pela Universitaet zu Koeln (1978), Alemanha. Atualmente é Pesquisador Associado da Universidade de Brasília. Tem experiência na área de Lingüística, com ênfase em Fonologia, Contato de Línguas, Crioulística e Ecolingüística, atuando principalmente nos seguintes temas: contato de línguas, relações entre língua e meio ambiente (Ecollinguística). Atualmente, está desenvolvendo, juntamente com colaboradores, a versão da Ecolinguística chamada Linguística Ecossistêmica, no âmbito da Escola de Ecolinguística de Brasília. Para detalhes, ver o blog: www.meioambienteelinguagem.blogspot.com.

Références

ARAÚJO, Gilberto Paulino de. O conhecimento etnobotânico dos kalunga: uma relação entre língua e meio ambiente. Tese de doutorado, UnB, 2014. Disponível em:

http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/16472/1/2014_GilbertoPaulinodeAraújo.pdf

CASTRO, Maria Célia D. O homem, o lugar e a língua: uma investigação da influência antroponímica na toponímia maranhense. In: COUTO, Elza; ALBUQUERQUE, Davi (orgs.), 2015, p. 30-43.

COUTO, Hildo Honório do. O falar capelinhense: uma visão sociolinguística. Londrina: EUL, 1974. Disponível em http://aarvinha.blogspot.com/2018/02/o-falar-capelinhense-uma-visao.html (2018).

_______. Uma introdução à semiótica. Rio de Janeiro: Presença Edições, 1983.

_______. Introdução ao estudo das línguas crioulas e pidgins. Brasília: Editora da UnB, 1996.

_______. Ecolinguística: estudo das relações entre língua e meio ambiente. Brasília: Thesaurus, 2007.

_______. A linguística ecossistêmica. Ecolinguística: revista brasileira de ecologia e linguagem (ECO-REBEL) v. 1, n. 1, 2015, p. 47-81. Disponível em:

http://periodicos.unb.br/index.php/erbel/article/view/9967/8800

_______. Comunidade de fala revisitada. Ecolinguístia: revista brasileira de ecologia e linguagem (ECO-REBEL), v. 2, n. 2, 2016, p. 59-75. Disponível em:

http://periodicos.unb.br/index.php/erbel/article/view/9690/8558

_______. A metodologia na linguística ecossistêmica. Ecolinguística: revista brasileira de ecologia e linguagem (ECO-REBEL) v. 4, n. 2, 2018, p. 18-33. Disponível em:

http://periodicos.unb.br/index.php/erbel/article/view/12355/10835

COUTO, Elza; ALBUQUERQUE, Davi (orgs.). Linguística ecossistêmica e análise do discurso ecológica. Brasília: Thesaurus, 2015.

COWLEY, Stephen. Bio-ecology and language: a necessary unity. Language sciences v. 4, 2014, p. 60-70.

DAMÁSIO, António. O mistério da consciência. São Paulo: Companhia das Letras, 4a reimpressão, 2002.

GARNER, Mark. Language: an ecological view. Berna: Peter Lang, 2004.

HOLM, John. Pidgins and creoles I. Cambridge: Cambridge University Press, 1988.

JÄRVILEHTO, Timo. the theory of the organism-environment system: I. Description of the theory. Integrative Physiological and Behavioral Science v. 33, n. 4, 1998, p. 321-334.

KRAVCHENKO, Alexandr V. Prolegomena to a new language science. Ðктуальные проблемы филологии и педагогичеÑкой лингвиÑтики, v. 2, 2016. С. 7””14. Владикавказ: Изд. СОГУ им. К.Л.Хетагурова

LAYCOCK, Donald C. Materials in New Guinea Pidgin. Canberra: Pacific Linguistics, 1970.

MATURANA, Humberto; VARELA, Francisco. A árvore do conhecimento. São Paulo: Palas Athena, 1988.

NASH, Joshua. Placenames and Ecolinguistics: Some Considerations for Toponymists. Arbeiten aus Anglistik und Amerikanistik - AAA, Band 40, Heft 1-2, 2015, p. 67-71.

ODUM, Eugene P. 1975. Ecologia. São Paulo: Pioneira/INL/MEC, 2ª. ed.

POTTIER, Bernard. Systématique des éléments de relation: étude de morphosyntaxe structurale romane. Paris: Librairie Klincksieck, 1962.

PREZIOSI, Donald. Towards a relational theory of culture. The third LACUS Forum. Columbia, S.C.: Hornbeam Press, 1977, p. 278-286.

RATZEL, Friedrich. 1923. Politische Geographie. Munique: Oldendurg (original de 1897).

SAPIR, Edward. 2016. Língua e ambiente. In: COUTO, Hildo; COUTO, Elza; ARAÚJO, Gilberto; ALBUQUERQUE, Davi (orgs.). O paradigma ecológico para as ciências da linguagem: ensaios ecolinguísticos clássicos e contemporâneos. Goiânia: Editora da UFG, 2016, p. 35-55.

SEBEOK, Thomas. Estruturas zoo-semióticas. Revista de cultura Vozes 5, 1973, p. 11-22.

SEMPLE, Ellen Churchill. Influences of geographic environment. N. York: Henry Rolt & Company, 1941 (original de 1911).

SIQUEIRA, Kênia Mara F. Do Vai-Vem passando Entre Rios até Ipameri (GO): Considerações acerca da mudança toponímica. In: COUTO, Elza; ALBUQUERQUE, Davi (orgs.), 2015, p. 12-29.

TINBERGEN, N. On aims and methods of ethology. Zeitschrift für Tierpsychologie v. 20, 1963, p. 410-433.

WILSON, Edward Osborne. Sociobiology. Cambridge, Mass.: The Belknap Press, 1980.

Téléchargements

Publié-e

2020-07-18

Comment citer

Couto, H. H. do. (2020). A microtoponímia nas interações indivíduo-mundo e indivíduo-indivíduo. Ecolinguística: Revista Brasileira De Ecologia E Linguagem (ECO-REBEL), 6(2), 107–125. Consulté à l’adresse https://periodicos.unb.br/index.php/erbel/article/view/32668

Numéro

Rubrique

Artigos

Articles les plus lus du,de la,des même-s auteur-e-s

1 2 > >>