Linguística Ecossistêmica
Palavras-chave:
Língua; Ecologia; Linguística Ecossistêmica; Ecologia da interação comunicativa.Resumo
O objetivo principal deste artigo é apresentar a versão brasileira da ecolinguística, chamada linguística ecossistêmica (LE). O nome se deve ao fato de ela partir do conceito central da ecologia, o ecossistema, para erigir seu arcabouço epistemológico. O conceito central do ecossistema é o de interações, motivo pelo qual o núcleo da LE é a ecologia da interação comunicativa (diálogo). Esta, por sua vez, se dá no interior de um ecossistema linguístico, como comunidade de fala que se encontra no interior de uma comunidade de língua. O artigo mostra que a LE não usa conceitos da ecologia como metáforas. Pelo contrário, ela é ecologia linguística, não linguística ecológica. Seus praticantes são ecólogos que estudam fenômenos da linguagem, não linguistas que estudam esses fenômenos linguísticos auxiliados pela ecologia. A LE vê seu objeto holisticamente. Ela parte da visão ecológica de mundo, a partir da qual se pode estudar todo e qualquer fenômeno da linguagem, tanto da exterioridade (exoecologia linguística) quanto da interioridade (endoecologia linguística). Na primeira está incluída a análise do discurso ecológica.
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[Este texto está também no livro O paradigma ecológico nas ciências da linguagem: Coletânea
de ensaios clássicos e contemporâneos, Goiânia: Editora da UFG, 2015, organizado por Hildo
H. do Couto, Elza K.N.N. do Couto, Gilberto P. de Araújo & Davi B. de Albuquerque).
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