Julinha, a moça do bar, sob a ótica da análise do discurso ecossistêmica e do imaginário: uma análise do conto O BAR, de Ivan Ângelo
Keywords:
Análise do Discurso Ecossistêmica; Imaginário; LiteraturaAbstract
Desde que as correntes linguísticas criaram mecanismos com os quais um leitor/enunciatário tem a prerrogativa de se colocar como coautor do texto, o analista do discurso, como leitor, encontra-se diante de um compromisso: o de não extrapolar o que de um texto se pode extrair em termos de sentido. Na tentativa de buscar o justo equilíbrio entre o que o texto suscita e a perspicácia interpretativa do leitor, recorremos à Análise do Discurso Ecossistêmica (ADE) para analisar o conto O Bar, de Ivan Angelo, com o propósito de descrever e analisar a construção dos sentidos gerados por sujeitos que empregam linguagens (face a face, virtual ou potencialmente) dentro de contextos ecossistêmicos interacionais de comunicação: meios ambientes natural, mental, social. As considerações - nada conclusivas quanto ao percurso narrativo das personagens masculinas do conto - são respaldadas, subsidiariamente, por premissas estabelecidas pela teoria do Imaginário de Gilbert Durand e pela comparação com outras personagens literárias psiquicamente cindidas, de acordo com a teoria do duplo. Assim sendo, ao conjugar processos de análise, o analista ecossistêmico do discurso apropria-se de um arcabouço teórico menos deslizante, propício a desvendar o inteligível, o sensível, o superficial e o profundo, enfim, o que se insere nos interstícios do texto.
No entanto, em que pese o suporte teórico aplicado à análise, na tentativa de trazer à luz a intencionalidade do narrador e o que subjaz ao que está posto na construção dos enunciados narrativos, as estratégias de análise não são infalíveis. Além disso, a opacidade do texto literário, por seu caráter polissêmico, impõe ao analista se situar no terreno da verossimilhança e não no da verdade factual. Assim sendo, Julinha, a moça que entra no bar para telefonar, ao mesmo tempo que serve como modelo de denúncia social, também contribui, para que o analista da ADE pondere acerca da necessidade de relações mais humanizadas entre homens e mulheres.
Downloads
References
BAKHTIN, M. Problemas da poética de Dostoievski. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 1981.
BENVENISTE, E. Problemas de linguística geral II. Tradução de Eduardo
Guimarães [et al]. Campinas/SP: Pontes, 1989.
CHEVALIER, J & GHEERBRANDT, A. Dicionário de símbolos. Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 1996.
CHOMSKY, N. Novos Horizontes no estudo da linguagem e da mente. São Paulo: Editora Unesp, 2005.
COUTO, H. H. Linguística ecossistêmica. Ecolinguística: revista brasileira de ecologia e linguagem (ECO-REBEL) v. 1, n. 1, 2015,
EISLER, R. O cálice e a espada. São Paulo: Palas Athena, 2007.
MATURANA, H. e VARELA, F. A árvore do conhecimento. São Paulo: Palas Athena, 2001.
SILVA, A. N. da. A criação de simulacros sobre o ecossistema linguístico: a comunicação virtual em jogos de RPG e MMORPG. Ecolinguística: Revista Brasileira De Ecologia E Linguagem (ECO-REBEL), 3(2), 2017. 49–68.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Authors who publish in this journal agree to the following terms:
Authors retain copyright and grant the journal the right of first publication. The work is simultaneously licensed under the Creative Commons Attribution License allowing the sharing of the work with acknowledgment of the authorship of the work and initial publication in this journal.
Authors are authorized to enter into additional contracts separately for non-exclusive distribution of the version of the work published in this journal (e.g., publishing in institutional repositories or as book chapters), with acknowledgment of authorship and initial publication in this journal.
Authors are allowed and encouraged to post and distribute their work online (e.g., in institutional repositories or on their personal page) at any point before or during the editorial process, as this can bring about productive revisions as well as increase impact.
Citation of published works (See The Effect of Free Access).