O “Culto da Saudade” nas Comemorações do Centenário da Independência do Brasil

A Criação do Museu Histórico Nacional, 1922

Autores

  • Júlia Furia Costa Universidade de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.26512/emtempos.v0i18.19889

Palavras-chave:

Centenário da Independência. Museu Histórico Nacional. Identidade Nacional.

Resumo

O presente estudo procura analisar a criação do Museu Histórico Nacional (MHN), como parte das comemorações do Centenário da Independência do Brasil que aconteceram na Capital Federal, Rio de Janeiro, em 1922. O Centenário da Independência ocorreu em um momento em que os debates políticos se concentravam em torno do tema da identidade nacional. Desta forma, a criação do MHN relacionou-se com o debate político coevo, procurando definir a partir de sua exposição a identidade e a memória nacional. Estas definições tiveram grande influencia de Gustavo Barroso, o fundador e primeiro diretor do Museu Histórico Nacional, e sua idéia de “Culto da Saudade”. Assim, com base na análise de periódicos, anais do MHN, crônicas e jornais do período procuramos relacionar a criação e a estruturação do MHN, como parte das comemorações do Centenário da Independência do Brasil, com o debate em torno da identidade nacional. Mostraremos, também, como a exposição desenvolvida por Gustavo Barroso procurou apresentar uma visão especifica de história e de identidade nacional.

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Biografia Autor

Júlia Furia Costa, Universidade de Brasília

Mestranda do Programa de História Social da Unb.

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Publicado

2011-08-31

Como Citar

COSTA, Júlia Furia. O “Culto da Saudade” nas Comemorações do Centenário da Independência do Brasil: A Criação do Museu Histórico Nacional, 1922. Em Tempo de Histórias, [S. l.], n. 18, p. 49–64, 2011. DOI: 10.26512/emtempos.v0i18.19889. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/emtempos/article/view/19889. Acesso em: 4 nov. 2024.

Edição

Secção

Dossiê