História, sertão e devir-sensível em Cinema aspirinas e urubus
DOI:
https://doi.org/10.26512/emtempos.v1i37.33346Resumo
Nossa proposta é observar de que maneira o filme Cinema aspirinas e urubus (2005), do diretor Marcelo Gomes, funciona como um dispositivo para pensar a história e o sertão enquanto multiplicidade em produção, algo que vai além de uma “representação” e de um referente “real”, formando um emaranhado complexo e caótico que se ramifica em diferentes discursos. Assim, ao analisar a película, não desejamos a construção de uma resposta, certeza ou verdade definitiva, mas, sim, estabelecer intertextualidades, propor novas perguntas e colocar um pensamento em movimento, tornando-o sedutor, provocador e discutível entre os historiadores, a fim de sofisticar o seu saber e procurar caminhos mais críticos e criativos diante dos impasses atuais da produção historiográfica.
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