História, sertão e devir-sensível em Cinema aspirinas e urubus

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/emtempos.v1i37.33346

Resumo

Nossa proposta é observar de que maneira o filme Cinema aspirinas e urubus (2005), do diretor Marcelo Gomes, funciona como um dispositivo para pensar a história e o sertão enquanto multiplicidade em produção, algo que vai além de uma “representação” e de um referente “real”, formando um emaranhado complexo e caótico que se ramifica em diferentes discursos. Assim, ao analisar a película, não desejamos a construção de uma resposta, certeza ou verdade definitiva, mas, sim, estabelecer intertextualidades, propor novas perguntas e colocar um pensamento em movimento, tornando-o sedutor, provocador e discutível entre os historiadores, a fim de sofisticar o seu saber e procurar caminhos mais críticos e criativos diante dos impasses atuais da produção historiográfica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALBUQUERQUE JR., Durval Muniz de. A invenção do Nordeste e outras artes. São Paulo: Cortez, 2009.

ANDRADE, Émile Cardoso. O cinema brasileiro contemporâneo e a invenção do sertão-mundo: errâncias a céu aberto. 2011. 167 f. Tese (Doutorado em Literatura) ”“ Universidade de Brasília. Instituto de Teoria Literária e Literaturas. Brasília, 2011.

AUGUSTO, Heitor. Cinema, aspirinas e urubus. Revista Interlúdio, 17 dezembro 2012. Disponível em: http://www.revistainterludio.com.br/?p=4730. Acesso em: 16 de dezembro de 2019

AZEREDO, Genilda. Territórios afetivos em Cinema, aspirinas e urubus: a articulação de códigos como sedução poética. Rebeca, v. 8, p. 1-13, 2015. Disponível em: https://rebeca.socine.org.br/1/article/view/198/70. Acesso em 09 de janeiro de 2020.

BOLLE, Willi. Grandesertão.br: o romance de formação do Brasil. São Paulo: Duas Cidades; Ed. 34, 2004.

BOUQUET, Stéphane. Plan contre flux. In: Cahiers du Cinéma, n. 566, Paris, março de 2002.

DELEUZE, Gilles. A imagem-tempo (Cinema 2). São Paulo: Brasiliense, 2007.

_______; GUATTARI, Félix. Kafka: por uma literatura menor. Tradução Júlio Castañon Guimarães. Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda., 1977.

_______. O que é a filosofia?. São Paulo: Editora 34, 2010.

DERRIDA, Jacques. Gramatologia. São Paulo: Perspectiva, 2017.

FERRO, Marc. O filme: uma contra-análise da sociedade?. In: LE GOFF, Jacques, NORA, Pierre. (Orgs.). História: novos objetos. Rio de Janeiro: Francisco Alves Ed., 1976.

FRANÇA, Andréa. Terras e fronteiras no cinema político contemporâneo. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2003.

GOMES, Marcelo. Omelete Entrevista. 2005. Disponível em: https://www.omelete.com.br/filmes/omelete-entrevista-o-diretor-de-cinema-aspirinas-e-urubus. Acesso em: 16 de dezembro de 2019.

GOMES, Paulo Emílio Salles. A Expressão Social dos Filmes Documentais no Cinema Mudo Brasileiro (1898-1930). In: CALIL, Carlos Augusto; MACHADO, Maria Teresa. Paulo Emílo. Um Intelectual na Linha de Frente. São Paulo/Rio de Janeiro, Brasiliense/Embrafilme, 1986.

GONÇALVES, Osmar. Introdução. In: _______. (Org.). Narrativas sensoriais. Ensaios sobre cinema e arte contemporânea. Rio de Janeiro: Editora Circuito, 2014.

GUIMARÃES, Cesar Geraldo. O que é uma comunidade de cinema?. Revista Eco-Pós (Online), v. 18, p. 45-56, 2015. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/eco_pos/article/viewFile/1955/2026. Acesso em: 14 de novembro de 2019.

HUR, Domenico Uhng. Memória e tempo em Deleuze: multiplicidade e produção. Athenea Digital, 13(2), 2003.

JOYARD, Oliver. C’est quoi ce plan? (La suíte). In: Cahiers du Cinéma, n. 580, Paris, junho de 2003.

KRAMER, Lloyd S. Literatura, crítica, e imaginação histórica: o desafio literário de Hayden White e Dominick LaCapra. In: HUNT, Lynn. (Org). A nova história cultural. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

LALANNE, Jean-Marc. C’est quoi ce plan?. In: Cahiers du Cinéma, n. 569, Paris, junho de 2002.

LIMA, Érico Araújo; VIEIRA, Marcelo Dídimo Souza. Cinema, Aspirinas, Urubus: Perambulação, Fabulação, Encontros e Alteridade. Revista Passagens, v. 1, p. 1-23, 2013.

MARCELO Gomes. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa559061/marcelo-gomes. Acesso em: 15 de agosto de 2020.

MORETTIN, Eduardo. O cinema como fonte histórica na obra de Marc Ferro. In: CAPELATO et al. História e cinema. São Paulo: Alameda, 2007.

MOSER, Walter. Présentation. Le road movie: un genre issu d’une constellation moderne de locomotion et de médiamotion. In: Cinéma, vol. 18, nº 2-3, Québec: Univ. du Montréal, 2008, pp. 7-30. apud PAIVA, Samuel. A propósito do gênero road movie no Brasil: um romance, uma série de TV e um filme de estrada. Revista Rumores, Edição 6, vol. 1, set./dez. 2009. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/Rumores/article/view/51167/55237. Acesso em: 16 de janeiro de 2020.

NAGIB, Lúcia. A utopia no cinema brasileiro: matrizes, nostalgias, distopias. São Paulo: Cosac Naify, 2006.

NAGIB, Lúcia. O cinema da retomada - depoimentos de 90 cineastas dos anos 90. 1. ed. São Paulo: Editora 34, 2002.

NANCY, Jean-Luc. La création du monde ou la mondialisation. Paris: Galilée, 2002.

OLIVEIRA JR, Luiz Carlos. A mise em scene no cinema: do clássico ao cinema de fluxo. São Paulo: Papirus, 2013.

PEREIRA, Wagner Pinheiro. O triunfo do Reich de Mil Anos: cinema e propaganda política na Alemanha nazista (1933-1945). In: CAPELATO et al. História e cinema: dimensões históricas do audiovisual. São Paulo: Alameda, 2007.

PIGNON-ERNEST, Ernest. Face aux mur. Paris: Delpire, 2010.

RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível: estética e política. São Paulo: Editora 34, 2005.

REVEL, Jacques. (Org.). Jogos de escalas: a experiência da microanálise. Tradução Dora Rocha. Rio de Janeiro: Editora Fundação Getúlio Vargas, 1998.

ROSA, Guimarães. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: Nova Froteira, 1986.

SALLES, Walter. “Cinema, aspirinas e urubus” une forma e geografia.Ilustrada. Folha de S. Paulo, São Paulo, 27 de novembro de 2005. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2711200516.htm. Acesso em: 09 de dezembro de 2019

SEIXAS, Jacy Alves de. Os tempos da memória: (Des)continuidade e projeção. Um reflexão (in)atual para a História? Proj. História, São Paulo, (24), junho, 2002.

_______. Percursos de memória em terras de história: problemáticas atuais. In: BRESCIANI, Stella; NAXARA, Marcia. (Org.). Memória e (res)sentimento: indagações sobre uma questão sensível. Campinas: UNICAMP, 2001.

SILVA, Luiz Sérgio Duarte da. O conceito de fronteira em Deleuze e Sarduy. Textos de História, v. 1/2, p. 17-25, 2006.

SORLIN, Pierre. Sociologie du Cinéma. Paris, Aubier, 1982.

VALIM, Alexandre Busko. Cinema e História. In: CARDOSO, Ciro; VAINFAS, Ronaldo. Novos domínios da História. Elsevier Brasil, 2011.

XAVIER, Ismail. Microcosmo em celuloide: o sertão do buriti e “dos gerais”, ou o sertão das “vidas secas”?. Folha de S. Paulo, São Paulo, dezembro 2002. Disponível em: http://feeds.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs0112200214.htm. Acesso em: 14 de janeiro de 2020.

_______. O cinema brasileiro nos anos 90. Entrevista à revista Praga ”“ estudos marxistas, São Paulo, Editora Hucitec, nº 9, junho de 2000, p. 97-138.

_______. O cinema brasileiro dos anos 1990. In: MENDES, Adilson (Org.). Ismael Xavier ”“ Encontros. Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2009.

_______. Sertão Mar: Glauber Rocha e a estética da fome. São Paulo: Cosac Naify, 2007.

Downloads

Publicado

2020-12-03

Como Citar

KOCKEL, Marcelo Fidelis. História, sertão e devir-sensível em Cinema aspirinas e urubus. Em Tempo de Histórias, [S. l.], v. 1, n. 37, 2020. DOI: 10.26512/emtempos.v1i37.33346. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/emtempos/article/view/33346. Acesso em: 26 abr. 2024.