Interpretação de pronomes de primeira pessoa do plural
Palavras-chave:
primeira pessoa do plural, interpretação de pronomes, categorias semânticasResumo
No português brasileiro, os pronomes de primeira pessoa do plural (nós e a gente) codificam referentes com maior ou menor grau de abrangência, englobando uma gradação entre os extremos genérico <”“> determinado. Em um extremo, a classe dos humanos é referida de forma geral, no outro, a referência é voltada para o ato de fala, referindo-se ao falante mais o interlocutor (eu + tu/você). Devido à sua origem de base nominal, a forma a gente tende a ser associada a referentes mais genéricos, isto é, de maior abrangência. Porém, estudos sociolinguísticos têm evidenciado um aumento do uso de a gente em contextos de menor abrangência, sinalizando a perda da distinção semântica. Defendemos que as variantes nós e a gente apresentam o mesmo valor semântico, co-ocorrendo em todos os contextos referenciais. Para demonstrar a perda da restrição semântica na expressão da primeira pessoa do plural, faz-se necessária uma discussão sobre as propriedades gramaticais envolvidas na interpretação dos pronomes. Neste squib, apresentamos a interação entre as categorias semânticas pessoa, número, definitude, especificidade e genericidade na interpretação dos pronomes nós e a gente.
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