Olhar a diferença-resistência do feminino, em busca da borda do nada.

Autores

  • ALINE MAGALHÃES PINTO PROFESSORA DA FACULDADE DE LETRAS DA UFMG

Palavras-chave:

Discurso autorreferencial, autoria feminina, subjetividade, metáfora, autorreflexividade

Resumo

Na história dos gêneros marcados pelo traço autobiográfico, os modos de viver ligados à identidade masculina tendem a se tornar a norma:  homens encarnam a humanidade, as mulheres permanecem presas em sua diferença feminina. O sujeito do gênero feminino que escreve se vê marcado pelo desejo de quebrar a expectativa socialmente aprovada e por uma luta pessoal contra o normatizado. Como afirma S. Felman, a constituição do sujeito feminino perpassa a hesitação de assumir uma diferença que aparece com a forma social de uma resistência (FELMAN,1993, p. 3-19).  Na pesquisa com os diários de Catherine Pozzi e Aline De Lens, procuramos, justamente, compreender o que essa a diferença-resistência podia significar, uma vez que se trata de uma situação circunstanciada ( ainda que, infelizmente, atualizada de diferentes formas) e que essa condição de desvio não possui valor ontológico. Afinal: do ponto de vista teórico, que essa diferença-resistência tem a dizer?

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Publicado

28-12-2019

Como Citar

PINTO, A. M. (2019). Olhar a diferença-resistência do feminino, em busca da borda do nada. Revista Cerrados, 28(50), 185–203. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/cerrados/article/view/26163