Arte humanista, projeto nacional-popular e a tragédia argentina no filme Sur de Fernando Pino Solanas e Astor Piazzolla
Mots-clés :
Sur de Solanas. Astor Piazzolla. Aníbal Troilo. Exílios. Reencontros.Résumé
Nosso intento visa a esboçar a tragicidade das composições que formam uma série tanguera, de Troilo a Piazzolla, que plasmam o retorno atropelado pela tragédia, o volver machucado, dolorido, sangrado. Sem abandonar a história do tango, em parceria com o cineasta Fernando Solanas, criador do filme Sur, Troilo e Piazzolla amplificam nossa capacidade de sentir, de sofrer e tomar posição diante dos atos desumanos e cruéis engendrados pelo genocídio da ditadura militar argentina. Sur (1988) é um drama entecido pelos dilaceramentos de um casal de trabalhadores impingido pela autocracia burguesa bonapartista, que transfigurou por inteiro a vida de uma nação. Como enfatiza Pino Solanas, volver ao Sul é reencontro com a vida, com o amor, com a sua própria história, com a tentativa de resgatar a realização de indivíduos emancipados num novo mundo. Se não libertos do capital, ao menos livres dos grilhões de uma ditadura genocida. As canções “Sur”, “María”, “Garúa”, de Homero Manzi, Cátulo Castillo, Enrique Cadícamo, musicadas por Aníbal Troilo e a composição “Vuelvo al Sur” de Solanas e Piazzolla, ancoram a narrativa-fílmica e dão expressividade aos dramas cotidianos. O cinema militante de Solanas evoca os exílios, os dilaceramentos, os tormentos, os desaparecimentos e desfazimentos que não se apagam, o exílio interior, as separações amorosas, mas também os reencontros afetivos que nos fazem recobrar o sentido de uma nova forma de vida. No duelo contra o aniquilamento promovido por meio dos tormentos de um terrorismo de Estado, a vida transtornada acena com a renovação. A vida contra a morte.
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