Fechados no quarto de espelhos: o perspectivismo ameríndio e o “jogo comum” da antropologia
DOI:
https://doi.org/10.26512/anuarioantropologico.v42i1.2017/6207Keywords:
perspectivismo, teoria antropológica, historicismo, interpretação, verdadeAbstract
Este artigo estabelece um diálogo crítico com a corrente teórica que hoje domina os estudos etnológicos, o perspectivismo. Situando-o como uma manifestação tardia do projeto moderno, é posta em causa uma ideia que a antropologia herdou deste e que o perspectivismo toma também como sua: a assunção de uma descontinuidade, quando não mesmo irredutibilidade fundamental, entre modernidade e tradição. Contra essa assunção ”“ que põe em causa as intenções de uma relação simétrica entre nativo e etnólogo ”“, propõe-se uma redefinição humanística da disciplina que toma por guia a ideia segundo a qual os planos relevantes da reflexão etnológica são aqueles onde é possível identificar uma comensurabilidade entre os planos da verdade de diferentes culturas.
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