O enigma das máscaras
Palavras-chave:
Antropologia, Crítica, Teoria GeralResumo
Onde estabelecer o limite entre a arte e a sociedade, entre a expressão estética e a significação, entre função social e função simbólica? A leitura do último livro do Professor Claude Lévi-Strauss, La Voie des Masques, agora em sua segunda edição (Plon, 1979), (*) nos propõe todas essas interrogações. E, mais ainda, encaminha algumas soluções. Trabalhando com um conjunto de grupos indígenas situados na costa nordeste do Pacífico, entre a Colúmbia Britânica e o Alasca, Lévi-Strauss procura penetrar no mundo simbólico dos povos Salish e Kwakiutl, através da análise de suas máscaras e dos Déné, por meio de suas placas de cobre trabalhadas; placas que, de uma certa maneira, reproduzem, igualmente, máscaras suficientemente estilizadas para exprimir uma figura numa superfície plana. Embora a beleza do livro nos convide a lê-lo como uma obra de etnologia da arte, isso seria apenas uma primeira e superficial impressão. A rigor, o livro nos conduz pelos caminhos da criação estética à lógica da criação de símbolos. “Les sentiers de la Création” , subtítulo da primeira edição La Voie des Masques (Genève, Skira, 1975) indica, certamente, que os caminhos abertos por Lévi-Strauss o foram no campo da lógica e não no da estética. A arte estaria, assim, tão-somente na concepção artística do livro, traço, aliás, característico de algumas obras do autor, como La Pensée Sauvage e os volumes de Mythologiques. La Voie des Masques é, sem dúvida, uma bem sucedida tentativa de elucidação de um tradicional e desafiador enigma em que a Etnologia sempre tropeçou: o que podem as máscaras nos ensinar?
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