Canal do Sertão: sobreposição sobre territórios indígenas efeitos socioeconômicos sobre o povo Karuazu.
Palabras clave:
Populações indígenas, Karuazu, território, Canal do sertão, Efeitos socioeconômicosResumen
O presente trabalho analisa a construção do Canal do Sertão sobre os territórios indígenas Geripankó, Katökinn e Karuazu, região do Alto Sertão de Alagoas, município de Pariconha. A obra tem como objetivo a captação de água no rio São Francisco e o abastecimento da maioria da população do Sertão e Agreste alagoano. A pesquisa estudou os impactos socioeconômicos no povo Karuazu, com cerca de 300 famílias vivendo nas comunidades de Tanque e Campinhos, visto que a obra atinge diretamente toda a extensão territorial reivindicada desde o ano 2.000 por esta população indígena. Em vista das condições sociais e econômicas do semiárido regional, a população é penalizada e obrigada todos os anos a se deslocar sazonalmente para trabalhar no cultivo da cana de açúcar na região da Mata, Estado de Alagoas. Com esta realidade e objetivando desmobilizar as manifestações, as empreiteiras contrataram o indígena para executar as tarefas preliminares, substituindo-o posteriormente por mão-de–obra externa. A obra deixou, como consequências imediatas, os trabalhadores indígenas desempregados e obrigados a se deslocarem o Sudeste do Brasil em busca de frentes de trabalho; o processo de demarcação do território paralisado; e, com a valorização da terra, despertou a especulação imobiliária e fortaleceu o agronegócio na região; internamente, as comunidades ficaram enfraquecidas com a desagregação social e a precarização econômica. Com tudo isso, a política desenvolvimentista do governo Federal deixou de cumprir os direitos constitucionais dos povos indígenas, especialmente a demarcação do território Karuazu. Por fim, o artigo analisa o processo de resistência indígena e a ação do Estado brasileiro, os impactos socioambientais nos territórios indígenas e a ausência de consulta prévia, livre e informada aos povos indígenas diretamente afetados.
Descargas
Citas
ALBUQUERQUE, Clóvis Antunes Carneiro de. Índios de Alagoas – Documentário. Maceió, 1984.
ALTAVILA, Jayme. História da Civilização das Alagoas. Maceió: Edufal, 1988.
AZCONA, Jesus. Antropologia II - A cultura. Trad. de Lúcia MathildeEndlich Orth, Petrópolis: Vozes, 1993.
BRAND, Antônio. Biodiversidade, Sócio-diversidade e Desenvolvimento: os Kaiowá e Guarani no Estado de Mato Grosso do Sul. In: COSTA, R. B. (org.). Fragmentação Florestal e Alternativa de Desenvolvimento Rural na Região Centro-Oeste. Campo Grande: UCDB, 2003.
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, 1988.
HERBERTTA, Alexandre Ferraz. Peles braiadas: modos de ser Kalankó. Recife: Editora Massangana, 2013. GAZETA DE ALAGOAS, 2010, p. A17.
JÚNIOR, Aldemir Barros da Silva. Aldeando Sentidos – ao Xucuru-Kariri e o Serviço de Proteção aos Índios no Agreste Alagoano. Maceió: Edufal 2013, volume XV.
LEMOS, João R. Dom Fernandes Sardinha – Um bispo, Mártir, em Coruripe. Maceió, 2004.
OLIVEIRA, João Pacheco de. A Viagem da Volta – Etnicidade, política e reelaboração cultural no Nordeste indígena. 2ª ed. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2004.
PEREIRA, Moacyr Soares. Índios Tupi-Guarani na Pré-História – suas invasões do Brasil e do Paraguai; seu destino após o descobrimento. Maceió: Edufal, 2000.
SILVA, Álvaro Queiroz da. Episódios da História das Alagoas. 3ª ed. Maceió: Gráfica Moura Ramos, 2010.
VIEIRA, Jorge Luiz Gonzaga. História Kalankó na memória de uma experiência indigenista: confinamento, diáspora e resistência étnica de um povo. IN: Índios de Alagoas: cotidiano, terra e poder. Vol. 11. Maceió: Edufal, 2009.
WEBER, Max. Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva; tradução de Regis Barbosa e Karen E. Barbosa, 3ª edição, Brasília: UnB, 1994.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.
El envío de contribuciones a Abya Yala implica la asignación de derechos de autor y publicación a la revista, observando la Atribución-No comercial 4.0 Internacional (CC BY-NC 4.0) adoptada.
El contenido de los textos enviados y publicados por la revista será responsabilidad exclusiva de sus respectivos autores.
Copyright: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/deed.es