Coletivos e Redes Culturais no Brasil Contemporâneo: notas sobre as relações entre cultura, economia e política na conjuntura neoliberal

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.26512/cmd.v5i1.8967

Palabras clave:

Economia da Cultura; Política Cultural; Coletivos Culturais; Trabalho; Arte.

Resumen

No contexto em que a cultura é concebida como “recurso”, o âmbito cultural parece incorporar práticas e discursos do mundo corporativo, o qual, de sua parte, se alimenta da legitimidade que a esfera cultural confere a tais discursos e práticas. A retórica acerca da não separação entre trabalho e lazer que o regime de acumulação flexível herdou da contracultura é (re)transposto a atividades culturais atuais na medida em que essas ideias se referem à  separação histórica entre arte e trabalho que fundou as categorias “arte” e “artista”. No seio de organizações como “coletivos culturais”, a fronteira entre vida pessoal e profissional é abolida e os “trabalhadores culturais” se encontram em condições precárias. No Brasil contemporâneo, essa luta visa, em grande medida, o acesso aos recursos estatais. Diante disso, tais organizações assumem características corporativas inclusive no que tange à disputa por “capital político”.

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Biografía del autor/a

Miqueli Michetti, Universidade Federal da Paraíba

Departamento de Ciências Sociais do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal da Paraíba (DCS - CCHLA - UFPB). Bacharel e licenciada em Ciências Sociais e mestre em Sociologia pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), fez doutorado em Sociologia na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), com estágio doutoral na École des Hautes Études en Sciences Sociales, em Paris, e realizou pós-doutorado na Columbia University, em Nova York. É professora do Departamento de Ciências Sociais do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal da Paraíba (DCS ”“ CCHLA ”“ UFPB).

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Publicado

2017-12-24

Cómo citar

Michetti, M. (2017). Coletivos e Redes Culturais no Brasil Contemporâneo: notas sobre as relações entre cultura, economia e política na conjuntura neoliberal. Arquivos Do CMD, 5(1), 63–79. https://doi.org/10.26512/cmd.v5i1.8967