O viés político da tese de Arendt sobre Agostinho

Autores

  • Rodrigo Ponce Santos Universidade Federal do Paraná - UFPR

DOI:

https://doi.org/10.26512/rfmc.v2i2.12481

Palavras-chave:

Arendt, Agostinho, Ação, Memória, Confiança

Resumo

A tese de Arendt sobre Agostinho (Der Liebesbegriff bei Augustin O Conceito de Amor em Agostinho), apresentada em 1929 e revisada pela autora entre os anos cinquenta e sessenta, é geralmente tomada como obra de juventude e preterida por seus leitores e comentadores. Na contramão dessa tendência, este artigo sugere que possamos encontrar nesses escritos o despontar de temas que serão deslocados pela autora em seus posteriores esforços para iluminar a experiência política. Trata-se então de tecer um comentário geral sobre a tese, indicando possíveis aproximações com os textos da maturidade, sobretudo no que diz respeito a três temas: a revelação de um ser singular através da ação; o papel da memória e da narração na constituição de nossa existência; e a confiança como única garantia de nossos acordos e promessas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rodrigo Ponce Santos, Universidade Federal do Paraná - UFPR

Doutorando em Filosofia na Universidade Federal do Paraná - UFPR, com pesquisa sobre a relação entre Filosofia e Política no pensamento de Hannah Arendt. Mestrado (2013), bacharelado e licenciatura (2010) em Filosofia. Experiência na elaboração de material didático e como Professor Substituto no Departamento de Estudos Sociais da Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR.

Referências

ADLER, Laure. Nos Passos de Hannah Arendt. Trad.: Tatiana Levy e Marcelo Jacques. RJ: Record, 2007.

AGOSTINHO. Confissões / De Magistro (Os Pensadores). Trad.: J. Oliveira Santos e A. Ambrósio de Pina. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

ARENDT, H. Between Past and Future. New York: The Viking Press, 1961.

”“”“”“”“”“”“. The Origins of Totalitarianism. New York: Harcourt, 1985.

_______. Love in Saint Augustine. (ed. Joanna Scott e Judith Stark). Chicago: The University of Chicago Press, 1996.

_______. O Conceito de Amor em Santo Agostinho. Trad.: Alberto P. Dinis. Lisboa: Instituto Piaget, 1997.

_______. The Human Condition. 2ed. Introduction by Margaret Canovan. Chicago: University of Chicago Press, 1998.

_______. Denktagebuch: 1950 bis 1973 ”“ vol. 1. Ursula Ludz e Ingeborg Nordmann (ed.). Munich: Piper, 2002.

_______. A Promessa da Política. Org.: Jerome Kohn. Trad.: Pedro Jorgensen Jr. Rio de Janeiro: DIFEL, 2008a.

_______. Compreender : formação, exílio e totalitarismo (ensaios) 1930-1954.Trad.: Denise Bottman. São Paulo: Companhia das Letras, 2008b.

”“”“”“”“”“”“. Homens em Tempos Sombrios. Trad.: Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 2008c.

ESPOSITO, Roberto. Communitas. Trad.: Carlo Rodolfo M. Marotto. Buenos Aires: Amorrortu, 2003.

KAMPOWSKY, Stephan. Arendt, Augustine, and the New Beginning.G r a n d R a p i d s : E e r d m a n s Publishing, 2008.

KRISTEVA, Julia. Hannah Arendt ”“ Life Is a Narrative. Trad.: Frank Collins. Toronto / Buffalo / London: University of Toronto Press, 2001.

VILLA, Danna. Arendt and Heidegger : The fate of the political. Princeton University Press, 1996.

COLLIN, Françoise. Nacer y tempo. A g u s t í n e n e l p e n s a m e n t o arendtiano. Hannah Arendt ”“ El orgullo de pensar (Birulés, Fina. Org.). Barcelona: Gedisa Editorial, 2000.

DUARTE, André. Hannah Arendt e o pensamento político sob o signo do Amor Mundi. Mulheres de Palavra. Maria Clara l- Bingemer; Eliana Yunes (ed.). Rio de Janeiro: Ed. Loyola, pp. 33-48, 2003. Disponível em: <http://works.bepress.com/andre_duarte/25>. Acesso em: 14 de Setembro, 2012.

ESPOSITO, Roberto. ¿Polis o comunitas?. Hannah Arendt ”“ El orgullo de pensar.(Fina Birulés, org.). Barcelona: Gedisa Editorial, 2000.

TSAO, Roy. Arendt’s Augustine. Politics in Dark Times: encounters with Hannah Arendt. Seyla Benhabib. (ed.). New York: Cambridge University Press, 2010.

BAGEDELLI, Pablo. Entre el ser y la vida: el concepto de natalidad en Hannah Arendt y la posibilidad de una ontología política. Revista SAAP, vol. 5, n. 1, pp. 37-58, 2011.

CLARK, Barry; QUILL, Lawrence. Augustine, Arendt, and Anthropy. Sophia: International Journal for Philosophy of Religion, Metaphysical Theology and Ethics, 48.3, pp. 253-265, 2009.

CORREIA, Adriano. Sobre o trágico na ação: Arendt (e Nietzsche). O que nos faz pensar. nº29, pp. 59-74, 2011.

LEMM, Vanessa. Memory and promise in Arendt and Nietzsche. Revista de Ciência Política, vol. 26, nº 2, pp. 161-173, 2006.

SCOTT, Judith. What St. Augustine Taught Hannah Arendt about ‘how to live in the world’: Caritas, Natality and the Banality of Evil. Hannah Arendt: Practice, Thought and Judgement. Mika Ojakangas (ed.). Studies across Disciplines in the Humanities and S o c i a l S c i e n c e s 8 . H e l s i n k i Collegium for Advanced Studies, pp. 8”“27, 2010. Disponível em: <http://hdl.handle.net/10138/25821>. Acesso em: 06 de Julho, 2012.

Downloads

Publicado

01-05-2015

Como Citar

SANTOS, Rodrigo Ponce. O viés político da tese de Arendt sobre Agostinho. Revista de Filosofia Moderna e Contemporânea, [S. l.], v. 2, n. 2, p. 89–106, 2015. DOI: 10.26512/rfmc.v2i2.12481. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/fmc/article/view/12481. Acesso em: 18 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos