Teatro do Oprimido e projeto emancipatório:
mutações, fragilidades e combates
Palavras-chave:
Teatro do oprimido, Crise, Ativismo, Emancipação, Investigação participativaResumo
Este artigo explora a hipótese de que a multiplicação acelerada do Teatro do Oprimido (TO), criado por Augusto Boal no início dos anos 1970, tem sofrido apropriações que põem em causa o seu projeto emancipatório. Baseia-se numa investigação participativa iniciada há quatro anos, no contexto das ações e mobilizações coletivas ”“ manifestações, greves, protestos ”“ contra as políticas de austeridade impostas pelo governo português e mandatadas pelas instâncias europeias, em resposta à crise económica e financeira. Os dados empíricos, depoimentos em entrevistas e debates, foram analisados em torno de um conjunto de categorias que enunciam e discutem as mutações, as fragilidades e os combates do TO na atualidade. A análise evidencia a necessidade de uma reinvenção e reapropriação da metodologia, em particular em períodos de crise como os que hoje atravessamos.