Qual capacidade crítica? Relendo Luc Boltanski à luz de Margaret Archer

Autores

  • Luiz Augusto Campos Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Iesp-Uerj)

Palavras-chave:

Reflexividade, Sociologia da capacidade crítica, Conversações internas, Luc Boltanski, Margaret Archer

Resumo

A chamada “sociologia da capacidade crítica” de Luc Boltanski vem se tornando um dos principais paradigmas teóricos de interpretação das relações sociais. Contrário ao modo como a sociologia crítica à la Bourdieu entende a reflexividade humana, Boltanski propõe tratar os indivíduos como seres reflexivos, plenamente capazes de julgar e criticar o mundo. No entanto, essa “capacidade crítica” funciona em sua sociologia mais como premissa teórica do que como objeto concreto de investigação. Diante disso, este texto argumenta que uma sociologia interessada na capacidade crítica dos sujeitos não pode apenas “supô-la”, deve constituí-la em objeto de estudo sociológico. Para tal, propõe-se reconceituar a capacidade crítica como competência reflexiva, no sentido dado à expressão pela socióloga inglesa Margaret Archer. O recurso às categorias de Archer não apenas ajuda a identificar os limites da sociologia de Boltanski, mas, sobretudo, permite ampliar o seu alcance.

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Biografia do Autor

Luiz Augusto Campos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Iesp-Uerj)

Professor de sociologia do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Iesp-Uerj), doutor em sociologia pela mesma instituição. Coordenador do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (Gemaa). Publicações recentes: “A identificação de enquadramentos através da análise de correspondências: um modelo analítico aplicado à controvérsia das ações afirmativa raciais na imprensa”, Opinião Pública, v. 20, n. 2, 2014; “Quando a teoria vira fetiche (Resenha de O Fetichismo do conceito), História, Ciências, Saúde-Manguinhos, v. 20, 2013; “O pardo como dilema político”, Insight Inteligência, v. 63, 2013; “We have a dream. Cientistas sociais e a controvérsia sobre as cotas raciais na imprensa”, Revista de Sociologia e Política, v. 20, 2012; “As trocas de acusações entre intelectuais na controvérsia pública acerca das cotas raciais”, Latitude, v. 2, 2008; em parceria com João Feres Jr., “Ação afirmativa, comunitarismo e multiculturalismo: relações necessárias ou contingentes?”, Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 29, 2014; em parceria com João Feres Jr. & Verônica Daflon, “Administrando o debate público: O Globo e a controvérsia em torno das cotas raciais”, Revista Brasileira de Ciência Política, v. 11, 2013.

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Como Citar

Campos, L. A. (2016). Qual capacidade crítica? Relendo Luc Boltanski à luz de Margaret Archer. Sociedade E Estado, 31(3), 719–740. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/sociedade/article/view/6169

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