La prescripción de antidepresivos en la infancia: De negacionismos, cientifismos e ignorancias y (también) certidumbres estratégicas
DOI:
https://doi.org/10.1590/s0102-6992-20243901e51436Palavras-chave:
negacionismo, psiquiatría, Infância, antidepressivosResumo
Neste artigo estabelecemos um contraste entre, por um lado, uma crítica epistemológica e política de determinados discursos com pretensão de cientificidade; e, por outro lado, o vasto e confuso mundo do negacionismo científico. Para explicitar esse contraste, analisamos o debate sobre a eficácia do uso de antidepressivos na infância e os argumentos apresentados para sustentar esta crítica. Explicamos como funciona o recurso à ignorância e à certeza estratégica para defender a prescrição destes medicamentos, fundamentalmente em tempos pós-pandemia; e discutimos o silenciamento e a desqualificação que a psiquiatria biológica tem feito dos estudos críticos sobre seus procedimentos. A psiquiatria biológica invalidou esses estudos, classificando-os indevidamente como manifestação de negacionismo.
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