Imagem, imaginário e memória: um percurso antropológico (entrevista com Cornelia Eckert)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/s0102-6992-202237010007

Palavras-chave:

Trajetória intelectual; Narrativas; Imagens; Memória; Antropologia visual; Brasil

Resumo

Nesta entrevista, concedida em 16 de setembro de 2021, por mais de duas horas, via Googlemeet, Cornélia Ercket fala da graduação em ciências sociais, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), para iniciar o relato sobre a trajetória intelectual construída ao longo de mais de 30 anos. Voltou às condições em que realizou sua dissertação de mestrado, com foco nos mineiros de carvão, sob a orientação de Rubem Olivem, ainda na UFRGS. Do doutorado na França, relembrou como continuou sua pesquisa sobre os mineiros, o que a levou a La Grand-Combe - cidade do interior onde viveu por quatro anos e onde pôde examinar o “luto” de toda uma comunidade com o desativação de sua principal atividade econômica, com o fechamento da mina de carvão. Como ela lembra, aquele foi um momento especial no despertar do interesse pela correlação entre narrativas, imagens, imaginários e memórias. Quadrangulação tão decisiva para o desenrolar de sua obra, inicialmente seguindo tanto os traços da antropologia simbólica francesa quanto as pesquisas e reflexões de antropólogos brasileiros sobre a questão urbana. Assim, na continuidade da entrevista, Cornelia combina o percurso de sua produção acadêmica com projetos de pesquisa na constituição do Núcleo de Antropologia Visual do PPGAS na UFRGS. Pode, então, explicar contribuições, temas, divisões disciplinares, referenciais teóricos e esquemas metodológicos específicos ao design da antropologia visual no Brasil. A inclusão da reflexão sobre a imagem permite comentar a situação política à luz dos impactos das fake news. A entrevista se completa na forma como Cornelia situa sua experiência religiosa, bem como seu trabalho na Associação Brasileira de Antropologia (ABA), em comissões, diretorias e atualmente como vice-presidenta da ABA, no diagnóstico que propõe sobre o presente e o futuro das ciências sociais do país

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Biografia do Autor

Edson Silva de Farias, Universidade de Brasília (UnB)

Professor do PGSOL/UnB (Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade de Brasília) e do PPG em Memória: Sociedade e Linguagem da UESB (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia). Líder do grupo de pesquisa Cultura, Memória e Desenvolvimento (CMD/UnB). Coordenador do Comitê de Pesquisa em Sociologia da Cultura da SBS. Editor da revista Arquivos do CMD

Luis Felipe Kojima Hirano, Universidade Federal de Goiás (UFG)

Professor de Antropologia da Faculdade de Ciências Sociais (FCS) da Universidade Federal de Goiás (UFG). É coordenador do Corpora (UFG), núcleo de antropologia do corpo, percepção e saúde. Além disso, coordena a Coleção Antropologia Hoje, do Núcleo de Antropologia Urbana da Universidade de São Paulo. Faz parte do Comitê de Antropologia Visual da ABA (2016-2022) e da Comissão de Imagem e Som da ANPOCS (2016-2022)

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Publicado

13-04-2022

Como Citar

Farias, E. S. de, & Hirano, L. F. K. . (2022). Imagem, imaginário e memória: um percurso antropológico (entrevista com Cornelia Eckert). Sociedade E Estado, 37(01), 127–159. https://doi.org/10.1590/s0102-6992-202237010007