Afetos e sentidos no filme Girimunho (2011), de Clarissa Campolina e Helvécio Marins

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/s0102-6992-202237010003

Palavras-chave:

Experiência. Sensível. Imagem. Criação. Pensamento

Resumo

O principal objetivo deste ensaio é analisar o filme Girimunho (2011), de Clarissa Campolina e Helvécio Marins, como uma experiência em si mesma. O filme é analisado em diálogo com análises fílmicas recentes que relacionam afeto e linguagem. O foco recai sobre o roteiro do filme, assim como sobre a luz, o som, a cor, o plano, os movimentos de câmera e a montagem. O esforço analítico mobiliza uma bibliografia relacionada à filosofia, à sociologia, aos estudos do afeto, do cinema e da literatura. A análise mostra que o filme é uma experiência sensível que afeta o espectador/analista por meio de um trabalho com a linguagem cinematográfica que o instiga à leitura atenta e à criação de sentidos.

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Biografia do Autor

Carolina Rodrigues Freitas, Universidade de Brasília (UnB)

Pesquisadora de pós-doutorado na Universidade de Boston. Integrante do grupo de pesquisa Cultura, Memória e Desenvolvimento (CMD). Doutora em Sociologia pela Universidade de Brasília

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Publicado

13-04-2022

Como Citar

Freitas, C. R. (2022). Afetos e sentidos no filme Girimunho (2011), de Clarissa Campolina e Helvécio Marins. Sociedade E Estado, 37(01), 53–73. https://doi.org/10.1590/s0102-6992-202237010003

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