O SABER SÁBIO DA FORÇA GRAVITACIONAL: UMA PERSPECTIVA A PARTIR DOS PRINCIPIA DE NEWTON
DOI:
https://doi.org/10.26512/rpf.v8i1.53299Palavras-chave:
História da Ciência. Gravitação Universal. Interação Gravitacional. Ensino de Física. Transposição Didática.Resumo
A concepção de força gravitacional de Newton sofreu mudanças ao longo dos anos, levantando
questões sobre a verdadeira natureza desse Saber Sábio, pois, da forma que é ensinada, está
mesclada com diversas contribuições de outros cientistas que sucederam à Newton. Assim, nesta
pesquisa, se propôs a investigar como o Saber Sábio do conceito de força gravitacional newtoniana
está estruturado de acordo com os Principia? Inicialmente realizou-se uma revisão da literatura
sobre a força gravitacional newtoniana, abrangendo análises de teses e dissertações, com o intuito
de identificar o material ou materiais em que Isaac Newton discutiu sua lei da gravitação. Na
sequência, com o auxílio da metodologia de Análise de Conteúdo proposta por Bardin, examinou-se
criteriosamente os textos escolhidos. Como resultado, em síntese, o Saber Sábio da força gravitacional newtoniana é estruturado da seguinte maneira: trata-se de uma força do tipo central
exclusivamente atrativa que varia diretamente com as massas dos corpos que interagem entre si
mutuamente e inversamente proporcional com o quadrado da distância entre seus centros. Sua
influência se estende a corpos celestes e terrestres, tornando-a universal. Além disso, desempenha
um papel fundamental na manutenção das órbitas planetárias e na descrição física e matemática
dos movimentos desses corpos. Por fim, é uma força de ação à distância, não requerendo um meio
físico para a sua atuação. Desse modo, essa pesquisa pode ser útil para educadores ao destacar as
principais características que estruturam o conceito de força gravitacional originalmente proposto
por Newton, possibilitando também uma discussão histórica e epistemológica desse conceito.
Downloads
Referências
BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2015.
BONFIM, D. D. S.; NASCIMENTO, W. J. O ensino de gravitação universal na educação básica: uma reflexão a partir de pesquisas brasilerias. Research, Society and Development, v. P, n. 11, e4789119969, 2020.
BROCKINGTON, G.; PIETROCOLA, M. Serão as regras da transposição didática aplicáveis aos conceitos de Física Moderna? Investigações em Ensino de Ciências, v. 10, n. 3, p. 387-404, 2005.
CASSIANI, S. H. B.; CALIRI, M. H. L.; PELÁ, N. T. R. A teoria fundamentada nos dados como abordagem da pesquisa interpretativa. Revista Latino-americana de Enfermagem, v. 4, n. 3, p. 75-88, dez. 1996.
CHEVALLARD, Y. La transposición didáctica. Tradução: Claudia Gilman. 1. ed. Buenos Aires: Edicíones, 1991. Título original: La transposition didactique. Du savoir savant au savoir enseigné.
COSTA, F. E. M. Compreendendo o Universo numa Perspectiva Newtoniana. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 40, n. 2, e2308, 2018.
DAMASCO NETO, J. R.; COAN, L. G. W. Fundamentos da didática das ciências e da matemática. 2. ed. Florianópolis: Publicações do IF-SC, 2012.
FALSETTI, P. H. E.; SILVA, A. C. Atividades para abordar a força gravitacional newtoniana no ensino superior de física. Revista de Enseñanza de la Física, v. 30, n. 1, p. 75-82, jun. 2018.
GASPI, S.; MARON, L. H. P.; MAGALHÃES JUNIOR, C. A. O. Análise de conteúdo numa perspectiva de Bardin. Separata de: MAGALHÃES JUNIOR, C. A. de O.; BATISTA, M. C. (Orgs.) Metodologia da pesquisa em Educação e Ensino de Ciências. Maringá: Massoni,
, p. 288-299.
GIACOMINI, A. et al. As aplicações no cotidiano das Leis de Newton e da Gravitação Universal. Revista Científica Schola, v. 2, n. 2, p. 8 11, out. 2018.
GOLDENBERG, M. A arte de pesquisar. 8. ed. Rio de Janeiro: Record, 2004.
GOMES, L. C. Concepções alternativas e divulgação: análise da relação entre força e movimento em uma revista de popularização científica. 2008. 127 f. Dissertação (Mestrado em Educação para Ciência e a Matemática) Universidade Estadual de Maringá, Centro de
Ciências Exatas, Programa de Pós-Graduação em Educação para a Ciência e a Matemática, Maringá, 2008.
HOFFMANN, D. M.; GARDELLI, D. Gravitação Universal: Estratégias para seu estudo. In: Os desafios da escola pública paranaense na perspectiva do professor PDE, 2013.
MACEDO, G. L. N. Análise do conceito de força gravitacional nos Principia de Newton e a sua Transposição Didática nos Livros Didáticos de Física do Ensino Médio do Estado do Paraná. 2023. 274 f. Dissertação (Mestrado em Educação para Ciência e a Matemática)
Universidade Estadual de Maringá, Centro de Ciências Exatas, Programa de Pós-Graduação em Educação para a Ciência e a Matemática, Maringá, 2023.
MINAYO, M. C. S. Pesquisa Social. Teoria, método e criatividade. 18. ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
MOREIRA, M. A. Um mapa conceitual para interações fundamentais. REVISTA ENSEÑANZA DE LAS CIENCIAS, v. 8, n. 2, P. 133-139, 1990.
NEWTON, I. Principia: Princípios Matemáticos de Filosofia Natural Livro I. 2. ed. 5. reimpr. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2020a.
NEWTON, I. Principia: Princípios Matemáticos de Filosofia Natural Livros II e III. 1. ed. 3. reimpr. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2020b.
PIRES, M. A.; VEIT, E. A. Tecnologias de Informação e Comunicação para ampliar e motivar o aprendizado de Física no Ensino Médio. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 28, n. 2, p. 241-248, 2006.
RAMOS, P. L. P. Proposta didática de Ensino da Gravitação Universal Newtoniana com enfoque na História e Filosofia da Ciência a partir de uma perspectiva ausubeliana. 2015. 71
f. Monografia (Licenciatura em Física) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, Santa Cruz, 2015.
RENEKER, M. H. A qualitative study of information seeking among members of na academic community: methodological issues and problems. Library Quarterly, v. 63, n. 4, p. 487-507, Out. 1993.
SAGAN, C. Cosmos. 1. ed., Random House, 1980.
SANTOS, J. M. O ensino da Gravitação Universal de Newton através da História da Ciência e da Argumentação: Desenvolvimento e Análise de uma Sequência Didática. 2017. 239 f. Dissertação (Mestrado em Ensino, Filosofia e História das Ciências) – Universidade Federal da Bahia, Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências, Salvador, 2017.
SILVA, M. A. S. A Gravidade Newtoniana e Einsteiniana não é só uma dicotomia conceitual. 2019. 65 f. Monografia (Licenciatura em Física) – Universidade Estadual de Feira de Santana, Departamento de Física, Feira de Santana, 2019.
SILVA, L. F. Uma sequência didática com o tema de Gravitação: para além da concepção newtoniana. 2019. 79 f. Monografia (Licenciada em Física) – Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico do Agreste, Departamento de Física Licenciatura, Caruaru, 2019.
TALLEVI, G. de O. História em quadrinhos como recurso didático para o ensino da física no Ensino Fundamental: As forças fundamentais da natureza. 2022. 97 f. Dissertação (Mestrado Profissional de Física) – Universidade Federal de Rondônia, Departamento de Física, Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física, Ji-Paraná, 2022.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista do Professor de Física
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).