“EAT ME: A GULA OU A LUXÚRIA” DE LYGIA PAPE – PRODUÇÃO E CENSURA DO DESEJO, FEMINISMO E CONSUMO
Résumé
A partir do filme “Eat Me”, de Lygia Pape – obra referencial no que tange a arte bra-
sileira experimental da década de 70, e censurada por acusações de atentado a mo-
ral durante a ditadura civil-militar – o presente ensaio discorre sobre as relações en-
tre comer e desejo, transmutadas em atividade político-poética pela artista, onde às
conexões com a teoria antropofágica de Oswald, a conceptualização da boca como
máquina-desejante de Deleuze/Guattari, o “comer” como prática de resistência sim-
bólica em Agamben, dividem espaço com os debates feministas no âmbito nacional,
e sua reverberação na prática artística.