HÁ UMA GOTA DE SANGUE EM CADA MUSEU

contranarrativa e contramemória no espaço expositivo

Autores

Palavras-chave:

museu, exposição, memória, colonial, contramemória

Resumo

O presente artigo parte do pressuposto de que o museu é um lugar de memória e como tal território de disputa de poder. Partindo do diálogo com o trabalho Há uma gota de sangue em cada museu de Mário Chagas publicado nos anos 1990, realizamos uma breve contextualização dos museus modernos para realizar uma leitura de duas exposições de arte que colocam em debate a memória colonial: Bottanica Tirannica, individual da artista brasileira Giselle Beiguelman, que critica o colonialismo científico e Caminhantes, exposição on line fruto da colaboração entre Gabriel Bogossian, Victor Leguy e o artista indígena Ariel Ortega que assume a forma de uma fábula decolonial para refletir sobre os modos de ver o mundo ameríndio e as diferentes instâncias discursivas – religiosa, militar, estética, científica – que moldam a relação entre os mundos indígena e não-indígena.

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Biografia do Autor

Priscila Almeida Cunha Arantes, Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo; Universidade Anhembi Morumbi e Universidade de São Paulo - USP

Crítica de arte, curadora, pesquisadora e professora universitária. Atuou como curadora e diretora artística do Paço das Artes entre 2007 e 2020 e como diretora adjunta e curadora do Museu da Imagem e Som entre 2007 e 2009. É pós doutora em Artes pela Penn State University (USA) e Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), doutora e mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de SP) e bacharel em Filosofia pela USP (Universidade de São Paulo). É diretora adjunta da FAFICLA (Faculdade de Filosofia, Comuniação, Letras e Artes) da Pontificia Universidade Católica de São Paulo e docente do Departamento de Artes da mesma instituição. É pesquisadora colaboradora do MAC-USP (Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo) desde 2020 e professora do PPG em Design da Universidade Anhembi Morumbi. Integra desde 2018 o grupo de pesquisadores do ID+, instituto de pesquisa da Universidade de Porto e Aveiro (Portugal). Entre os prêmios recebidos destacam-se o da Getty Foundation (2012 e 2016) e da Society of Latin American Studies (2016). Entre suas publicações destacam-se Arte @ Mídia: perspectivas da estética digital (FAPESP/SENAC), finalista do 48 Prêmio Jabuti, Reescrituras da Arte Contemporânea: história, arquivo e mídia (Ed. Sulina), Urgências na Arte, dentre outros. Entre suas curadorias destacam-se : Entre suas curadorias destacam-se : ARTECH (Portugal/Braga), Limiares: Regina Silveira, Mulheres em Cena, Arquivo Vivo, Paradoxos da arte contemporânea: diálogos entre os acervos do MAC/USP e do Paço das Artes, Issoéosso disso: Lenora de Barros, Paço Comunidade: Mônica Nador (JAMAC), Abrigo de paisagem: Rodrigo Braga, Trajetórias Corpos Informáticos: Bia Medeiros (Caixa Cultural RJ/Brasília), Monumento Mínimo: arte como Emergência (Oficina Cultural Oswald de Andrade), Imagens-Testemunho: Marcelo Brodsky (MIS/SP), I/legítimo: dentro e fora do circuito (MIS/SP), dentre outras. Atualmente é líder do grupo de pesquisa CNPq Arte, Memória e Mídia e organizadora do Programa mensal Diálogos Críticos veiculado na TV PUC.

Referências

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Publicado

2023-05-22

Como Citar

Almeida Cunha Arantes, P. (2023). HÁ UMA GOTA DE SANGUE EM CADA MUSEU: contranarrativa e contramemória no espaço expositivo. Revista VIS: Revista Do Programa De Pós-Graduação Em Artes Visuais, 21(2), 367–382. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/revistavis/article/view/48477

Edição

Seção

Dossiê - #21.Art