Tecnologia e ciência no gabinete de curiosidades
Resumo
Neste artigo procuramos refletir sobre as relações entre arte, ciência e tecnologia materializadas na obra O Gabinete de Curiosidades (2017), de Rosana Paulino. Esta artista visual paulistana apropria-se de elementos da cultura material hegemônica, subvertendo os códigos técnicos, no sentido usado por Feenberg (2010), para construir narrativas múltiplas e olhares críticos. Buscamos compreender os discursos tramados na obra pelos arranjos e artefatos que compõem os expositores/vitrines. Rosana Paulino interroga a neutralidade da ciência e da tecnologia, evidenciando as disputas de poder e o racismo presentes nessas práticas sociais. Subjacente à análise trabalharemos a partir de Bal (2016) o jogo estético e político que remete às várias temporalidades imbricadas nos gabinetes.