Interseções entre arte e loucura na plataforma crítica de Mário Pedrosa
DOI:
https://doi.org/10.26512/vis.v16i2.20774Palavras-chave:
Mário Pedrosa. Crítica de arte. “Arte virgeml”. Concretismo. Artes plásticas.Resumo
Em meados dos anos 1940, o crítico de arte Mário Pedrosa frequentou o Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II, onde estabeleceu contato com jovens artistas e com os internos dessa instituição, que faziam parte de um ateliê de pintura. O encontro com os trabalhos produzidos nesse ateliê suscitou uma reflexão do crítico acerca das relações entre razão e sensibilidade e sobre o estatuto da arte e do artista, dando origem à expressão “arte virgem”, cunhada por Pedrosa para descrever a criação artística de esquizofrênicos, crianças e primitivos. O objetivo deste trabalho é compreender como essa reflexão e a defesa da “arte virgem” contribuíram para que Pedrosa construísse os argumentos que utilizaria para auxiliar na criação de um grupo de artistas concretos no Rio de Janeiro.
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