A internacionalização da pintura vanguardista, de Courbet a Picasso
uma transferência cultural e seus quiproquós
DOI:
https://doi.org/10.26512/vis.v15i2.20390Palavras-chave:
Paris. Pintura de vanguarda. Internacionalização. Transferência cultural.Resumo
Pergunta-se muitas vezes como as várias vanguardas históricas foram capazes de persistir em seu vanguardismo e obter reconhecimento, quando o apoio do mercado de arte era-lhes negado de antemão. Do Realismo da década de 1850 até as variedades virulentas do vanguardismo na década de 1910, a inovação artística tornou-se possível graças ao desvio, tanto físico como simbólico, da pintura de vanguarda para o exterior. Esse desvio permitiu que os artistas permanecessem de vanguarda dentro do campo em Paris e, ao mesmo tempo, exportassem um tipo mais vendável de pintura. No nível simbólico, especialmente, essa foi a base para a legitimidade das reivindicações da vanguarda sobre a internacionalização de suas carreiras, agitando as culpadas consciências nacionais das elites europeias. Essa internacionalização tornou-se possível pela grande variedade de divisões culturais entre os diferentes países. Podia-se, portanto, trabalhar para adaptar as exposições de vanguarda no exterior. A partir do período realista em diante, os próprios artistas, e em seguida, seus negociantes, críticos e colecionadores, assumiram o comando desse vasto movimento de transferência cultural, mas sob o risco de estabelecer muitos compromissos.
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