Equivalência de Estímulos e Autismo:

Uma Revisão de Estudos Empíricos

Autores

  • Camila Graciella Santos Gomes Universidade Federal de São Carlos
  • André Augusto Borges Varella Universidade Federal de São Carlos
  • Deisy das Graças de Souza Universidade Federal de São Carlos

Palavras-chave:

Comportamento simbólico, Equivalência de estímulos, Aprendizagem relacional, Relações arbitrárias, Autismo

Resumo

O modelo de equivalência de estímulos oferece uma especificação operacional do comportamento simbólico e tem orientado o ensino e a verificação objetiva de repertórios novos. Pessoas com autismo, caracterizadas por apresentarem, entre outras alterações, graves déficits de linguagem, poderiam se beneficiar de estratégias baseadas neste modelo. Este artigo apresenta uma revisão de publicações de estudos empíricos com autistas, fundamentados no paradigma de equivalência. Os resultados mostraram sucesso de alguns participantes e fracasso de outros. Os fracassos parecem residir mais em dificuldades em aprender relações arbitrárias e menos na emergência de relações novas após aquisição da linha de base. O desafio para a área é desenvolver procedimentos que favoreçam a aprendizagem de relações arbitrárias e, consequentemente, a formação de classes de estímulos equivalentes.

 

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Publicado

2011-02-11

Como Citar

Santos Gomes, C. G., Borges Varella, A. A., & das Graças de Souza, D. (2011). Equivalência de Estímulos e Autismo:: Uma Revisão de Estudos Empíricos. Psicologia: Teoria E Pesquisa, 26(4), 729–737. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/revistaptp/article/view/17498

Edição

Seção

Revisão da Literatura