“Eu Não Tenho Direito de Me Desanimar”: Sofrimento no Trabalho de Executivos

Auteurs-es

DOI :

https://doi.org/10.1590/0102.3772e37523%20%20

Mots-clés :

Psicodinâmica do trabalho, Sofrimento, Executivos

Résumé

Este estudo analisa os reflexos que as vivências de trabalho exercem sobre a saúde mental dos executivos das indústrias alimentícias do Vale do Caí, Rio Grande do Sul. Com delineamento qualitativo, a pesquisa contou com oito entrevistados. Utilizaram-se entrevistas focalizadas e questionários. Os dados foram examinados por meio da análise de conteúdo proposta por Laville e Dionne. O medo do desligamento e a necessidade de abdicarem da própria subjetividade em prol da empresa são fatores de sofrimento. A organização do trabalho é negligente com cuidados à saúde mental e promove modos mecanicistas de ser, agravando os riscos à integridade dos trabalhadores. A psicologia promove reflexões e possibilita a ressignificação do sofrimento gerado pelo trabalho.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Bibliographies de l'auteur-e

Fernanda Lottermann, Universidade Feevale, Novo Hamburgo, RS, Brasil

Graduanda de Psicologia com ênfase em processos Institucionais (Organizações e Trabalho)

Carmem Regina Giongo, Universidade Feevale, Novo Hamburgo, RS, Brasil

Psicóloga do Trabalho e das Organizações, Especialista em Psicologia Organizacional, Mestre em PsicologiaDoutora em Psicologia Social e Institucional, Docente do curso de Psicologia na Universidade Feevale.

Lisiane Machado De Oliveira Menegotto, Universidade Feevale, Novo Hamburgo, RS, Brasil

Psicóloga clínica e escolar, Mestre e Doutora em Psicologia do Desenvolvimento, Docente do curso de Psicologia e Pesquisadora da Feevale.  

Références

Antunes, R. (2010). Os Sentidos do Trabalho: Ensaio sobre a Afirmação e a Negação do Trabalho Boitempo.

Antunes, R., & Alves, G. (2004). As Mutações do Mundo do Trabalho na Era da Mundialização do Capital. Educação e Sociedade, 25(87), 335-351. https://doi.org/10.1590/S0101-73302004000200003

Bendassolli, P. (2011). Mal-Estar no Trabalho: Do Sofrimento ao Poder de Agir. Mal-Estar e Subjetividade, 1, 63-98.

Bendassolli, P. F., & Soboll, L. I. P. (2014). Métodos de Pesquisa e Intervenção em Psicologia do Trabalho: Clínicas do Trabalho, 1a ed. Atlas.

Bertê, A. M. A., Lemos, B. O., Testa, G., Zanella, M. A. R., & Oliveira, S. B. (2016). Perfil Socioeconômico - Corede Vale do Caí. Boletim geográfico do Rio Grande do Sul, 26, 869-908.

Biernacki, P., & Waldorf, D. (1981). Snowball Sampling: Problems and Techniques of Chain Referral Sampling. Sociological Methods & Research, 10, 141-163.https://doi.org/10.1177/004912418101000205

Cardoso, F. L. A. (2012). A “Via Crucis” para a Legalização da Agroindústria Alimentar: Impacto Social da Legislação Sanitária na Agricultura Familiar [Dissertação de Mestrado, Universidade de Brasília] http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/10418/1/2012_FabioLucioAlmeidaCardoso.pdf

Casttells, M. (1999). A Sociedade em Rede (A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura) Paz e Terra.

Clot, Y. (2010) Trabalho e Poder de Agir Fabrefactum.

Couto, H. A. (1987). Temas de Saúde Ocupacional ERGO.

Couto, H. A. (1987). Stress entre Executivos: Os 10 Agentes Estressantes Mais Freqüentes e os 13 Fatores de Maior Potencial Agressivo Anais do Congresso da Associação Nacional de Medicina do Trabalho, 5, 747-57.

Dejours, C. (1980/2010). A Carga Psíquica do Trabalho.Societé Française de Psychologie - Psychologie du Travail - Equilibre ou fatigue par le travail? Paris: enterprise Moderne d’Édition. Em C. Dejours, E. Abdoucheli, & C. Jayet. (Eds.), Psicodinâmica do trabalho: Contribuições da Escola Dejouriana à Análise da Relação Prazer, Sofrimento e Trabalho, 21-32. Atlas.

Dejours, C. (1989/2010). Trabalho e Saúde Mental: Da Pesquisa à Ação. Mouvement Ouvrier et Santé: Une Comparaison Internationale. Em C. Dejours, E. Abdoucheli, & C. Jayet (Eds.), Psicodinâmica do Trabalho: Contribuições da Escola Dejouriana à Análise da Relação Prazer, Sofrimento e Trabalho, 45-65. Atlas.

Dejours, C. (2004). Subjetividade, Trabalho e Ação. Revista Produção, 14(3), 27-34. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-65132004000300004

Dejours, C. (2005). A Banalização da Injustiça Social, 7a ed. FGV.

Dejours, C., & Abdoucheli, E. (1982). Desejo ou Motivação? A Interrogação Psicanalítica sobre o Trabalho. Em M. Moulin (Org.), Quelles Motivations au Travail? Enterprise Moderne d’Edition.

Dejours, C., Abdoucheli, E., & Jayet, C. (2010). Psicodinâmica do Trabalho: Contribuições da Escola Dejouriana à Análise da Relação Prazer, Sofrimento e Trabalho Atlas.

La Boétie, E. (2003). Discurso sobre a Servidão Voluntária, 2a ed. (J. Castella Jr. & A. Cretella, trad.). Revista dos Tribunais Ltda.

Lancman, S., & Ghirardi, M. I. G. (2002). Pensando Novas Práticas em Terapia Ocupacional, Saúde e Trabalho. Revista de Terapia Ocupacional da USP, 13(2), 44-85.

Laranjeira, S. M. G. (2000). As Transformações do Trabalho num Mundo Globalizado. Sociologias, 4, 14-19. https://dx.doi.org/10.1590/S1517-45222000000200002

Laville, C., & Dionne, J. (1999). A Construção do Saber: Manual de Metodologia da Pesquisa em Ciências Humanas Artmed.

Maffia, L. N., & Pereira, L. Z. (2013). Estresse Ocupacional: Estudo com Gestores que Atuam nas Secretarias de Governo do Estado de Minas Gerais. XXXVII encontro da ANPAD, Rio de Janeiro.

Martins, S. R., & Mendes, A. M. (2012). Espaço coletivo de discussão: A clínica psicodinâmica do trabalho como ação de resistência. Revista Psicologia Organizações e Trabalho,12(2), 171-183.

Mendes, A. M. (1995). Aspectos Psicodinâmicos da Relação Homem-Trabalho: As Contribuições de C. Dejours. Psicologia: Ciência e Profissão,15(1-3), 34-38.https://dx.doi.org/10.1590/S1414-98931995000100009

Mendes, A. M., & Facas, E. P. (2010). Transgressão do Trabalho Prescrito como Estratégia para Transformar o Sofrimento: Estudo da Inteligência Prática. Em A. M. Mendes, A. R. C. Merlo, C. F. Morrone, & E. P. Facas (Orgs.), Psicodinâmica e Clínica do Trabalho: Temas, Interfaces e Casos Brasileiros, 77-92. Juruá.

Merlo, Á. R. C., & Lapis, N. L. (2007). A Saúde e os Processos de Trabalho no Capitalismo: Reflexões na Interface da Psicodinâmica do Trabalho e da Sociologia do Trabalho. Psicologia & Sociedade,19(1), 61-68.https://dx.doi.org/10.1590/S0102-71822007000100009

Moraes, R. D. (2008). Prazer-Sofrimento e Saúde no Trabalho com Automação: Estudo com Operadores em Empresas Japonesas no Pólo Industrial de Manaus [Tese de Doutorado, Universidade Federal do Pará]. http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/3453

Mota, C. M., Tanure, B., & Carvalho Neto, A. (2008). Estresse e Sofrimento no Trabalho dos Executivos. Psicologia em Revista,14(1), 107-130.

Oltramari, A. P., Grisci, C. L. I., & Weber, L. (2011). Carreira e Relações Familiares: Dilemas de Executivos Bancários. Revista Mal-Estar e Subjetividade, 11(1), 101-133.

Sarriera, J. C., & Silva, M. A. (2003). O Executivo Pós-Moderno: Transformações no Trabalho e Subjetividade. Psicologia Organizações e Trabalho,3(2), 35-62.

Sato, L., & Lacaz, F. A. C. (2000). Condições de Trabalho e Saúde dos Trabalhadores (as) do Ramo da Alimentação INST - CUT.

Silva, E. S. (2011). Trabalho e Desgaste Mental: O Direito de Ser Dono de Si Mesmo Cortez.

Tanure, B., Carvalho Neto, A., Santos, C. M. M., & Patrus, R. (2014). Estresse, Doença do Tempo: Um Estudo sobre o Uso do Tempo pelos Executivos Brasileiros. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 14(1), 65-88.

Vasconcelos, A., & Faria, J. H. (2008). Saúde Mental no Trabalho: Contradições e Limites. Psicologia & Sociedade,20(3), 453-464.https://dx.doi.org/10.1590/S0102-71822008000300016

Publié-e

2021-10-20

Comment citer

Lottermann, F. ., Regina Giongo, C. ., & Machado De Oliveira Menegotto, L. . (2021). “Eu Não Tenho Direito de Me Desanimar”: Sofrimento no Trabalho de Executivos. Psicologia: Teoria E Pesquisa, 37. https://doi.org/10.1590/0102.3772e37523

Numéro

Rubrique

Estudos Empíricos