Fatores de Risco e Riscos Psicossociais no Trabalho: Definição e Implicações
DOI :
https://doi.org/10.1590/0102.3772e36nspe19%20Mots-clés :
Riscos ocupacionais, Saúde do trabalhador, Saúde mental no trabalhoRésumé
O objetivo deste artigo teórico é analisar os conceitos de fatores de risco e riscos psicossociais no trabalho, bem como discuti-los a partir de duas perspectivas teóricas proeminentes no campo: o Modelo Demanda-Controle e a Psicodinâmica do Trabalho. Além das definições, são apresentadas as relações entre antecessores - fatores de risco, e consequentes - riscos psicossociais, e as implicações teóricas e práticas decorrentes da definição mais acurada dos termos. As conclusões apresentadas apontam para importância de delimitação conceitual entre fatores de risco e riscos psicossociais no trabalho como passo indispensável para o desenvolvimento de estratégias eficazes de avaliação e intervenção nos contextos de trabalho, principalmente pela adoção de uma postura preventiva com foco na identificação e controle dos fatores de risco prioritariamente.
Téléchargements
Références
Ahumada, H. T., & Martínez, M. R. (2011) Conceptos básicos em la evaluacíon del riesgo psicossocial em los centros de trabajo. In A. J. García & A. C. Ávila, (Eds.), Reflexiones teórico-conceptulaes de lo psicossocial em el trabajo (pp. 95-112). Juan Pablos Editor.
Alderson, M. (2004). La psychodynamique du travail: Objet, considérations épistémologiques, concepts et prémisses théoriques. Santé Mentale au Québec, 29(1), 243-260. https://doi.org/10.7202/008833ar
Antunes, R. (2018). O privilégio da servidão: O novo proletariado de serviço na era digital. Boitempo Editorial.
Araújo, L. K. R., & Oliveira, S. S. (2019). Mapeamento dos riscos psicossociais no SAMU/DF. Psicologia: Ciência e Profissão, 39, e184126. https://doi.org/10.1590/1982-3703003184126
Araújo, T. M, Graça, C. C., & Araújo, E. (2003). Estresse ocupacional e saúde: Contribuições do Modelo Demanda-Controle. Ciência & Saúde Coletiva, 8(4), 991-1003. https://doi.org/10.1590/S1413-81232003000400021
Bell, C., Johnston, D., Allan, J., Pollard, B., & Johnston, M. (2017). What do Demand”Control and Effort”Reward work stress questionnaires really measure? A discriminant content validity study of relevance and representativeness of measures. British Journal of Health Psychology, 22(2), 295-329. https://doi.org/10.1111/bjhp.12232
Benavides, F. G, Benach, J., & Muntaner, C. (2002). Psychosocial risk factors at the workplace: is there enough evidence to establish reference values?. Journal of Epidemiology and Community Health, 56(4) 244-245. https://doi.org/10.1136/jech.56.4.244
Bouffartigue, P. (2012). Les risques psychosociaux. Quels enjeux de démocratie et de justice au travail? [Conference presentation]. Second forum de l'Association Internationale de Sociologie, Buenos Aires. https://halshs.archives-ouvertes.fr/halshs-00726017
Brant, L. C., & Minayo-Gomez, C. (2004). A transformação do sofrimento em adoecimento: do nascimento da clínica à psicodinâmica do trabalho. Ciência & Saúde Coletiva, 9(1), 213-223. https://doi.org/10.1590/S1413-81232004000100021
Cardoso, A. C. M. (2014). Indicadores sobre riscos psicossociais no trabalho. In M. A. Silveira (Ed.), Aspectos psicossociais e sustentabilidade em organizações: Saúde, segurança e qualidade de vida no trabalho (pp. 130-144). CTI Renato Archer.
Cortez, P. A., Zerbini, T., & Veiga, H. M. S. (2019). Work context and burnout: Confirmation of moderators from meta-analysis evidence. Revista Psicologia Organizações e Trabalho, 19(4), 755-761. https://doi.org/10.17652/rpot/2019.4.17499
Dashtipour, P., & Vidaillet, B. (2017). Work as affective experience: The contribution of Christophe Dejours’‘psychodynamics of work’. Organization, 24(1), 18-35. https://doi.org/10.1177/1350508416668191
Dejours, C. (1992). A loucura do trabalho: Estudos de psicopatologia do trabalho (5ª ed.). Cortez-Oboré. (Original published in 1980)
Dejours, C. (1995). Le facteur humain. Paris: PUF.
Dejours, C. (2008). A avaliação do trabalho submetida a prova do real - Críticas aos fundamentos da avaliação. In L. Sznelwar, & F. Mascia (Ed.), Trabalho, tecnologia e organização (pp. 31-90). Blucher.
Dejours, C. (2012). Trabalho vivo: Trabalho e emancipação. Paralelo 15.
Dejours, C. (2015). Organização do trabalho e saúde mental: Quais são as responsabilidades do manager? In K. B. Macêdo (Ed.), O diálogo que transforma: A clínica psicodinâmica do trabalho (pp. 223-233). PUC Goiás.
Dollard, M., Skinner, N., Tuckey, M. R., & Bailey, T. (2007) National surveillance of psychosocial risk factors in the workplace: An international overview. Work & Stress, 21(1), 1-29. https://doi.org/10.1080/02678370701254082
Dong, L., Eaton, W. W., Spira, A. P., Agnew, J., Surkan, P. J., & Mojtabai, R. (2018). Job strain and cognitive change: The Baltimore Epidemiologic Catchment Area follow-up study. Occupational and Environmental Medicine, 75(12), 856-862. https://doi.org/10.1136/oemed-2018-105213
Duarte, F. S., & Mendes, A. M. (2013). Notas sobre o percurso teórico da psicodinâmica do trabalho. In L. G. Freitas (Ed.), Prazer e sofrimento no trabalho docente: Pesquisas brasileiras (pp. 13-24). Juruá.
Facas, E. P. (2013). Protocolo de Avaliação dos Riscos Psicossociais no Trabalho: Contribuições da Psicodinâmica do Trabalho [Tese de doutorado]. Repositório Institucional da UnB. https://repositorio.unb.br/handle/10482/15420
Facas, E. P. (2018). Avaliação de riscos psicossociais no trabalho: Contribuições da Psicodinâmica do Trabalho. In M. L. G. Schmidt, M. F. Castro, & M. M. Casadore (Eds.), Fatores psicossociais e o processo saúde/doença no trabalho - Aspectos teóricos, metodológicos, interventivos e preventivos (pp. 41-53). FiloCzar.
Ferreira, M. C., Milfont, T. L., Corrêa, A. P., Fernandes, H. A., Almeida, S. P., & Mendonça, H. (2015). Escala para Avaliação de Estressores Psicossociais no Contexto Laboral: Construção e evidências de validade. Psicologia: Reflexão e Crítica, 28(2), 340-349. https://doi.org/10.1590/1678-7153.201528214
Fischer, F. M. (2012). Relevance of psychosocial factors at work for workers' health. Revista de Saúde Pública, 46(3), 401-406. https://doi.org/10.1590/S0034-89102012000300001
Ganster, D. C., & Rosen, C. C. (2013). Work stress and employee health: A multidisciplinary review. Journal of Management, 39, 1085-1122. https://doi.org/10.1177/0149206313475815
Gartzia, L., Pizarro, J., & Baniandres, J. (2018). Emotional androgyny: A preventive factor of psychosocial risks at work?. Frontiers in Psychology, 9, 2144. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2018.02144
Gollac, M., & Bodier, M. (2011). Collège d’expertise sur le suivi des risques psychosociaux au travail. Mesurer les facteurs psychosociaux de risque au travail pour les maîtriser. [Rapport du Collège d’expertise sur le suivi des risques psychosociaux au travail, faisant suite à la demande du ministre du Travail, de l’Emploi et de la Santé, 42]. https://www.vie-publique.fr/sites/default/files/rapport/pdf/114000201.pdf
Guzmán, L. G. D. (2011). Factores psicosociales: Uma crítica a su definición. In A. J. García & A. C. Ávila (Eds.), Reflexiones teórico-conceptulaes de lo psicossocial em el trabajo (pp. 77-93). Juan Pablos Editor.
Hansez, I., & Keyser, V. (1999). El WOCCQ: Una nueva herramienta en el estuche de instrumentos contra los estresores laborales. El caso de los trabajadores de servicios públicos en Bélgica. Revista de Psicología del Trabajo y de las Organizaciones, 15(2), 173-198. https://journals.copmadrid.org/jwop/files/51263.pdf
Hansson, S. O. (2005). Seven myths of risk. Risk Management: An International Journal, 7(2), 7-17. https://www.jstor.org/stable/3867684
Harvey, S. B., Modini, M., Joyce, S., Milligan-Saville, J. S., Tan, L., Mykletun, A., Bryant, R. A., Christensen, H., & Mitchell, P. B. (2017). Can work make you mentally ill? A systematic meta-review of work-related risk factors for common mental health problems. Occupational Environmental Medicine, 74(4), 301-310. https://doi.org/10.1136/oemed-2016-104015
Havermans, B. M., Boot, C. R., Hoekstra, T., Houtman, I. L., Brouwers, E. P., Anema, J. R., & van der Beek, A. J. (2018). The association between exposure to psychosocial work factors and mental health in older employees, a 3-year follow-up study. International Archives of Occupational and Environmental Health, 91(1), 57-66. https://doi.org/10.1136/oemed-2016-104015
Ilić, I. M., Arandjelović, M. Ž., Jovanović, J. M., & Nešić, M. M. (2017). Relationships of work-related psychosocial risks, stress, individual factors and burnout-Questionnaire survey among emergency physicians and nurses. Medycyna Pracy, 68(2), 167-178. https://doi.org/10.13075/mp.5893.00516
Jacinto, A., & Tolfo, S. R. (2017). Riscos psicossociais no trabalho: Conceitos, variáveis e instrumentos de pesquisa. Perspectivas em Psicologia, 21(1), 35-59. https://doi.org/10.14393/PPv21n1a2017-04
Karasek, R. (1985). Job Content Instrument: Questionnaire and User's Guide, revision 1.1. University of Southern California.
Karasek, R. A. (1979). Job demands, job decision latitude, and mental strain: Implications for job redesign. Administrative Science Quarterly, 4(2), 285-308. https://doi.org/10.2307/2392498
Karasek, R., Brisson, C., Kawakami, N., Houtman, I., Bongers, P., & Amick, B. (1998). The Job Content Questionnaire (JCQ): An instrument for internationally comparative assessments of psychosocial job characteristics. Journal of Occupational Health Psychology, 3(4), 322-355. https://doi.org/10.1037/1076-8998.3.4.322
Kortum, E, Leka, S., & Cox, T. (2011). Perceptions of psychosocial hazards, work-related stress and workplace priority risks in developing countries. Journal of Occupational Health, 53(2), 144-155. https://doi.org/10.1539/joh.O10016
Kortum, E., & Leka, S. (2014). Tackling psychosocial risks and work-related stress in developing countries: The need for a multilevel intervention framework. International Journal of Stress Management, 21(1), 7-26. https://doi.org/10.1037/a0035033
Kortum, E., Leka, S., & Cox, T. (2010) Psychosocial risks and work-related stress in developing countries: Health impact, priorities, barriers and solutions. International Journal of Occupational Medicine and Environmental Health, 23(3), 225-238. https://doi.org/10.2478/v10001-010-0024-5
Kraemer, H. C., Stice, E., Kazdin, A., Offord, D., & Kupfer, D. (2001). How do risk factors work together? Mediators, moderators, and independent, overlapping, and proxy risk factors. American Journal of Psychiatry, 158, 848-856. https://doi.org/10.1176/appi.ajp.158.6.848
Lesener, T., Gusy, B., & Wolter, C. (2019). The job demands-resources model: A meta-analytic review of longitudinal studies. Work & Stress, 33(1), 76-103. https://doi.org/10.1080/02678373.2018.1529065
Lorente, K., & Yeves, J. (2016). Modelos explicativos de stress laboral. In M. J. Chambel (Ed.), Psicologia da saúde ocupacional (pp. 71-94). Factor.
Luchman, J. N. & González-Morales, M. G. (2013). Demands, control, and support: A meta-analytic review of work characteristics interrelationships. Journal of Occupational Health Psychology, 18(1), 37-52. https://doi.org/10.1037/a0030541
Machado, L. S., & Macêdo, K. B. (2016). Análise bibliométrica dos estudos em clínica psicodinâmica do trabalho. Revista Subjetividades, 16(1), 9-23. https://doi.org/10.5020/23590777.16.1.9-22
Martins, S. R. (2008). Tempo antes de adoecer: relações entre saúde e os processos psicodinâmicos de reconhecimento no trabalho. In A. M. Mendes (Ed.), Trabalho e saúde: O sujeito entre emancipação e servidão (pp. 69-88). Juruá.
Merlo, A. R. C. & Mendes, A. (2009). Perspectivas do uso da psicodinâmica do trabalho no Brasil: Teoria, pesquisa e ação. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 12(2), 141-156. https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.v12i2p141-156
Moreno, N. P., Suárez, A. P., Cruz, Z. L., López, D. R., & Rubiano, M. G. (2015). Bibliometric analysis of scientific output on psychosocial risk at work, 2000-2010. Diversitas: Perspectivas en Psicología, 11(1), 147-161. http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1794-99982015000100011
Moreno-Jiménez, B. (2011). Factores y riesgos laborales psicosociales: Conceptualización, historia y cambios actuales. Medicina y Seguridad del Trabajo, 57, 4-19. https://doi.org/10.4321/S0465-546X2011000500002
Neffa, J. C. (2019a). Propuesta de marco teórico para estudiar los RPST (I) Primera parte: Modelos tradicionales de RPST y nuevos enfoques. Trabalho (En)Cena, 4(Esp.), 07-33. https://doi.org/10.20873/2526-1487V4NEspecialP07
Neffa, J. C. (2019b). Propuesta de marco teórico para estudiar los RPST (II) Segunda Parte: Nuevos enfoques a partir del proceso de trabajo. Trabalho (En)Cena , 4(Esp.), 34-57. https://doi.org/10.20873/2526-1487V4NEspecialP34
O'Donnell, E., Landolt, K., Hazi, A., Dragano, N., & Wright, B. J. (2015). An experimental study of the job demand-control model with measures of heart rate variability and salivary alpha-amylase: Evidence of increased stress responses to increased break autonomy. Psychoneuroendocrinology, 51, 24-34. https://doi.org/10.1016/j.psyneuen.2014.09.017
Organização Internacional do Trabalho (1984). Factores psicosociales en el trabajo: Naturaleza, incidencia y prevención. http://www.factorespsicosociales.com/wp-content/uploads/2019/02/FPS-OIT-OMS.pdf
Organização Internacional do Trabalho. (2010). Riesgos emergentes y nuevos modelos de prevención en un mundo de trabajo en transformación. https://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---ed_protect/---protrav/---safework/documents/publication/wcms_124341.pdf
Pacheco, T. P., & Silva, R. M. P. D. (2018). Risco psicossocial para servidores de universidade pública na região norte do Brasil. Revista Psicologia Organizações e Trabalho, 18(1), 335-344. https://doi.org/10.17652/rpot/2018.1.13388
Portuné, R. (2012). Psychosocial risks in the workplace. Archives of Industrial Hygiene and Toxicology, 63, 123-131. https://doi.org/10.2478/10004-1254-63-2012-2212
Puente-Palacios, K. E., Porto, J. B., & Martins, M. C. F. (2016). A emersão na articulação de níveis em Psicologia Organizacional e do Trabalho. Revista Psicologia Organizações e Trabalho, 16(4), 358-366. https://doi.org/10.17652/rpot/2016.4.12603
Rodrigues, C. M. L, & Faiad, C. (2019). Pesquisa sobre riscos psicossociais no trabalho: Estudo bibliométrico da produção nacional de 2008 a 2017. Revista Psicologia Organizações e Trabalho, 19(1), 571-579. http://dx.doi.org/10.17652/rpot/2019.1.15424
Ruiz, V. S., & Araújo, A. L. L (2012). Saúde e segurança e a subjetividade no trabalho: Os riscos psicossociais. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, 37(125), 170-180. https://doi.org/10.1590/S0303-76572012000100020
Sauvezon, C., Ferrieux, D., & Priolo, D. (2019). Le stress au travail: Du paradigme des risques psychosociaux à celui de la qualité de vie au travail. Psychologie du Travail et des Organisations, 25(2), 86-99. https://doi.org/10.1016/j.pto.2018.11.002
Souza, P. C. Z., & Athayde, M. (2006). A contribuição da abordagem clínica de Louis Le Guillant para o desenvolvimento da psicologia do trabalho. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 6(1), 6-19. http://pepsic.bvsalud.org/pdf/epp/v6n1/v6n1a02.pdf
Stansfeld, S., & Candy, B. (2006). Psychosocial work environment and mental health: A meta-analytic review. Scandinavian Journal of Work, Environment & Health, 32(6), 443-462. https://doi.org/10.5271/sjweh.1050
Uribe, J. F. P. (2015). Justicia social, trabajo y factores psicosociales. In J. F. P. Uribe (Ed.), Clima y ambiente organizacional: Trabajo, salud e factores psicosociales (pp. 1-26). Manual Moderno.
Weissbrodt, R., & Giauque, D. (2017). Labour inspections and the prevention of psychosocial risks at work: A realist synthesis. Safety Science, 100, 110-124. https://doi.org/10.1016/j.ssci.2017.02.012
Zanelli, J. C., & Kanan, L. A. (2018). Fatores de risco, proteção psicossocial e trabalho: Organizações que emancipam ou que matam. Uniplac.
Zoni, S., & Luchini, R. G. (2012). European approaches to work-related stress: A critical review on risk evaluation. Safety and Health at Work, 3, 43-49. https://doi.org/10.5491/SHAW.2012.3.1.43
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Carlos Manoel Lopes Rodrigues, Cristiane Faiad, Emílio Perez Facas 2020
Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution 4.0 International.