Colonização, Guerra e Saúde Mental: Fanon, Martín-Baró e as Implicações para a Psicologia Brasileira
DOI :
https://doi.org/10.1590/0102.3772e36nspe14Mots-clés :
Frantz Fanon, Ignacio Martín-Baró, Guerra, Saúde mental, Psicologia políticaRésumé
O presente estudo teórico objetiva discorrer sobre as compreensões de Frantz Fanon e Ignacio Martín-Baró acerca da relação entre guerra, colonização e saúde mental e como podem contribuir ao entendimento de nossa realidade. Ademais, pretendemos refletir como tais subsídios se aplicam à Psicologia brasileira e seu projeto ético-político. Constatamos uma confluência nas análises dos autores, sobretudo a influência de Fanon para Martín-Baró, orientando-se para uma compreensão da saúde mental remetida ao nosso fazimento colonizado e como este se manifesta, é conformado e intensificado por guerras, mesmo que não formais. Finalmente, traçamos implicações para um projeto de Psicologia que aborde a saúde mental na perspectiva dos autores e, assim, transforme-se, contribuindo para o entendimento e mudança de nossa realidade.
Téléchargements
Références
Almeida, S. (2018). O que é racismo estrutural? Letramento.
Bonadiman, C. S. C., Passos, V. M. A., Mooney, M., Naghavi, M., & Melo, A. P. S. (2017). A carga dos transtornos mentais e decorrentes do uso de substâncias psicoativas no Brasil: Estudo de Carga Global de Doença, 1990 e 2015. Revista Brasileira de Epidemiologia, 20(Suppl. 1), 191-204. https://doi.org/10.1590/1980-5497201700050016
Charlson, F., Ommeren, M., Flaxman, A., Cornett, J. ,Whiteford, H., & Saxena, S. (2019). New WHO prevalence estimates of mental disorders in conflict settings: A systematic review and meta-analysis. Lancet, 394, 240-248. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(19)30934-1
Costa, P. H. A., & Lordello, S. R. (2019). Psicologia e realidade brasileira: Notas preliminares para uma práxis psicossocial. In C. Antloga, K. T. Brasil, S. R. Lordello, M. S. Neubern, & E. Queiroz (Eds.), Psicologia Clínica e Cultura Contemporânea 4 (pp. 37-52). Technopolitik.
Fanon, F. (1980). Em defesa da revolução africana. Sá da Costa Editora.
Fanon, F. (2008). Pele negra, máscaras brancas. EDUFBA.
Fanon, F. (2015). Os condenados da terra. Editora UFJF.
Faustino, D. M. (2015). “Por que Fanon? Por que agora?”: Frantz Fanon e os fanonismos no Brasil [Tese de doutorado]. Repositório UFSCAR. https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/7123
Fórum Brasileiro de Segurança Pública [FBSP]. (2019). Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2018. FBSP.
Gonçalves, D. A., Mari, J. J., Bower, P., Gask, L., Dowrick, C., Tófoli, L. F., Campos, M., Portugal, F. B., Ballester, B., & Fortes, S. (2014). Brazilian multicentre study of common mental disorders in primary care: Rates and related social and demographic factors. Cadernos de Saúde Pública, 30(3), 623-632. https://doi.org/10.1590/0102-311X00158412
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada [IPEA], & FBSP. (2019). Atlas da violência 2019. IPEA; FBSP.
Lacerda Júnior, F. (2017). Apresentação - Colocando a Psicologia contra a ordem: Introdução aos escritos de Ignacio Martín-Baró. In I. Martín-Baró, Crítica e libertação na Psicologia: Estudos psicossociais (pp. 7-21, Organização, notas e tradução F. Lacerda Júnior). Vozes.
Martín-Baró, I. (1973). Antipsiquiatria y antipsicoanálisis. Estudios Centroamericanos - ECA, 28(293/294), 203-206.
Martín-Baró, I. (1990). La familia, puerto y carcel para la mujer salvadoreña. Revista de Psicología de El Salvador, 9(37), 265-277
Martín-Baró, I. (1996). O papel do psicólogo. Estudos de Psicologia, 2(1), 7-27.
Martín-Baró, I. (2011). Para uma psicologia da libertação. In R. S. L. Guzzo & F. Lacerda Jr. (Eds.), Psicologia social para América Latina: O resgate da psicologia da libertação (pp. 101-120). Alínea.
Martín-Baró, I. (2017a). Guerra e saúde mental. In I. Martín-Baró, Crítica e libertação na Psicologia: Estudos psicossociais (pp. 251-270, F. Lacerda Júnior, Trad.). Vozes.
Martin-Baró, I. (2017b). O latino indolente: Caráter ideológico do fatalismo latino-americano. In I. Martin Baró, Crítica e libertação na Psicologia (pp. 173-203, F. Lacerda Júnior, Trad.). Vozes.
Martin-Baró, I. (2017c). Um psicólogo frente à guerra civil em El Salvador. In I. Martin Baró, Crítica e libertação na Psicologia (pp. 233-250, F. Lacerda Júnior, Trad.). Vozes.
Martín-Baró, I. (2017d). O psicólogo no processo revolucionário. In I. Martín-Baró, Crítica e libertação na Psicologia: Estudos psicossociais (pp. 25-29, F. Lacerda Júnior, Trad.). Vozes.
Martins, K. O., & Lacerda Júnior, F. (2014). A contribuição de Martín-Baró para o estudo da violência: Uma apresentação. Revista Psicologia Política, 14(31), 569-589. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-549X2014000300010&lng=pt&nrm=iso
Marx, K. (2004). Manuscritos econômico-filosóficos. Boitempo Editorial.
Ministério da Saúde. (2018). Óbitos por suicídio entre adolescentes e jovens negros 2012 a 2016. Ministério da Saúde.
Prado Júnior, C. (2011). Formação do Brasil contemporâneo: Colônia. Cia das Letras.
Ribeiro, D. (2006). O povo brasileiro: A formação e o sentido do Brasil. Cia das Letras.
Smolen, J. R., & Araújo, E. M. (2017). Raça/cor da pele e transtornos mentais no Brasil: Uma revisão sistemática. Ciência e Saúde Coletiva, 22(12), 4021-4030. https://doi.org/10.1590/1413-812320172212.19782016
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Pedro Henrique Antunes da Costa, Kíssila Teixeira Mendes 2020
Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution 4.0 International.