Racismo e Políticas Afirmativas

Evidências do Modelo da Discriminação Justificada

Auteurs-es

  • João Gabriel Modesto Universidade Estadual de Goiás
  • Ana Caroline Minelli Universidade de Brasília
  • Maria Paula Fernandes Universidade de Brasília
  • Matheus Rodrigues Universidade de Brasília
  • Ravena Bufolo Universidade de Brasília
  • Rodolfo Bitencourt Universidade de Brasília
  • Ronaldo Pilati Universidade de Brasília

Mots-clés :

Preconceito, Discriminação, Modelo da Discriminação Justificada, Políticas afirmativas

Résumé

O Modelo da Discriminação Justificada postula que o uso de justificativas exerce um importante papel na compreensão da discriminação. No presente estudo, testamos o MDJ no contexto da discriminação a estudantes que ingressaram na universidade por cotas raciais. Participaram do estudo 182 estudantes universitários, em sua maioria mulheres, que ingressaram na universidade pela ampla concorrência. Os participantes responderam a medidas de preconceito, de discriminação, de percepção de ameaça real e foram alocados em uma de três condições experimentais: valorização das cotas, ameaça real e controle. Verificou-se que a percepção de ameaça real exerceu um papel de mediação na relação entre preconceito e discriminação, independente da condição experimental, indicando o potencial explicativo do MDJ para compreensão da discriminação a cotistas.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Références

Allport, G. W. (1954). The nature of prejudice. Reading, MA: Addison-Wesley.

Baron, R. A., & Branscombe, N., R. (2012). Social psychology (13nd Edition). New York: Pearson.

Costa-Lopes, R., Dovidio, J. F., Pereira, C. R., & Jost, J. T. (2013). Social psychological perspectives on the legitimation of social inequality: Past, present and future. European Journal of Social Psychology, 43, 229”“237. doi:10.1002/ejsp.1966

Dantas, G. S. (2014). Efeitos de primings de crime na identificação de armas, no racismo, na desumanização e na atribuição de punição (Dissertação de mestrado não publicada). Retrieved from http://www.pospsi.ufba.br/Gilcimar_Dantas.pdf

Devine, P. G. (1989). Stereotypes and prejudice: Their automatic and controlled components. Journal of Personality and Social Psychology, 56, 5”“18. doi: http://dx.doi.org/10.1037/0022-3514.56.1.5

Devine, P. G., Plant, E. A., Amodio, D. M., Harmon-Jones, E., & Vance, S. L. (2002). The regulation of explicit and implicit race bias: The role of motivations to respond without prejudice. Journal of Personality and Social Psychology, 82, 835”“848. doi: http://dx.doi.org/10.1037/0022-3514.82.5.835

Dovidio, J. F., Kawakami, K., Johnson, C., Johnson, B., & Howard, A. (1997). On the nature of prejudice: Automatic and controlled processes. Journal of Experimental Social Psychology, 540, 510”“540. doi:JS971331

Fazio, R. H., & Olson, M. a. (2003). Implicit measures in social cognition. Research: Their meaning and use. Annual Review of Psychology, 54, 297”“327. doi:10.1146/annurev.psych.54.101601.145225

Ford, T. E. (2000). Eff ects of sexist humor on tolerance of sexist events. Personality and Social Psychology Bulletin, 26, 1094”“1107. doi:10.1177/01461672002611006

Ford, T. E., & Ferguson, M. A. (2004). Social consequences of disparagement humor: A prejudiced norm theory. Personality and Social Psychology Review, 8, 79”“94. doi:10.1207/S15327957PSPR0801_4

Ford, T. E., Woodzicka, J. A., Triplett, S. R., Kochersberger, A. O., & Holden, C. J. (2014). Not all groups are equal: Diff erential vulnerability of social groups to the prejudice-releasing eff ects of disparagement humor. Group Processes & Intergroup Relations, 17, 178”“199. doi:10.1177/1368430213502558

Greenwald, A. G., Mcghee, D. E., & Schwartz, J. L. K. (1998). Measuring individual differences in implicit cognition: The implicit association test. Journal of Personality and Social Psychology, 74, 1464”“1480. doi:http://dx.doi.org/10.1037/0022-3514.74.6.1464

Henrich, J., Heine, S. J., & Norenzayan, A. (2010). The weirdest people in the world? The Behavioral and Brain Sciences, 33, 61-83. doi:http://doi.org/10.1017/S0140525X0999152X

Lei nº 7.716 de 05 de janeiro 1989. (1989). Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. Diário Oficial da União.

Lei nº 12.711 de 29 de agosto 2012. (2012). Dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio e dá outras providências. Diário Oficial

da União.

Lima, M. E. O., Machado, C., Ávila, J., Lima, C., & Vala, J. (2006). Normas sociais e preconceito: O impacto da igualdade e da competição no preconceito automático contra os negros. Psicologia: Reflexão e Crítica, 19, 309”“319. doi:http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722006000200018

Lima, M. E. O., Neves, P. S. da C., & Silva, P. B. E. (2014). A implantação de cotas na universidade: Paternalismo e ameaça à posição dos grupos dominantes. Revista Brasileira de Educação, 19, 141”“163. Retrieved from: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=27530123008

Lima, M. E. O., & Vala, J. (2004). As novas formas de expressão do preconceito e do racismo. Estudos de Psicologia, 9, 401”“411. doi:http://dx.doi.org/10.1590/S1413-294X2004000300002

McConahay, J. B. (1986). Modern racism, ambivalence, and the modern racism scale. In J.F. Dovidio & S. L. Gaertner (Eds.), Prejudice, discrimination, and racism (pp. 91-125). San Diego: Academic.

Melo, C. V. G., Dantas, G. S., Fernandez, Z. M. B., Pereira, M. E., & Chaves, A. M. (2014). Representações sociais de estudantes da UFBA sobre as cotas universitárias. Psicologia e Saber Social, 3(1), 55”“69. Retrieved from http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/psi-sabersocial/article/view/9482

Nery, M. da P., & Costa, L. F. (2009). Afetividade entre estudantes e sistema de cotas para negros. Paideia, 19(43), 257”“266. Retrieved from http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=305423765014

Neves, P. S. C., & Lima, M. E. O. (2007). Percepções de justiça social e atitudes de estudantes pré-vestibulandos e universitários sobre as cotas para negros e pardos nas universidades públicas.

Revista Brasileira de Educação, 12(34), 17”“38. Retrieved from http://www.scielo.br/pdf/%0D/rbedu/v12n34/a03v1234.pdf

Nosek, B. A., Hawkins, C. B., & Frazier, R. S. (2011). Implicit social cognition: From measures to mechanisms. Trends in Cognitive Sciences, 15, 152”“9. doi:http://dx.doi.org/10.1016/j.tics.2011.01.005

Olson, M. A., & Zabel, K. L. (2016). Measures of prejudice. In T. D. Neslon (Ed.), Handbook of prejudice, stereotyping and discrimination (pp. 175-212). New York: Psychology Press.

Oswald, F. L., Mitchell, G., Blanton, H., Jaccard, J., & Tetlock, P. E. (2013). Predicting ethnic and racial discrimination: A metaanalysis of IAT criterion studies. Journal of Personality and Social Psychology, 105, 171”“92. doi:http://dx.doi.org/10.1037/a0032734

Payne, B. K. (2001). Prejudice and perception: The role of automatic and controlled processes in misperceiving a weapon. Journal of Personality and Social Psychology, 81, 181”“192. doi: http://dx.doi.org/10.1037/0022-3514.81.2.181

Pereira, C. (2011). A legitimação da discriminação em diferentes contextos normativos. In E. M. Techio & M. E. O. Lima (Eds.), Cultura e produção das diferenças: Estereótipos e preconceito no Brasil, Espanha e Portugal (pp. 363-404). Brasília: Technopolotik.

Pereira, C. R., & Vala, J. (2010). Do preconceito à discriminação justificada. In-Mind_Português, 1(2-3), 1”“13. Retrieved from http://bibliobase.sermais.pt:8008/BiblioNET/upload/PDF2/01159_pereira_e_vala_2010.pdf

Pereira, C., Torres, A. R. R., & Almeida, S. T. (2003). Um estudo do preconceito na perspectiva das representações sociais: Análise da infl uência de um discurso justificador da discriminação no preconceito racial. Psicologia: Reflexão e Crítica, 16(1), 95”“107. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722003000100010

Pereira, C., & Vala, J. (2007). Preconceito, normas sociais e justificações para a discriminação de pessoas de cor negra. In J. Vala, M. Garrido, & P. Alcobia (Eds.), Percursos da investigação em psicologia social e organizacional (2nd ed., Vol. II, pp. 145”“164). Lisboa: Edições Colibri.

Pereira, C., Vala, J., & Costa-Lopes, R. (2010). From prejudice to discrimination: The legitimizing role of perceived threat in discrimination against immigrants. European Journal of Social Psychology, 40, 1231”“1250. doi:10.1002/ejsp

Pereira, C., Vala, J., & Leyens, J. P. (2009). From infra-humanization to discrimination: The mediation of symbolic threat needs egalitarian norms. Journal of Experimental Social Psychology, 45, 336”“344. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.jesp.2008.10.010

Queiroz, D. M., & Santos, J. T. (2006). Sistema de cotas: Um debate dos dados à manutenção de privilégios e de poder. Educação e Sociedade, 27(96), 717”“737. Retrieved from: http://www.scielo.br/pdf/%0D/es/v27n96/a05v2796.pdf

Santos, W. S., Gouveia, V. V., Navas, M. S., Pimentel, C. E., & Gusmão, E. É. da S. (2006). Escala de racismo moderno: Adaptação ao contexto brasileiro. Psicologia em Estudo, 11, 637”“645. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-73722006000300020

Schütz, H., & Six, B. (1996). How strong is the relationship between prejudice and discrimination? A meta-analytic answer. Journal of Intercultural Relations, 20, 441-462. doi:10.1016/0147-1767(96)00028-4

Sidanius, J., & Pratto, F. (2001). Social dominance: An intergroup theory of social hierarchy and oppression. London: Cambridge University Press.

Sidanius, J., Pratto, F., Laar, C. Van, & Levin, S. (2004). Social Dominance Theory: Its agenda and method. Political Psychology, 25, 845”“880. doi: 10.1111/j.1467-9221.2004.00401.x

Silva, J. F. da, & Pereira, M. E. (2009). Ameaça dos estereótipos no desempenho intelectual de estudantes universitários cotistas. In J. A. C. Lordelo & M. V. Dazzani (Eds.), Avaliação educacional: Reatando e desatando nós (pp. 225”“247). Salvador: EDUFBA. Retrieved from: http://books.scielo.org/id/wd/11

Silva, P. B. E., & Silva, P. da. (2012). Representação social de estudantes universitários sobre cotas nas universidades. Fractal: Revista de Psicologia, 24, 525”“542. Retrieved from: http://www.uff.br/periodicoshumanas/index.php/Fractal/article/view/517

Smith, P. B., Fischer, R., Vignoles, V. L. & Bond, M. H. (2013). Understanding social psychology across cultures: Engaging with others in a changing world. 2nd Edition. London: Sage.

Semyonov, M., Raijman, R., Tov, A. Y., & Schmidt, P. (2004). Population size, perceived threat, and exclusion: A multipleindicators analysis of attitudes toward foreigners in Germany. Social Science Research, 33, 681”“701. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.ssresearch.2003.11.003

Stangor, C. (2016). The study of stereotyping, prejudice, and discrimination within social psychology: a quick history of theory and research. In T. D. Neslon (Eds.), Handbook of prejudice, stereotyping and discrimination (pp. 3-27). New York: Psychology Press.

Stephan, W. G., Ybarra, O., & Rios, K. (2016). Intergroup Threat Theory. In T. D. Neslon (Eds.), Handbook of prejudice, stereotyping and discrimination (pp. 255-278). New York: Psychology Press.

Telles, E. (2003). Racismo à brasileira: Uma nova perspectiva sociológica. Rio de Janeiro: Relume Dumará, Fundação Ford.

Trawalter, S & Shapiro, J. R. (2010). Racial bias and stereotyping: interpersonal processes. In B. Gawronski & K. Payne (Eds.), Handbook of implicit social cognition (pp. 375-391). New York: The Guilford Press.

Turra, C., & Venturi, G. (1995). Racismo cordial: A mais completa análise sobre preconceito de cor no Brasil. São Paulo: Ática.

Tyler, T. R. (2006). Psychological perspectives on legitimacy and legitimation. Annual Review of Psychology, 57, 375”“400. doi:10.1146/annurev.psych.57.102904.190038

Velloso, J. (2009). Cotistas e não-cotistas: Rendimentos de alunos na Universidade de Brasília. Cadernos de Pesquisa, 39, 621”“644. Retrieved from: http://publicacoes.fcc.org.br/ojs/index.php/cp/article/view/240

Téléchargements

Publié-e

2017-08-29

Comment citer

Modesto, J. G., Minelli, A. C., Fernandes, M. P., Rodrigues, M., Bufolo, R., Bitencourt, R., & Pilati, R. (2017). Racismo e Políticas Afirmativas: Evidências do Modelo da Discriminação Justificada. Psicologia: Teoria E Pesquisa, 33(1). Consulté à l’adresse https://periodicos.unb.br/index.php/revistaptp/article/view/19483

Numéro

Rubrique

Estudos Empíricos