Os Usos de Crack em um Contexto de Vulnerabilidade
Representações e Práticas Sociais entre Usuários
Palabras clave:
Psicologia Social; Teoria das Representações Sociais, Representação social, Crack (droga), Droga (uso), Drogas, Problemas sociaisResumen
O objetivo deste estudo foi compreender os contextos de uso do crack. Para isso, foram entrevistados 14 usuários de crack de diferentes localidades e realizada Análise Temática de Conteúdo das informações obtidas. Os resultados indicam que as representações encontradas nesses contextos situam o crack como droga da destruição, o qual acaba por influenciar no modo de consumir a droga, descrito por episódios de ingestão intensa, com deterioração orgânica e prejuízos para a saúde. Diante dessa discussão, conclui-se que a consideração do contexto enquanto unidade de análise implica em uma possibilidade teórica de abarcar a circularidade do saber, pois retoma a produção de sentidos, sem torná-la estagnada a um grupo ou população.
Palavras-chave: representação social, crack (droga), droga (uso), drogas, problemas sociais
Descargas
Citas
Acioli Neto, M. L. (2014). Os contextos de uso do crack:
representações e práticas sociais entre usuários (Dissertação
de Mestrado). Centro de Filosofia e Ciências Humanas,
Universidade Federal de Pernambuco, Recife.
Bardin, L. (1977). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70.
Bastos, F. I., & Bertoni, N. (2014). Pesquisa nacional sobre o uso
de crack: Quem são os usuários de crack e/ou similares do
Brasil? Quantos são nas capitais brasileiras? Rio de Janeiro,
RJ: ICIT/ FIOCRUZ.
Becker, H. S. (2008). Outsiders: Estudos de sociologia do desvio.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
Berger, P. L., & Luckmann, T. L. (1996). A construção social da
realidade. Petrópolis: Vozes.
Boni, V. & Quaresma, S. J. (2005). Aprendendo a entrevistar: como
fazer entrevistas em Ciências Sociais. Revista Eletrônica dos
Pós-Graduandos em Sociologia Política da UFSC, 2(3),68-80.
Bruner, J. (1997). Atos de significação. Porto Alegre: Artes Médicas.
Bucher, R., & Lucchini, R. (1992). À Procura de uma abordagem
interdisciplinar da toxicomania. Em R. Bucher (Org.), R.
Drogas e Drogadição no Brasil (pp. 160-181). Porto Alegre:
Artes Médicas.
Burgierman, D. R. (2011). O fim da Guerra: A maconha e a criação
de um novo sistema para lidar com as drogas. São Paulo: Leya.
Chavez, T. V., Sanchez, Z. M., Ribeiro, L. A., & Nappo, S (2011).
Fissura por crack: Comportamentos e estratégias de controle
de usuários e ex-usuários. Revista de Saúde Pública, 45(6),
-1175.
Doise, W. (2002). Da Psicologia Social à Psicologia Societal.
Psicologia: Teoria e Pesquisa, 18(1), 27-35.
Donato, E. M., Rezende, E. P., Ribeiro, M., & Silva, C. J. (2010).
Farmacologia e neurobiologia do consumo de crack. Em M.
Ribeiro &R. Laranjeira (Orgs.), O tratamento do usuário de
crack (pp. 76-89). São Paulo: Casa Leitura Médica.
Escohotado, A. (1996). Historia elemental de las drogas. Barcelona:
Anagrama.
Foucault, M. (2009). História da sexualidade 2: O uso dos prazeres.
Rio de Janeiro: Edições Graal.
Gomes, J. C. (2010). Anjos caídos: Sarjeta do crime e do crack.
Florianópolis: Bookess Editora.
Jackson-Jacobs, C. (2001). Refining Rock: Practical and Social
Features of Self-Control among a Group of College-Student
Crack Users. Contemporary Drug Problems, 28, 597”“624.
Jodelet, D. (2001). Representações Sociais: um domínio em
expansão. Em D. Jodelet (Org.), Representações Sociais (pp.
-44). Rio de Janeiro: EdUERJ.
Jodelet, D. (1984). Réflexions sur le traitement de la notion de
représentation sociale en psychologie social. Communication-
Information, 4(213), 15 ”“ 41.
Jorge, M. S., Quinderé, P. H., Yasui, S., & Albuquerque, R. A. (2013).
Ritual de consumo do crack: aspectos socioantropológicos e
repercussões para a saúde dos usuários. Ciência e Saúde
Coletiva, 18(10), 2909-2918.
Jovchelovitch, S. (2008).Os contextos do saber. Petrópolis: Editora
Vozes.
Lewin, K. (1948). Resolving social conflicts. Nova Iorque: Harper
& Row.
Macrae, E. (2000). Antropologia: Aspectos Sociais, Culturais
e Ritualísticos.Em S. D. Seibel & A. Toscano Jr. (Orgs.),
Dependência de drogas (pp. 25-34).São Paulo: Atheneu.
Martín-Baró, I. (1987). El latino indolente: carácter ideológico del
fatalismo latinoamericano. Em M. Montero (Org.), Psicologia
Política Latinoamericana (pp. 135-162). Caracas, Venezuela:
Panapo.
Ministério da Justiça. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas
(SENAD). (2013). Censo das Comunidades Terapêuticas no
Brasil. Brasília, DF: Senad. Retirado de http://www.mapa-ct.
ufrgs.br/
Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Saúde. (2013, junho).
Resolução Nº 466 de 12 de dezembro de 2012. Dispõe sobre as
diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo
seres humanos. Diário Oficial da União [da] República
Federativa do Brasil.
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. (2010). Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística. Contagem Populacional.
Censo 2010. Rio de Janeiro, RJ: IBGE. Retirado de http://
censo2010.ibge.gov.br/
Ministério da Saúde. (2011). Portaria nº 122. Define as diretrizes
de organização e funcionamento das Equipes de Consultório
na Rua. Brasília: Author.
Moreira, E. C. (2009). Uso do crack nas metrópoles modernas:
Observações preliminares sobre o fenômeno em Salvador,
Bahia. Em A. N. Filho, E. Macrae, L. A. Tavares, &
M. Rêgo (Orgs.), Toxicomanias: incidências clínicas e
socioantropológicas (pp. 113-121). Salvador: EDUFBA,
CETAD.
Morgan, J. P., & Zimmer, L. (1997). The social pharmacology
of smokeable cocaine: Not all it’s cracked up to be. Em C.
Reinarman & H. G. Levine (Orgs.), Crack in America:Demon
drugs and social justice (pp.1-17). Berkeley: University of
California Press.
Morin, M., & Apostolidis, T. (2002). Contexte social et santé. Em
G. Fischer (Org.),Traité de psychologie de la santé (pp. 463-
.Paris: Dunod.
Moscovici, S. (2003). Representações Sociais: Investigações em
Psicologia Social. Petrópolis: Vozes.
Moscovici, S. (1994). A melhor maneira de se provar o pudim
ainda é comendo-o. Em C. Sá (presidência), 2ª Conferência
Internacional sobre Representações Sociais, Rio de Janeiro.
Moscovici, S. (1978). A representação social da psicanálise. Rio
de Janeiro: Zahar.
Moscovici, S. (1963). Attitudes and Opinions. Annual Review of
Psychology, 14, 231-260.
Occhini, M. F.,& Teixeira, M. G. (2006). Atendimento a pacientes
dependentes de drogas: atuação conjunta do psicólogo e do
psiquiatra. Estudos de Psicologia, 11, 229-236.
Oliveira, L. R., & Nappo, A. S. (2008). Caracterização da cultura
de crack na cidade de São Paulo: padrão de uso controlado.
Revista de Saúde Pública, 42(4), 664-671.
Paiva, F. S., & Ronzani, T. M. (2009). Estilos parentais e consumo
de drogas entre adolescentes: Revisão sistemática. Psicologia
em Estudo, 14(1), 177-183.
Resolução nº 109. (2009, 11 de novembro). Aprova a Tipificação
Nacional de Serviços Socioassistenciais. Diário Oficial da
União, Brasília, DF.
Santos, M. F. S., Acioli Neto, M.L.,& Sousa, Y. S. O. (2012).
Representações sociais do crack na imprensa pernambucana.
Estudos de Psicologia (Campinas), 29(3), 379-386.
Scheffer, M., Pasa, G. G., & Almeida, R. R. (2010). Dependência
de Álcool, Cocaína e Crack e Transtornos Psiquiátricos.
Psicologia: Teoria e Pesquisa, 26(3), 533-541.
Seibel, S.D.,& Toscano Jr, A. (2000). Conceitos básicos e
classificação geral das substâncias psicoativas. Em S. D. Seibel
& A. Toscano Jr. (Orgs.), Dependência de drogas (pp. 25-34).
São Paulo: Atheneu.
United Nations Office on Drugs and Crime. (2015). World Drug
Report 2015. Vienna: United Nations Publications.
Varella, A. C. (2013). A embriaguez na conquista da América:
Medicina, idolatria e vício no México e Peru, séculos XVI e
XVII. São Paulo: Alameda.
Velho, G. (1981). Individualismo e cultura. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar Editor.
Wagner, W. (1998). Social Representations and Beyond: Brute
Facts, Symbolic Coping and Domesticated Worlds. Culture
and Psychology, 4, 297-329.
Waldorf, D., Reinarman, C.,& Murphy, S. (1991). Cocaine
changes:The experience of using and quitting. Philadelphia:
Temple University Press.
Wandekoken, K., & Siqueira, M. (2013). Aplicação do modelo de
Neuman e diagnósticos de nanda ao cuidado do usuário de
crack. Ciencia y Enfermería, 19(2), 125-139.
Zinberg, N. (1984). Drug, set and setting. New Haven: Yale
University Press.
