“Eu Não Tenho Direito de Me Desanimar”: Sofrimento no Trabalho de Executivos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/0102.3772e37523%20%20

Palavras-chave:

Psicodinâmica do trabalho, Sofrimento, Executivos

Resumo

Este estudo analisa os reflexos que as vivências de trabalho exercem sobre a saúde mental dos executivos das indústrias alimentícias do Vale do Caí, Rio Grande do Sul. Com delineamento qualitativo, a pesquisa contou com oito entrevistados. Utilizaram-se entrevistas focalizadas e questionários. Os dados foram examinados por meio da análise de conteúdo proposta por Laville e Dionne. O medo do desligamento e a necessidade de abdicarem da própria subjetividade em prol da empresa são fatores de sofrimento. A organização do trabalho é negligente com cuidados à saúde mental e promove modos mecanicistas de ser, agravando os riscos à integridade dos trabalhadores. A psicologia promove reflexões e possibilita a ressignificação do sofrimento gerado pelo trabalho.

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Biografia do Autor

Fernanda Lottermann, Universidade Feevale, Novo Hamburgo, RS, Brasil

Graduanda de Psicologia com ênfase em processos Institucionais (Organizações e Trabalho)

Carmem Regina Giongo, Universidade Feevale, Novo Hamburgo, RS, Brasil

Psicóloga do Trabalho e das Organizações, Especialista em Psicologia Organizacional, Mestre em PsicologiaDoutora em Psicologia Social e Institucional, Docente do curso de Psicologia na Universidade Feevale.

Lisiane Machado De Oliveira Menegotto, Universidade Feevale, Novo Hamburgo, RS, Brasil

Psicóloga clínica e escolar, Mestre e Doutora em Psicologia do Desenvolvimento, Docente do curso de Psicologia e Pesquisadora da Feevale.  

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Publicado

2021-10-20

Como Citar

Lottermann, F. ., Regina Giongo, C. ., & Machado De Oliveira Menegotto, L. . (2021). “Eu Não Tenho Direito de Me Desanimar”: Sofrimento no Trabalho de Executivos. Psicologia: Teoria E Pesquisa, 37. https://doi.org/10.1590/0102.3772e37523

Edição

Seção

Estudos Empíricos