A lógica da dialogicidade narrativa no Repertório de Posições Pessoais
Palavras-chave:
Repertório de posições pessoais, Self dialógico, Narratividade, ReflexividadeResumo
Este estudo teve o objetivo de analisar as relações lógicas que fundamentam a abordagem dialógica do self e sua contraparte instrumental, o Repertório de Posições Pessoais (RPP). Metodologicamente, a análise tomou por base a evidência empírica fornecida pela aplicação do RPP a 17 participantes com idade entre 19 e 34 anos (11 mulheres). Os resultados sugeriram dois diferentes contextos para o fenômeno de dialogicidade do self: a possibilidade de uma pessoa perceber-se como uma multiplicidade de características, e a possibilidade de construir narrativas sobre si a partir de diferentes pontos de vista. Esses resultados indicaram que o RPP é capaz de demonstrar a estrutura espacial da dialogicidade, mas não a dialogicidade em ação. A dialogicidade não é avaliada diretamente pelo instrumento, mas revela-se um resultado da natureza narrativa do self. Para concluir, são discutidas limitações e possibilidades da abordagem dialógica do self, bem como do instrumento de avaliação proposto.
Downloads
Referências
Bamberg, M., & Zielke, B. (2007). From dialogical practices to polyphonic thought? Developmental inquiry and where to look for it. International Journal for Dialogical Science, 2, 223-242. Retrieved from http://ijds.lemoyne.edu/journal/2_1/index.html
Barresi, J. (2002). From ‘the Thought is the Thinker’ to ‘the Voice is the Speaker’. Theory & Psychology, 12, 237-250.
Barresi, J. (2007). The origins of autism: a commentary on Muratori & Maestro’s “Autism as a downstream effect of primary difficulties in intersubjectivity interacting with abnormal development of brain connectivity. International Journal for Dialogical Science, 2, 119-124. Retrieved from http://ijds.lemoyne.edu/journal/2_1/index.html
Bertau, M. C. (2007). On the notion of voice: an exploration from a psycholinguistic perspective with developmental implications. International Journal for Dialogical Science, 2, 133-161. Retrieved from http://ijds.lemoyne.edu/journal/2_1/index.html
Bertau, M. C., & Gonçalves, M. (2007). Looking at “Meaning as movement” in development: Introductory reflections on the developmental origins of the dialogical self. International Journal for Dialogical Science, 2, 1-12. Retrieved from http://ijds.lemoyne.edu/journal/2_1/index.html
Cortini, M., Mininni, G., & Manuti, A. (2004). The diatextual construction of the self in short message systems. Identity, 4, 355-370.
Creswell, J. W. (2010). Projeto de Pesquisa: Métodos Qualitativo, Quantitativo e Misto. Porto Alegre: Artmed.
Cunha, C. (2007). Constructing organization through multiplicity: a microgenetic analysis of self-organization in the dialogical self. International Journal for Dialogical Science, 2, 287-316. Retrieved from http://ijds.lemoyne.edu/journal/2_1/index.html
Damásio, A. R. (2000). O mistério da consciência. (L. T. Motta, Trad.). São Paulo:
Companhia das Letras. (Originalmente publicado em 1999)
DeSouza, M. L., & Gomes, W. B. (2009). Temporalidade e espacialidade na estrutura do self nas abordagens semiótica e dialógica. Psicologia em Estudo, 14, 365-373.
DeSouza, M. L., DaSilveira, A., & Gomes, W. B. (2008). Verbalized inner speech and the expressiveness of self-consciousness. Qualitative Research in Psychology, 5(2), 154-170.
Duarte, F., & Gonçalves, M. M. (2007). Negotiating motherhood: a dialogical approach. International Journal for Dialogical Science, 2, 249-275. Retrieved from http://ijds.lemoyne.edu/journal/2_1/index.html
Fogel, A., Koeyer, I., Bellagamba, F. & Bell, H. (2002). The dialogical self in the first two years of life. Theory & Psychology, 12, 191-205.
Florenskaya, T. A. (1989). Psychological problems of dialogue in light of the ideas of M. M. Bakhtin and A. A. Ukhtomskii. Soviet Psychology, 27, 29-40.
Gil, A. C. (2002). Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas.
Gomes, W. B. (Ed.) (1998). Fenomenologia e pesquisa em psicologia. Rio Grande do Sul: Ed. Universidade/UFRGS.
Gonçalves, M. M., & Salgado, J. (2001). Mapping the Multiplicity of the Self. Culture & Psychology, 7, 367-377.
Harré, R., & Gillett, G. (1999). A mente discursiva: os avanços na ciência cognitiva. (D. Batista, Trad.). Porto Alegre: Artmed.
Hermans, H. J. M. (2000). Valuation, innovation and critical personalism. Theory & Psychology, 10, 801-814.
Hermans, H. J. M. (2001). The construction of a personal position repertoire: method and practice. Culture & Psychology, 7, 323-365.
Hermans, H. J. M., Kempen, H. J. G., & Van Loon, R. J. P. (1992). The Dialogical Self: beyond individualism and rationalism. American Psychologist, 47, 23-33.
Hermans, H. J. M., & Kempen, H. J. G. (1993). The Dialogical Self: Meaning as Movement. San Diego: Academic Press.
Husserl, E. (1986). A idéia da fenomenologia (A. Morão, Trad.). Lisboa: Edições 70.
Lanigan, R. (1992). The human science of communicology. Pittsburgh: Duquesne University Press.
Leiman, M. (2002). Toward semiotic dialogism: The role of sign mediation in the dialogical self. Theory & Psychology, 12, 221-235.
Lewis, M. D. (2002). The dialogical brain: Contributions of emotional neurobiology to understanding the dialogical self. Theory & Psychology, 12, 175-190.
Lyra, M. (2005). O modelo EEA para a investigação da emergência e desenvolvimento da comunicação e do self: bases conceituais e fundamentos teórico-metodológicos. Estudos de Psicologia, 11, 25-33.
Lysaker, J. T. (2006). “I am not what I seem to be”. International Journal for Dialogical Science, 1, 43-45. Retrieved from http://ijds.lemoyne.edu/journal/1_1/index.html
Mancuso, J. C., & Sarbin, T. R. (1983). The self-narrative in the enactment of roles. In T. R. Sarbin, & K. Scheibe (Eds.), Studies in social identity (pp. 254-273). New York: Praeger.
Michotte, A. (1963). The perception of causality (T. R. Miles & E. Miles, Trads.). London: Methuen. (Originalmente publicado em 1946)
Morin, A. (1993). Self-talk and self-awareness: on the nature of the relation. The Journal of Mind and Behavior, 14, 223-234.
Morin, A. (2001). The split brain debate revisited: on the importance of language and self recognition for right hemispheric consciousness. Journal of Mind and Behavior 22, 107-118.
Morin, A. (2002). Right hemispheric self-awareness: A critical assessment. Consciousness and Cognition, 11, 396”“401.
Morin, A. (2003). Inner speech and conscious experience: Talking to ourselves is important in developing a sense of self. Science & Consciousness Review, 4, 1-6.
Raggatt, P. T. F. (2000). Mapping the dialogical self: towards a rationale and method of assessment. European Journal of Personality, 14, 65-90.
Raggatt, P. T. F. (2010). The self positioned in time and space: dialogical paradigms. Theory & Psychology, 20(3), 451-460.
Rosenberg, M., & Turner, R. H. (Eds.). (1981). Social Psychology: Sociological Perspectives. New York: Basic Books.
Salgado, J. (2008, agosto). Analysis of the “El Guerrillero”. Trabalho apresentado na Fifth International Conference on the Dialogical Self, Cambridge, Reino Unido.
Santos, M. A. (2007). Movimentos dialógicos do self em psicoterapia. (Dissertação de mestrado não publicada). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
Santos, M. A., & Gomes, W. B. (2010). Self dialógico: teoria e pesquisa. Psicologia em Estudo, 15, 353-361.
Sarbin, Th. R. (1986). The narrative as a root metaphor for psychology. In Th. R. Sarbin (Ed.), Narrative psychology: The storied nature of human conduct (pp. 3-21). New York: Praeguer.
Sarbin, Th. R. (1989). Emotions as narrative emplotments. In M. J. Packer & R. B. Addison (Eds.), Entering the circle: Hermeneutic investigation in psychology (pp. 185-201). Albany, NY: SUNY Press.
Sarbin, Th. R. (1990). The narrative quality of action. Theoretical and Philosophical Psychology, 10, 49-65.
Taylor, C. (1997). As fontes do self: a construção da identidade moderna. (A. U. Sobral e D. A. Azevedo, Trads.). São Paulo: Edições Loyola. (Originalmente publicado em 1989)
Valsiner, J. (2002). Forms of dialogical relations and semiotic autoregulation within the self. Theory & Psychology, 12, 251-265.
Vasil’eva, I. I. (1988). The importance of M. M. Bakhtin’s idea of dialogue and dialogic relations for the psychology of communication. Soviet Psychology, 26, 17-31.
Wiley, N. (1996). O self semiótico. (L. P. Rouanet, Trad.). São Paulo: Edições Loyola. (Originalmente publicado em 1994)
Wiley, N. (1994). The semiotic self. Chicago: The Univ. Chicago Press.
Wiley, N. (2006). Pragmatism and the dialogical self. International Journal for Dialogical Science [On-line Journal], 1, 43-45. Retrieved from http://ijds.lemoyne.edu/journal/1_1/index.html