Burnout em Professores Universitários:

Impacto de Percepções de Justiça e Comprometimento Afetivo

Autores

  • Ivone Félix de Souza Pontifícia Universidade Católica de Goiás
  • Helenides Mendonça Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Palavras-chave:

Burnout, Justiça organizacional, Comprometimento organizacional afetivo

Resumo

Esta pesquisa objetivou analisar o poder mediacional do comprometimento organizacional afetivo na relação entre as percepções de justiça distributiva, processual e interacional e o burnout. Participaram da pesquisa 233 professores universitários. Foram aplicados os instrumentos avaliativos Maslach Burnout Inventory, Escala de Percepção de Justiça Organizacional e Organizational Commitment Questionnaire. Analisou-se o poder mediacional do comprometimento na relação entre a percepção de justiça e o burnout, a partir da regressão hierárquica. O poder mediacional do comprometimento se confirmou na relação entre percepção de justiça distributiva e exaustão. Concluiu-se que a percepção de injustiça na forma de distribuição de recursos pode levar o professor universitário à exaustão, o que pode ter probabilidade aumentada diante da falta de comprometimento.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Assmar, E. M. L., Ferreira, M. C., & Souto, S. O. (2005). Justiça organizacional: uma revisão crítica da literatura. Psicologia: Reflexão e Crítica, 18, 443-453.
Baron, R. M., & Kenny, D. A. (1986). The moderator-mediator variable distinction in social psychological research: Conceptual, strategic, and statistical considerations. Journal of Personality and Social Psychology, 51, 1173-1182.
Bastos, A. V. B. (1993). Comprometimento organizacional: um balanço dos resultados e desafios que cercam essa tradição de pesquisa. Revista de Administração de Empresas, 33, 52-64.
Bastos, A. V. B. (2000). Padrões de comprometimento com a profissão e a organização: o impacto de fatores pessoais e da natureza do trabalho. Revista de Administração, 35, 48-60.
Bies, R. J. (1987). The predicament of injustice: The management of moral outrage. Em L. L. Cummings & B. M. Staw (Eds.), Research in organizational behavior, Vol. 9 (pp. 289-319). Greenwich: JAI.
Bies, R. J. (2001). International (in)justice: The sacred and the profane. Em J. Greenberg & R. Cropanzano (Orgs.), Advances in organizational justice (pp. 89-118). Stanford: Stanford University.
Borges-Andrade, J. E., Afanasieff, R. S., & Silva, M. S. (1989). Mensuração de comprometimento organizacional em instituições públicas [Resumo]. Em Sociedade Brasileira de Psicologia (Org.), Resumos da XIX Reunião Anual de Psicologia (p. 236). Ribeirão Preto: SBP.
Borges-Andrade, J. E., Cameschi, C. E., & Silva, M. S. (1990). Comprometimento organizacional em instituição de pesquisa: diferenças entre meio e fim. Revista de Administração, 25, 29-43.
Borges, L. de O., Argolo, J. C. T., & Baker, M. C. S. (2006). Os valores organizacionais e a síndrome de burnout: dois momentos em uma maternidade pública. Psicologia: Reflexão & Crítica, 19, 34-43.
Carlotto, M. S., & Câmara, S. G. (2008). Análise da produção científica sobre a Síndrome de Burnout no Brasil. Psico, 39, 152-158
Carlotto, M. S., & Palazzo, L. S. (2006). Síndrome de burnout e fatores associados: um estudo epidemiológico com professores. Cadernos de Saúde Pública, 22, 1017-1026.
Codo, W. (1999). Educação: carinho e trabalho. Petrópolis: Vozes.
Codo, W., & Vasques-Menezes, I. (2000). Burnout: sofrimento psíquico dos trabalhadores em educação. Cadernos de Saúde do Trabalhador, 14, 29-48.
Cropanzano, R., & Baron, R. A. (1991). Injustice and organizational conflict: The moderating role of power restoration. International Journal of Conflict Management, 2, 5-26.
Deutsch, M. (1985). Distributive justice: A social-psychological perspective. New Haven: Yale University.
Elovainio, M., Kivimäki, M., Eccles, M., & Sinervo, T. (2002). Team climate and procedural justice as predictors of occupational strain. Journal of Applied Social Psychology, 32, 359-372.
Filenga, D. (2003). O impacto de percepções de justiça em três bases de comprometimento organizacional [Resumo]. Em Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (Org.), XXVII Encontro da ANPAD. Rio de Janeiro: ANPAD, CD-ROM.
Fox, S., & Spector, P. E. (1999). A model of work frustration-aggression. Journal of Organizational Behavior, 20, 915-931.
Grayson, J. L., & Alvarez, H. K. (2008). School climate factors relating to teacher burnout: A mediator model. Teaching and Teacher Education: An International Journal of Research and Studies, 24, 1349-1363.
Kim, H. J., Shin, K. H., & Swanger, N. (2009). Burnout and engagement: A comparative analysis using the big five personality dimensions. International Journal of Hospitality Management, 28, 96”“104.
Kulik, C. T., & Ambrose, M. L. (1992). Personal and situational determinants of referent choice. Academy of Management Review, 17, 212-237.
Leventhal, G. S. (1980). What should be done with equity theory? Em K. J. Gergen, M. S. Greenberg & R. H. Willis (Eds.), Social exchange: Advances in theory and research (pp. 27-55). New York: Plenum.
Maslach, C. (2006). Promovendo o envolvimento e reduzindo o burnout [Resumo]. Em International Stress Management Association (Org.), Anais do VI Congresso de Stress da ISMA-BR, VIII Fórum Internacional de Qualidade de Vida no Trabalho. Porto Alegre: ISMA, CD-ROM.
Maslach, C., & Jackson, S. E. (1981). The measurement of experienced burnout. Journal of Occupational Behaviour, 2, 99-113.
Maslach, C. P., Jackson, S. E., & Leiter, M. P. (1996). Maslach Burnout Inventory Manual (3ª ed.). Palo Alto: Consulting Psychologist Press.
Maslach, C., & Leiter, P. M. (1999). Trabalho: fonte de prazer ou desgaste? Guia para vencer o estresse na empresa (M. S. Martins, Trad.). Campinas: Papirus. (Trabalho original publicado em 1997)
Mendonça, H. (2003). Retaliação organizacional: o impacto dos valores e da justiça. Tese de Doutorado, Universidade de Brasília, Brasília.
Mendonça, H., Pereira, C., Tamayo, A., & Paz, M. G. T. (2003). Validação fatorial de uma escala de percepção de justiça organizacional. Estudos, Vida e Saúde, 30, 111-130.
Ministério da Saúde - Brasil (1996). Resolução nº 196/96 - Conselho Nacional de Saúde (CNS). Brasília: Diário Oficial da União.
Monteiro, Z. H. M. (2000). Desempenho escolar, condições de trabalho e as implicações para a saúde do professor. Dissertação de Mestrado, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
Mowday, R. T., Porter, L. W., & Steers, R. M. (1982). Employee-organization linkages: The psychology of commitment, absenteeism, and turnover. New York: Academic Press.
Mowday, R. T., Steers, R. M., & Porter, L. W. (1979). The measurement of organizational commitment. Journal of Vocational Behavior, 14, 224-247.
Oliveira, M. A. P. S., Lima, S. M. V., & Borges-Andrade, J. E. (1999). Comprometimento no trabalho e produção científica entre pesquisadores brasileiros. Revista de Administração, 34, 12-20.
Paz, M. G. T. (1992). Justiça distributiva na avaliação de desempenho dos trabalhadores de uma empresa estatal. Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo, São Paulo.
Rego, A. (2000). Comportamentos de cidadania organizacional ”“ uma abordagem empírica a alguns dos seus antecedentes e conseqüências. Tese de Doutorado, Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, Lisboa.
Sabancı, A. (2009). The effect of primary school teachers’ burnout on organizational health [Abstract]. Em Uzunboylu, H. (Org.), I World Conference on Educational Sciences (p. 195”“205). Nicosia: Cyprus Education Sciences Association, World Education, Science, Research and Councilling Center.
Siqueira, M. M. M., & Gomide Júnior, S. (2004). Vínculos do indivíduo com o trabalho e com a organização. Em J. C. Zanelli, J. E. Borges-Andrade & A. V. B. Bastos. (Orgs.), Psicologias, organização e trabalho no Brasil (pp. 300-328). Porto Alegre: Artmed.
Sousa, I. F., & Mendonça, H. (2006). Do stress ao burnout: a mediação das estratégias de coping [Resumo]. Em International Stress Management Association (Org.), Anais do VI Congresso de Stress da ISMA-BR, VIII Fórum Internacional de Qualidade de Vida no Trabalho. Porto Alegre: ISMA. CD-ROM.
Tamayo, A. (1998). Valores organizacionais: sua relação com satisfação no trabalho, cidadania organizacional e comprometimento afetivo. Revista de Administração, 33, 56-63.
Tamayo, A., Souza, M. G. S., Vilar, S. L., Ramos, J. L., Albernaz, J. V., & Ferreira, N. P. (2001). Prioridades axiológicas e comprometimento organizacional. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 17, 27-35.
Tamayo, M. R., & Tróccoli, B. T. (2002a). Burnout no trabalho. Em A. M. Mendes, L. O. Borges & M. C. Ferreira (Orgs.), Trabalho em transição, saúde em risco (pp. 43-58). Brasília: Universidade de Brasília.
Tamayo, M. R., & Tróccoli, B. T. (2002b). Exaustão emocional: relações com a percepção de suporte organizacional e com as estratégias de coping no trabalho. Estudos de Psicologia, 7, 37-46.
Tepper, B. J. (2001). Health consequences of organizational injustice and interactive effects: tests of main and interactive effects. Organizational Behavior and Human Decision Processes, 2, 197-215.

Downloads

Publicado

2010-02-09

Como Citar

Souza, I. F. de, & Mendonça, H. (2010). Burnout em Professores Universitários:: Impacto de Percepções de Justiça e Comprometimento Afetivo. Psicologia: Teoria E Pesquisa, 25(4), 499. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/revistaptp/article/view/17410

Edição

Seção

Estudos Empíricos