A crise tem rosto de mulher

como as desigualdades de gênero particularizam os efeitos da pandemia do COVID-19 para as mulheres no Brasil

Autores

  • Hayeska Costa Barroso Universidade de Brasília, Departamento De Serviço Social
  • Mariah Sá Barreto Gama Universidade de Brasília, Departamento De Serviço Social https://orcid.org/0000-0002-0744-9586

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.3953300

Palavras-chave:

Brasil, Coronavírus, Desigualdades de gênero, Divisão sexual do trabalho, Pandemia, Violência contra as mulheres

Resumo

As crises, sejam elas humanitárias, econômicas ou sanitárias, muitas vezes agregadas e sobrepostas, quer estruturais, quer conjunturais, costumam ter as mulheres como aquelas que sentem mais rápida, profunda e prolongadamente seus efeitos. Assim, o objetivo do presente trabalho é refletir sobre como as desigualdades de gênero particularizam os efeitos da pandemia do COVID-19 para as mulheres no Brasil, sobretudo mulheres pobres e negras. Para tanto, lançaremos mão do recurso a dados estatísticos já disponíveis sobre essa realidade até o presente momento, além de possibilitar seu desvelamento à luz do debate teórico e crítico em torno de categorias como: desigualdade de gênero, violência contra as mulheres e divisão sexual do trabalho. As desigualdades de gênero consideradas aqui ficam evidentes no acesso à renda e ao trabalho, bem como na divisão de trabalhos domésticos e de reprodução da vida, nas ocorrências de violência doméstica e intrafamiliar, nas ameaças aos direitos sexuais e reprodutivos.

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Publicado

2020-08-25

Como Citar

Barroso, H., & Gama, M. (2020). A crise tem rosto de mulher : como as desigualdades de gênero particularizam os efeitos da pandemia do COVID-19 para as mulheres no Brasil. Revista Do CEAM, 6(1), 84–94. https://doi.org/10.5281/zenodo.3953300

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