Mulher Negra e Candomblecista: a potência gestora de Mãe Floripedes

Auteurs-es

  • Thatianny Alves de Lima Silva Universidade Federal de Goiás

DOI :

https://doi.org/10.26512/revistacalundu.v4i1.30711

Mots-clés :

Mulher Negra, Matripotência, Candomblé, Tradição yorùbá

Résumé

Este trabalho tem o intuito de evidenciar a história de uma sacerdotisa de tradição yorùbá, buscando destacar a força criadora dessa mulher negra e a potência no ato de gestar (entre filhos e projetos). A partir das concepções relacionadas à matripotência, foi possível repensar em tons de crítica a categoria mulher e as correlações entre corpo, sexo biológico e gênero, comum em construções ocidentais. Ao questionar essas categorias, enfatizando a não universalidade das mesmas, buscou-se novas percepções de um ser mulher negra sacerdotisa, que identifica as distinções sobre as vivências dessas mulheres, porém questiona e busca em perspectivas africanas e diaspóricas, assim como busca na ênfase da memória e da oralidade, estratégias de resistências possíveis para a contemporaneidade. Ao longo das memórias relatadas foi possível acessar fatos históricos e elementos de caráter simbólico sobre a sacerdotisa de candomblé, Mãe Floripedes de Ọ̀ṣá»Ìá»Ì€si. Ao sair de sua cidade natal, Salvador, chega ao Rio de Janeiro em busca de outras perspectivas de vida. Ao longo de sua trajetória evidenciou liderança, sensibilidade e mediunidade, fundando um espaço sagrado em 1956, espaço este que atua para além das atividades de caráter religioso, evidenciando a importância dos terreiros enquanto espaços de preservação do culto, resistência e afirmações políticas

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Publié-e

2020-06-29

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Alves de Lima Silva, T. (2020). Mulher Negra e Candomblecista: a potência gestora de Mãe Floripedes. Revista Calundu, 4(1). https://doi.org/10.26512/revistacalundu.v4i1.30711