Sobre a Revista

A Revista Calundu apresenta publicações na área das Ciências Humanas, com a temática geral afrorreligiosa, trabalhada semestralmente por meio de números temáticos. Os textos publicados são divididos em três grupos: (1) artigos acadêmicos; (2) resenhas de livros recentes (publicados há no máximo 3 anos) ou antigos (publicados há pelo menos 60 anos); e (3) textos livres com caráter extensionista, produzidos pela comunidade afrorreligiosa, acadêmica ou não, de autoria própria ou de terceiros trabalhando com material original de religiosos (entrevistas, ensinamentos orais, discursos e palestras, etc.).

A temática afrorreligiosa é aqui entendida como aquela das religiões afro-latino-americanas, cujo fenômeno social hodierno no Brasil se deriva de toda história e experiência dos Calundus e da resistência do povo africano/afro-brasileiro escravizado na região. É intrínseco a esta compreensão a interpretação do Instituto Calundu (concorre para tanto bibliografia especializada, e.g. SEGATO, 1986/2005[1], SILVEIRA, 2005[2], SANTOS, 2006[3]), de que as religiões afro-brasileiras foram formadas neste país, ao longo de séculos, a partir de raízes afro-ameríndias e interações nem sempre diretas ou pacíficas com o colonialismo católico português. Os textos aqui publicados devem seguir esta premissa editorial, afastando-se, portanto, da premissa de que as religiões em pauta são mais propriamente africanas no Brasil do que afro-brasileiras.

Tratando-se de religiões afro-latino-americanas, há espaço, ainda, para que outras formas afrorreligiosas americanas (sendo a América entendida como um continente amplo, que vai de sul a norte) façam parte dos diálogos aqui apresentados. Com efeito, a compreensão de que religiões afro-brasileiras são resultantes de um processo sócio-histórico iniciado com a colonização do Brasil pode ser estendida para outros cantos das Américas: religiões afro-latino-americanas/ameríndias são resultados da colonização das Américas, que contou com a trágica vinda forçada de africanas/os para este canto do planeta, para fins de trabalho escravo. O prisma teórico desta interpretação são os estudos decoloniais.

A Revista Calundu busca, por meio de textos livres de caráter extensionista e textos especializados, ouvir e amplificar a voz da comunidade afrorreligiosa, acadêmica ou não. Neste sentido, a revista assume um caráter extensionista, abrindo espaço para outras formas de conhecimento, diferentes – porém não menos importantes – do que aquela considerada científica.

Com os textos livres o Instituto Calundu busca trabalhar na revista, ademais e sempre horizontalmente, principalmente com pensadores considerados como mestres populares, no sentido que vem sendo desenvolvido pelo antropólogo José Jorge de Carvalho, em seu trabalho com o Instituto de Inclusão no Ensino Superior e na Pesquisa, ligado ao INCTI - Instituto Nacional de Ciência Tecnologia e Inovação/UnB/MCTI. Em linhas gerais, mestres populares são aquelas pessoas detentoras de um saber popular extenso e relevante, que pode perpassar conhecimentos técnicos diversos, filosofias e modos de vida de toda uma comunidade. Exemplos de mestres populares que vivem a temática afrorreligiosa são as/os diversas/os mães e pais de santo das religiões afro-brasileiras.

 

[1] SEGATO, Rita Laura. Santos e Daimones. Brasília: Editora UnB, 2005. Republicação de livro de 1986.

[2] SILVA, Vagner Gonçalves. Candomblé e Umbanda: caminhos da devoção brasileira. São Paulo: Selo Negro Edições, 2005.

[3] SANTOS, Edmar. O poder dos candomblés: perseguição e resistência no Recôncavo da Bahia. Salvador: EDUFBA, 2009. Livro digital em formato Amazon Kindle.

 

Público leitor a que se destina a revista

Acadêmicos brasileiros e da América Latina das Humanidades e, em particular, das Ciências Sociais, integrantes de comunidades afrorreligiosas brasileiras e latino-americanas, gestores/as públicos/as, pessoas interessadas em geral pela temática.

 

Política de avaliação pelos pares

As avaliações serão feitas pelo corpo de avaliadores compostos principalmente por Doutores, Mestres, pesquisadores com relevante produção na área e mestres tradicionais de notório saber social. De início, após recebimento, o artigo será avaliado por membros do corpo de editores, em acordo com a política de avaliação por pares, para análise do conteúdo textual e sua adequação às normas da revista, bem como busca por eventuais plágios ou submissões/publicações duplicadas. Caso algum problema seja identificado, será informado ao remetente que sua submissão foi indeferida e que nova submissão deverá ser realizada atendendo as diretrizes do periódico. Os artigos submetidos e deferidos pelo corpo de editores serão analisados por dois avaliadores ad hoc. Após as devidas correções e possíveis sugestões, o artigo será aceito mediante dois pareceres favoráveis e rejeitado quando dois pareceres forem desfavoráveis. No caso de pareceres discordantes, o artigo será enviado a um terceiro avaliador. Em casos extraordinários o editor chefe e o conselho editorial tem autonomia para decidir sobre a publicação do artigo.

 

Tipos de trabalhos aceitos para publicação

Serão aceitos apenas manuscritos inéditos, em português e em espanhol. Com o objetivo de facilitar e democratizar o acesso ao conhecimento científico, poderão ser feitas traduções de artigos já publicados em periódicos estrangeiros. Em caso de traduções, a referida autorização deverá ser obtida e apresentada antes da publicação, bem como as referidas informações da publicação original devem ser indicadas.
Os manuscritos serão recebidos por livre demanda e, eventualmente, por chamadas em dossiês temáticos. Estes terão sempre à frente, como organizadores/as, integrantes do grupo Calundu.
O recebimento dos manuscritos não obriga a Revista Calundu à sua publicação. Os manuscritos recusados serão informados formalmente por meio de comunicado da equipe editorial.

Não há nenhum tipo de taxa para publicação de textos na Revista Calundu.