Mulher Negra e Candomblecista: a potência gestora de Mãe Floripedes

Autores

  • Thatianny Alves de Lima Silva Universidade Federal de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.26512/revistacalundu.v4i1.30711

Palavras-chave:

Mulher Negra, Matripotência, Candomblé, Tradição yorùbá

Resumo

Este trabalho tem o intuito de evidenciar a história de uma sacerdotisa de tradição yorùbá, buscando destacar a força criadora dessa mulher negra e a potência no ato de gestar (entre filhos e projetos). A partir das concepções relacionadas à matripotência, foi possível repensar em tons de crítica a categoria mulher e as correlações entre corpo, sexo biológico e gênero, comum em construções ocidentais. Ao questionar essas categorias, enfatizando a não universalidade das mesmas, buscou-se novas percepções de um ser mulher negra sacerdotisa, que identifica as distinções sobre as vivências dessas mulheres, porém questiona e busca em perspectivas africanas e diaspóricas, assim como busca na ênfase da memória e da oralidade, estratégias de resistências possíveis para a contemporaneidade. Ao longo das memórias relatadas foi possível acessar fatos históricos e elementos de caráter simbólico sobre a sacerdotisa de candomblé, Mãe Floripedes de Ọ̀ṣá»Ìá»Ì€si. Ao sair de sua cidade natal, Salvador, chega ao Rio de Janeiro em busca de outras perspectivas de vida. Ao longo de sua trajetória evidenciou liderança, sensibilidade e mediunidade, fundando um espaço sagrado em 1956, espaço este que atua para além das atividades de caráter religioso, evidenciando a importância dos terreiros enquanto espaços de preservação do culto, resistência e afirmações políticas

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AKOTIRENE, Carla. Osun é fundamento epistemológico: um diálogo com Oyèrónkẹ́ Oyéwùmí. 2019. Disponível em: <https://www.cartacapital.com.br/opiniao/osun-e-fundamento-epistemologico-um-dialogo-com-oyeronke-oyewumi/>. Acesso em: abr 2020.

AKOTIRENE, Carla. Interseccionalidade. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.

BENISTE, José. Dicionário Yourubá Português, Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011.

BENISTE, José. As Águas de Oxalá (Àwọn Omi Òṣàlá). 3ª ed. Rio de Janeiro. Bertrand Brasil, 2005.

BERNARDO, Teresinha. Negras, Mulheres e Mãe: lembranças de Olga de Alaketu, São Paulo: Pallas, 2003.

BIANCH, Valnizia. Reflexões: escritas de Mãe Valnizia Bianch, Salvador: Edição do Autor, 2019.

CARNEIRO, Sueli. “A força das mães negras”. Le monde diplomatique Brasil. 4° ed. 2007. Disponível em: https://diplomatique.org.br/a-forca-das-maes-negras/ . Acesso em abr. 2020.

CARNEIRO, Sueli; CURY, Cristiane. “O poder feminino no culto aos Orixás”. In: CARNEIRO, Sueli: Mulher Negra - Caderno IV. São Paulo: Geledés - Instituto Mulher Negra. 1993. Disponível em: https://www.geledes.org.br/wp-content/uploads/2015/05/Mulher-Negra.pdf . Acesso em abr. 2020

COLLINS, Patrícia Hill. “Epistemologia Feminista Negra.” In: COSTA, Joaze Bernardino; TORRES, Nelson Maldonado; GROSFOGUEL, Ramón. Decolonialidade E Pensamento Afrodiaspórico. 1º ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2018.

hooks, bell. Olhares Negros: raça e representação. Borges S, tradutor. São Paulo: Elefante; 2019.

JAGUN, de Marcio. Yorùbá: vocabulário temático do candomblé Português-Yorùbá/Yorùbá-Português - 1.ed - Rio de Janeiro: Litteris, 2017

MITCHELL, Henry H; LEWTER, Nicholas Cooper. “Soul Theology: The Heart of American Black Culture”. San Francisc: Harper and Row, 1986. In: COLLINS, Patricia Hill. Epistemologia Feminista Negra. In: COSTA, Joaze Bernardino; TORRES, Nelson Maldonado; GROSFOGUEL, Ramón (Org):. Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. 1º ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2018.

NASCIMENTO, Wanderson Flor do; RIBEIRO, Katiúscia. Matrigestão e Matripotência como dimensões políticas : Katiúscia Ribeiro e Wanderson F. Nascimento. Youtube, 05 de abr. 2020a. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=G4ceHRNt_6Y&t=560s. Acesso em: 05. abr. 2020a.

NASCIMENTO, Wanderson Flor do; RIBEIRO, Katiúscia. Matrigestão e Matripotência (Parte II) como dimensões políticas : Katiúscia Ribeiro e Uã Nascimento. Youtube, 05 de abr. 2020b. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=sfO-5BlfK8A&t=626s . Acesso em: 05. abr. 2020b.

NOGUEIRA, Regina. Cultura, ação social, alimentação e dignidade ao povo preto (Entrevistada Kota Mulangi). Direção Ogan Mario. Youtube, 02 de fev. 2020. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=pb_IcRqDOaQ&t=221s. Acesso 07. Abr. 2020.

OYÉWÙMÍ, Oyèrónkẹ́. “Conceitualizando gênero: a fundação eurocêntrica de conceitos feministas e o desafio das epistemologias africanas.” In: COSTA, Joaze Bernardino. TORRES, Nelson Maldonato (Org.) Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. Belo Horizonte: Autência, 2018, p, 171-181. (OYÄšWÙMÍ, 2018a)

OYÄšWÙMÍ, Oyèrónkẹ́. “Visualizando o corpo: teorias ocidentais e sujeitos africanos. Novos Olhares Sociais:” Revista do PPGCS ”“ UFRB. Cachoeira. Vol. 1. N° 2, 2018, p. 294-317 (OYÄšWÙMÍ, 2018b)

OYÉWÙMÍ, Oyèrónkẹ́. Tradução para uso didático de OYÄšWÙMÍ, Oyèrónkẹ́. “Matripotency: Ìyá in philosophical concepts and sociopolitical institutions”. In: What Gender is Motherhood? Nova Iorque: Palgrave Macmillan, 2016, capítulo 3, p. 57-92, por Wanderson Flor do Nascimento.

PINTO, Valdina de Oliveira. Documentário A dona do terreiro. Produzido por, Deisy Anunciação. Youtube, 05 abr. 2019. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=6wP1Tg8MF2I. Acesso em: 08 mar. 2020.

SANTOS, Jaqueline Sant’Anna Martins dos. “Mulheres de santo: gênero e liderança feminina no candomblé.” Nganhu - Revista NeabiCp2 e Geparrei, v. 1, n. 1, 2018.

SILVA, Renata de Lima; SANTOS, Flávia Cristina Honorato dos; JESUS, Rafaela Francisco de. Mulheres afro-latino-americanas em cena: um estudo da performance. Em: Performances culturales en América Latina: estudios de lo popular, género y arte.

TRANCOSO, Dea. Índio (Filho do Mato). Minas Gerais: 2015. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Wf2yan1WNPY (6min12s).

Downloads

Publicado

2020-06-29

Como Citar

Alves de Lima Silva, T. (2020). Mulher Negra e Candomblecista: a potência gestora de Mãe Floripedes. Revista Calundu, 4(1). https://doi.org/10.26512/revistacalundu.v4i1.30711