A Conservação da Mata Atlântica e a “Permanência da Terra” no Cenário Atual do Território Guarani
DOI:
https://doi.org/10.21057/10.21057/repamv14n3.2020.34611Palavras-chave:
Mata Atlântica; territorialização; cosmologia; direitos territoriais indígenas.Resumo
No período que compreende a última década do século XX e a primeira do XXI, a implementação de projetos econômicos que impactam as Terras Indígenas é acelerada, com desdobramentos e implicações imprevisíveis, ainda em curso. No caso das terras tradicionalmente ocupadas pelos Guarani, cujo esbulho é uma constante histórica, os conflitos não se traduzem apenas no âmbito da territorialização dos espaços, mas reproduzem um confronto desigual de direitos que culmina na paralisação da grande maioria dos procedimentos de demarcação das terras guarani. Tais conflitos transparecem também no contraste entre as teorias guarani sobre a sustentação da Terra e as que subjazem nas políticas de “gestão” ambiental moldadas e subordinadas a um modelo de civilização e de crescimento econômico que não leva em consideração diversidades, além de incrementar desigualdades. Este artigo reúne formulações, conceitos e categorias vigentes, com foco no contexto ambiental das terras e do território guarani situadas na Mata Atlântica do Sul e Sudeste do Brasil.
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