Perspectivas das direitas midiaticas no cone sul sobre a Revolução Cubana nos anos 1950
DOI:
https://doi.org/10.21057/10.21057/repamv15n2.2021.33967Palavras-chave:
Direitas midiáticas - Cone Sul – Revolução Cubana - AnticomunismoResumo
Procuro avaliar as trajetórias de interpretação sobre a Revolução Cubana percorridas por periódicos como La Nación, El Mercúrio e O Globo. Partindo tanto da bibliografia que analisa a recepção que esses jornais tiveram sobre o processo revolucionário, quanto da produção bibliográfica relativa à América Latina nos anos 1950, o objetivo é indicar não apenas a existência de diferentes percursos. Assinalo ainda que os aspectos que envolveram a mudança de percepção sobre a Revolução, de positiva para negativa, não foi resultado tão somente de uma reação quanto ao que acontecia na ilha e do embate crescente com os Estados Unidos. Para uma melhor compreensão desse processo é importante considerar questões como o internacionalismo democrático, o antiamericanismo abaixo do Rio Grande e a oscilante política externa norte-americana em relação à região nos anos 1950, que se somam aos diferentes cenários internos de cada uma dessas nações. A perspectiva aqui presente leva em consideração que a imprensa, mais do que um instrumento nas mãos de determinados atores políticos, caracteriza-se por ser ela mesma um ator de relevância que se utiliza dos recursos que dispõe e de seu poder simbólico para fazer valer seus interesses políticos, econômicos e ideológicos.
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