A CONSTITUIÇÃO DE CÁDIS ENTRE A TRADIÇÃO E A MODERNIDADE

Autores

  • Ariel Engel Pesso Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

Constituição de Cádis (1812). Tradição. Modernidade. História do Direito.

Resumo

Na Espanha, a Constituição de Cádis, de 1812, representou um marco na história do constitucionalismo moderno, em especial no ibero-americano. Profundamente liberal, trazia em seu bojo importantes conquistas já positivadas na Constituição Francesa de 1791, como o princípio da soberania popular e a garantia a direitos individuais, mas diferenciava-se por tratar igualmente os cidadãos da metrópole e da colônia. Foi promulgada como lei fundamental e constitutiva da Monarquia católica espanhola e, para tanto, fez uso de três instrumentos: o juramento, os procedimentos de infrações e a rigidez na reforma. Em realidade, a quebra da configuração jurídico-política tradicional e sua conseguinte recomposição significava antes a reconfiguração de elementos da velha ordem tradicional do que a transição para a modernidade jurídica. Assim, tal qual já o afirmara Alexis de Tocqueville em relação ao código prussiano, a Constituição gaditana assemelha-se a um ser monstruoso, dotado de um cabeça moderna sobre um corpo gótico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ANDRÉS, Diego Sevilla. La Constitución de Cádiz, obra de transición. Revista de estudios políticos, número 126, 1962, pp. 113-142.

BARRETO, Vicente de Paulo e PEREIRA, Vítor Pimentel. ¡Viva la Pepa!: A história não contada da Constitución española de 1812 em terras brasileiras. Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil, Rio de Janeiro, ano 172, n. 452, p. 201-223, jul./set. 2011.

BEZZERRA, Helga Maria Saboia. A Constituição da Cádiz de 1812. Revista de Informação Legislativa, ano 50, n. 198, abr./jun. 2013, pp. 89-112. Disponível em: http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/496957/000983396.pdf?sequence=1. Acesso em: 20 jun. 2016.

DALLARI, Dalmo de Abreu. A Constituição de Cádiz: valor histórico e atual. Revista de estudios brasileños, ano 1, v. 1, n. 1, 2º semestre de 2014, pp. 81-96. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/reb/article/view/98527/97205. Acesso em: 15 jun. 2016.

ESPAÑA. La constitución española de 1812: edición conmemorativa del segundo centenario. Introducción de Luis López Guerra. Madrid: Tecnos, 2012.

GARRIGA, Carlos. ¿Qué era la Constitución de Cádiz?. In: BREÑA, Roberto (ed.). Cádiz a debate: actualidad contexto y legado. México D. F.: El Colegio de México, 2014, pp. 153-173. Disponível em: https://metaaprendizaje.academia.edu/carlosgarriga. Acesso em: 5 jun.

_______________. ¿La cuestión es saber quién manda? Historia política, historia del derecho y punto de vista. PolHis, V, 10 (2012), pp. 89-100. Disponível em: https://metaaprendizaje.academia.edu/carlosgarriga. Acesso em: 1º jun. 2016.

_______________. Cabeza moderna, cuerpo gótico. La Constitución de Cádiz y el orden jurídico. Anuario de Historia del Derecho Español. Tomo LXXXI, 2011. Disponível em: https://metaaprendizaje.academia.edu/carlosgarriga. Acesso em: 7 jun. 2016.

HART, H. L. A. The Concept of Law. Oxford: Claredon Press, 1961.

HESPANHA, António Manuel. Cultura jurídica europeia: síntese de um milénio. Coimbra: Almedina, 2012.

LORENTE, Marta. El juramento constitucional. In: GARRIGA, Carlos e LORENTE, Marta. Cádiz, 1812: la Constitución jurisdiccional. Madrid: Centro de Estudios Políticos y Constitucionales, 2007, pp. 73-118.

_______________. Las infracciones a la Constitución de 1812: un mecanismo de defensa de la Constitución. Madrid: Centro de Estudios Constitucionales, 1988.

RIBAS, Pedro. Estudio Preliminar. In: MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Escritos sobre España: extractos de 1854. Madrid: Trotta, 1998.

SÁNCHEZ AGESTA, Luis. Introducción. In: ARGÜELLES, Agustín. Discurso preliminar a la Constitución de 1812. Madrid: Centro de Estudios Políticos y Constitucionales, 2011.

SARASOLA, Ignacio Fernández Sarasola. Valor normativo y supremacía jurídica de la Constitución de 1812. In: FERRIZ, Remedio Sánchez e PECHUÁN, Mariano García Pechuán (coords). La Enseñanza de las Ideas Constitucionales en España e Iberoamérica. Valencia:

Ene Edicions, 2001, pp. 185-199.

SLEMIAN, Andréa. Um Império entre repúblicas? Independência e construção de uma legitimidade para a monarquia constitucional no Brasil, 1822-1834. In: OLIVEIRA, Cecília Helena; BITTENCOURT, Vera L. N.; COSTA, Wilma Peres. (Org.). Soberania e conflito. Configurações do Estado nacional no Brasil do século XIX. São Paulo: Hucitec, 2010, p. 121-148.

TOMÁS Y VALIENTE, Francisco. Génesis de la Constitución de 1812: I, De muchas Leyes fundamentales a uma sola Constitución. Anuario de Historia del Derecho Español, n. 65, 1995, pp. 13-125. Disponível em: https://www.boe.es/publicaciones/anuarios_derecho/abrir_pdf.php?id=ANU-H-1995-10001300126_ANUARIO_DE_HISTORIA_DEL_DERECHO_ESPA%26%231103%3BL_G%E9nesis_de_la_Constituci%F3n_de_1812:_I,_De_muchas_leyes_fundamentales_a_una_sola_Constituci%F3n.Acesso em: 15 jun. 2016.

Downloads

Publicado

13-12-2016

Como Citar

PESSO, Ariel Engel. A CONSTITUIÇÃO DE CÁDIS ENTRE A TRADIÇÃO E A MODERNIDADE. Revista dos Estudantes de Direito da Universidade de Brasília, [S. l.], v. 12, n. 1, p. 91–102, 2016. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/redunb/article/view/13514. Acesso em: 25 abr. 2024.