Ideias Fundamentais Sobre a Natureza na China e no Japão
DOI:
https://doi.org/10.26512/2358-82842018e29672Palavras-chave:
Filosofia Chinesa, Filosofia Japonesa, Confucionismo, Daoísmo/Taoísmo, Xintoísmo.Resumo
São apresentadas aqui algumas ideias fundamentais sobre a “Natureza” no pensamento da China e do Japão. A atitude tradicional tanto na especulação mais racional quanto na reflexão mais existencial dessas regiões naturais e históricas caracteriza-se usualmente por um respeito profundo e pela impressão de uma relação de filiação ou unidade, e não de superioridade ou contrariedade, em relação à Natureza - que jamais é representada como algo estranho ou completamente externo ao homem -, chegando-se à percepção de que “o Céu/a Natureza e a humanidade estão unidos através do Dao/Tao (Dõ) [Caminho]” (天人一é“Tianren yidao/T’ien-jen i-tao [chinês]; Tenjin ichidõ [japonês]) ou à ideia da existência de uma “unidade entre o Céu/Natureza (Cosmos) e a humanidade” (天人åˆä¸€Tianren heyi/T’ien-jen ho-i [chinês]; Tenjin gõitsu [japonês]). Essa atitude assemelha-se ao entendimento de mundo dos “poetas-xamãs” e dos vates de todos os tempos, e também guarda afinidades com a physiología (espécie de “filosofia da natureza”) mais antiga dos pensadores pré-socráticos. Idealizadas como possam ser, essas concepções diferem radicalmente daquelas que propõem uma visão da natureza como objetivável (passível de ser tomada como objeto), objetável, “selvagem”, descontrolada, e daí sujeita a distanciamento, confronto, “domesticação” e dominação.
Downloads
Referências
CHAN, W.-t., A Source Book in Chinese Philosophy. Princeton: University Press, 1963 [reed.
.
CHUANG-TZU (Zhuangzi, Chuang Tze, Kwang-ƺze [dze]). The Writings of Kwang-ƺze, trad.
James Legge. Em: The Sacred Books of the East, Vols. XXXIX (Tao Te Ching and Chuang
TzÅ books 1”“17) [= Chuang-tzu vol. 1] e XL (Chuang TzÅ books 18”“33 and shorter works) [=
Chuang-tzu vol. 2]. Oxford: Clarendon Press, 1891 [reimpr. Nova Iorque: Ace Books, 1971].
{vol. 1 http://www.100jia.net/texte/zhuangzi/zhuangzilegge1.htm ; vol. 2
http://www.100jia.net/texte/zhuangzi/zhuangzilegge2.htm}.
DAVIS, B. W. “Natural Freedom: Human/Nature Nondualism in Japanese Thought”. Em: J. L.
Garfield, W. Edelglass (eds.), The Oxford Handbook of World Philosophy. N. Iorque: Oxford
University Press, 2011, pp. 334-347.
DAVIS, B. W. “Natural Freedom: Human/Nature Nondualism in Zen and Japanese Thought”.
Em: B. W. Davis (ed.), The Oxford Handbook of Japanese Philosophy. N. Iorque: Oxford
University Press, 2020, pp. 685-717.
DE BARY, Wm. T., Chan, W.-T., e Watson, B (eds.). Sources of Chinese Tradition, 2 vols., v. 1.
Nova Iorque: Columbia University Press, 1960.
Encyclopædia Britannica, 15a ed. Chicago: Encyclopædia Britannica, 1994, Micropædia, v. 6,
verbete “Japanese Philosophy”, p. 503.
FANG, T. H. “The world and the individual in Chinese metaphysics”. Em: Charles A. Moore
(ed.), The Chinese Mind. Honolulu: East-West, 1967.
FISCHER-SCHREIBER, I., EHRARD, F.-K., FRIEDRICHS, K, DIENER, M. S. The
Encyclopedia of Eastern Philosophy and Religion [Buddhism, Hinduism, Taoism, Zen] (1986),
trad. M. H. Kohn, K. Ready, W. Wünsche. N. Iorque: Barnes & Noble, 1989 (outra ed.: Boston:
Shambhala, 1994).
GRANET, M. O Pensamento Chinês (1934; publ. 1950), trad. Vera Ribeiro. Rio de Janeiro:
Contraponto, 1997.
GUTIÉRREZ, F. “La concepción china y japonesa de la naturaleza en el arte”. Boletín de la
Asociación Española de Orientalistas, 11, 1975: 71-78.
HORIGUCHI, S. “Tradition of Japanese garden”. Em: S. Horiguchi, Y. KÅjiro, R. Hamaguchi,
Tradition of Japanese Garden. Tóquio: Kokusai Bunka Shinkokai, 1962, pp. 9-13.
JULLIEN, F. Um Sábio Não Tem Idéia (1998) trad. Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes,
Kodansha International, Japan, Profile of a Nation (compilação de importantes artigos da Japan:
An Illustrated Encyclopædia). Tóquio/N. Iorque: Kodansha International (KÅdansha
Intanashonaru Kabushiki Kaisha), 1994; verbete “Religion”, pp. 202-219.
KISHIMOTO, H. “Some Japanese cultural traits and religions”. Em: Charles A. Moore (ed.),
Philosophy and Culture: East and West. Honolulu: East-West, 1962.
KÅŒJIRO, Y. “The Japanese and their gardens”. Em: S. Horiguchi, Y. KÅjiro, R. Hamaguchi,
Tradition of Japanese Garden. Tóquio: Kokusai Bunka Shinkokai, 1962, pp. 14-22.
KURITA, I. “Japanese Art and the Japanese View of Nature”. Texto apresentador do catálogo da
exposição Setsugekka/Snow, Moon and Flowers ”“ The Japanese View of Nature, II [Edo Period],
realizada no MOA Art Museum (Mokishi Okada Art Museum), Atami, Japão, 01/04 a
/05/1995.
LAO TZE (Laozi, Lao Tzu). Tao Te Ching, trad. James Legge. Oxford: Clarendon Press, 1891
[reimpr. N. Iorque: Dover, 1963].
LAO-TZU (Laozi) Tao: A New Way of Thinking. A Translation of the Tao Te Ching, por Chang
Chung-yuan. N. Iorque: Harper & Row, 1975.
LAO-TZU (Laozi). Te-Tao Ching. A New Translation Based on the Recently Discovered Mawang-tui Texts; texto bilíngue, trad. e comentado por Robert G. Henricks. N. Iorque: Ballantine
Books, 1989.
MEYER, D. “Truth claim with no claim to truth: Text and Performance of the ‘Qiushui’ Chapter
of the Zhuangzi”, versão preliminar (“Pre-print file”). Em:
https://www.academia.edu/16772499/Truth_Claim_with_no_Claim_to_Truth_Text_and_Perfor
mance_of_the_Qiushui_Chapter_of_the_Zhuangzi
MIYUKI, M. A Doutrina da Flor de Ouro, com o Texto Integral do Clássico Taoísta ‘O Segredo
da Flor de Ouro’ (1967), trad. M. Martincic e D. Camarinha da Silva. São Paulo: Pensamento,
MURAOKA, T. Studies in Shinto Thought (1915-1945), trad. Delmer M. Brown e James T. Araki.
Tóquio: Ministry of Education/Japanese National Commission for UNESCO, 1964 [reimpr.
Westport, Connecticut: Greenwood Press, 1964 e 1983, N. Iorque: Greenwood Press, 1988].
NAOFUSA, H. “The principles of shrine Shinto”. Contemporary Religions in Japan, 1 (1), 1960:
-54. Em: https://nirc.nanzan-u.ac.jp/nfile/3260
PHILIPPI, D. L. Songs of Gods, Songs of Humans: The Epic Tradition of the Ainu. Princeton:
Princeton University Press, 1979/Tóquio: Tokyo University Press, 1979.
QIU, P. BashÅ and the Dao: The Zhuangzi and the Transformation of Haikai. Honolulu:
University of Hawai ‘i Press, 2005.
SEIDEL, A. K., M. Strickmann, M., e os editores. Encyclopædia Britannica, 15a ed. Chicago:
Encyclopædia Britannica, 1994, Macropædia, v. 28, verbete “Taoism”, pp. 383-396.
SHAUGHNESSY, E. L. (ed.). I Ching, The Classic of Changes. The First English Translation of the Newly Discovered Second-centuty B.C. Mawangdui Texts, texto bilíngue. N. Iorque:
Ballantine Books, 1997.
SHIRANE, H. (ed.), Early Modern Japanese Literature: An Anthology, vol. 2: 1600-1900. N.
Iorque: Columbia University Press, 2002.
SNYDER, G. Earth House Hold: Technical Notes & Queries to Fellow Dharma Revolutionaries.
Nova Iorque: New Directions, 1969.
TSUNETSUGU, M. Studies into Shinto Thought, trad. D. M. Brown e J. T. Araki. Nova Iorque:
Greenwood Press, 1988.
TUCKER, J. A. “The Meanings of Words and Confucian Political Philosophy: A Study of
Matsunaga Sekigo’s Ethics”. Em: Chun-chieh Huang, John Allen Tucker, Dao Companion to
Japanese Confucian Philosophy. Dordrecht/Heidelberg/N. Iorque/Londres: Springer, 2014, pp.
-68.
WATT, P. “Shinto and Buddhism: Wellsprings of Japanese spirituality”. Asia Society’s Focus on
Asian Studies, 2 (1) ”“ Asian Religions, 1982: 21-23.
YOSHIDA, M. “Supernature in Japanese Life”. Em: Yoshida, M., Tanaka, I., Sesoko, T. The
Culture of Anima ”“ Supernature in Japanese Life. Hiroshima: Mazda Motor Corporation, 1985,
pp. 7-23.
ZISI/TZU-SSU (Kong Ji/K’ung Chi). 大å¦. ä¸åº¸/The Great Learning; The Doctrine of Mean (
汉英对照/Chinese/English Comparison), ed. Xiqin Zhai, versão em chinês moderno de Yun
Long Fu, trad. Zuokang He. Pequim: Sinolingua Press, 1996.
ZISI/TZU-SSU. ä¸ åº¸ /Zhongyong - The Doctrine of the Mean, trad. James Legge. Em:
http://wengu.tartarie.com/wg/wengu.php?s=1&l=Zhongyong&lang=fr e ss.
ZISI/TZU-SSU. The Doctrine of the Mean/ ä¸åº¸, trad. A. Charles Muller, 1991, revisão de 2018.