HARTMANN, NIETZSCHE E O ANTICRISTO

Autores

Palavras-chave:

Hartmann; Inconsciente; Anticristo; Secularização; Transvaloração.

Resumo

Neste artigo aventaremos a hipótese de que o livro O Anticristo, escrito por Nietzsche em 1888, pode ser compreendido como um cumprimento irônico da “profecia” de Eduard von Hartmann, em seu livro Filosofia do inconsciente (de 1869), acerca de uma era secular da humanidade onde o cristianismo não seria mais do que uma sombra. Para chegar a esta afirmação é necessário inicialmente retomar o livro Filosofia do inconsciente de Hartmann e o modo como o termo Anticristo é usado por ele. Posteriormente, deve-se destacar como o próprio Nietzsche o leu e o citou em seu escrito Sobre a utilidade e desvantagem da história para a vida (de 1873) e em seus demais escritos, até por fim seu livro intitulado O Anticristo. Como sugerimos, o nome “Anticristo”, portanto, era apropriado para intitular o livro que trazia a transvaloração de todos os valores cristãos com o qual Nietzsche acreditava desferir um ataque mortal ao cristianismo e possibilitar assim as condições para que houvesse uma renovação cultural em que os valores da cristandade fossem, de fato, superados.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

kassio flores passos lopes, PUC-SP

Doutorando em Filosofia (PUC-SP). Professor Universitário na área de Filosofia, Teologia e áreas correlatas (Laureate).Possuo Mestrado em Filosofia (História da Filosofia) pela PUC/SP, 1/2019. Sou bacharel em Teologia pela Universidade Metodista de São Paulo (2014). Tenho experiência como professor de teologia, sociologia e filosofia. Atuei por cinco anos na área de produção e redação de textos didáticos de cunho teológico com obras publicadas (Conferir publicações em Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1159903810257331). 

Referências

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BROBJER, Thomas H. Nietzsche’s Philosophical Context: An Intellectual Biography. Urbana-Chicago: University of Illinois Press, 2008.

JENSEN, Anthony K. An interpretation of Nietzsche’s On the uses and disadvantages of history for life. New York: Routledge, 2016.

HARTMANN, Eduard von. Philosophy of the unconscious: Speculative results according to the inductive method of physical Science, 1931. London: Routledge and Kegan Paul, 2014.

JENKINS, Philip. The next christendom: the coming of global Christianity. New York: Oxford University Press, 2011.

NIETZSCHE, Fiedrich. O Anticristo e ditirambos de Dionísio. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

______. Genealogia da moral: uma polêmica. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

______. Correspondência Volume I. (1850-1869) Trad. Luis Henrique de Santiago Guervós. Madrid: Editora Trotta, 2005.

______. Correspondência Volume II. (1869-1874). Trad. Luis Henrique de Santiago Guervós. Madrid: Editora Trotta, 2008

______. Correspondência Volume III. Trad. Luis Henrique de Santiago Guervós. Madrid: Editora Trotta, 2008

______. Correspondência Volume IV (1880 a 1884). Trad. Luis Henrique de Santiago Guervós. Madrid: Editora Trotta, 2010

______. Correspondência Volume V. (1885-1887) Trad. Luis Henrique de Santiago Guervós. Madrid: Editora Trotta, 2011

______. Correspondência Volume VI. (1887-1889). Trad. Luis Henrique de Santiago Guervós. Madrid: Editora Trotta, 2012.

______. Fragmentos Postumos. Vol I. (1869 – 1874). Edición española dirigida por Diego Sanchez Meca. Tradución, introdución y notas de Manuel Barrios y Jaime Aspiunza. Edición realizada bajo lós auspícios de la Sociedad Española de Estudios sobre Nietzsche (SEDEN). Editorial Tecnos, Madrid, 2007.

______. Fragmentos Postumos. Vol II. (1875 – 1882). Edición española dirigida por Diego Sanchez Meca. Tradución, introdución y notas de Manuel Barrios y Jaime Aspiunza. Edición realizada bajo lós auspícios de la Sociedad Española de Estudios sobre Nietzsche (SEDEN). Editorial Tecnos, Madrid, 2008.

______. Fragmentos Postumos. Vol III. (1882 – 1885). 2ª Ed. Edición española dirigida por Diego Sanchez Meca. Tradución, introdución y notas de Diego Sanchez Meca y Jesus Conill. (SEDEN). Editorial Tecnos, Madrid, 2010.

______. Fragmentos Postumos. Vol IV. (1885 – 1889). 2ª Ed. Edición española dirigida por Diego Sanchez Meca. Tradución, introdución y notas de Juan Luis Vermal y Juan B. Llinares. (SEDEN). Editorial Tecnos, Madrid, 2008.

______. Fragmentos póstumos: 1887-1889: volume VII. Tradução Marco Antônio Casanova. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012.

______. Sobre a utilidade e a desvantagem da história para a vida. Segunda consideração extemporânea. Tradução. André Itaparica. São Paulo: Hedra, 2017.

PIPPIN, Robert B. Introductions to Nietzsche. Cambridge: University Press, 2012

VATTIMO, Gianni. Depois da cristandade: por um cristianismo não religioso. Rio de Janeiro: Recorde, 2004.

Downloads

Publicado

2022-10-10

Como Citar

flores passos lopes, kassio. (2022). HARTMANN, NIETZSCHE E O ANTICRISTO. Revista Brasileira De Filosofia Da Religião, 8(2), 126–145. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/rbfr/article/view/39567