FRUGIVORIA E DISPERSÃO DE SEMENTES DE Myrsine coriacea (Sw.) R.Br. ex Roem. & Schult. (PRIMULACEAE) PELA AVIFAUNA EM UMA ÁREA DE REGENERAÇÃO NATURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA FURADA
DOI:
https://doi.org/10.33240/rba.v14i1.22854Palavras-chave:
Capororoca, Aves, . Distribuição espacialResumo
O processo de dispersão consiste na remoção dos diásporos das proximidades das plantas matrizes e transporte para locais adequados para a germinação e estabelecimento. É muito mais do que uma simples troca de benefícios entre animais frugívoros e plantas. É uma das fases iniciais de um complexo, crítico e muito importante ciclo para as populações de plantas. A deposição das sementes de uma determinada espécie em micro sítios distintos, processo conhecido como sombra de sementes, tem grande influência na distribuição espacial e na dinâmica populacional das comunidades vegetais, podendo auxiliar na manutenção da diversidade nas florestas. Entre as espécies pioneiras encontradas na Mata Atlântica está Myrsine coriacea, que além de uma importante fonte de alimento para a fauna, ajuda nos processos de cicatrização de clareiras. Com isso, este estudo tem como objetivo identificar as espécies de aves que consomem os frutos de M. coriacea em uma área de regeneração natural, bem como avaliar o destino das sementes através da sombra de sementes. O estudo foi realizado em uma área de regeneração natural do Parque Estadual da Serra Furada, sul de Santa Catarina. A frugivoria foi avaliada entre outubro de 2015 e janeiro de 2017, totalizando 77 horas de observação. A fenologia da frutificação foi acompanhada de setembro de 2015 a janeiro de 2017, em 15 indivíduos, utilizando o Índice de Atividade. Para avaliar a sombra de sementes foi delimitada uma área de 4,0 hectares, onde foram instalados 51 coletores de sementes. A distribuição espacial dos indivíduos e a sombra de sementes foram avaliadas pelo Índice de Morisita. Foram registradas 22 espécies de aves consumindo frutos, sendo que Elaenia spp., Turdus amaurochalinus, Vireo chivi e Zonotrichia capensis foram as mais frequentes. T. amaurochalinus consumiu mais frutos por visita, sendo assim considerado potencial dispersor de sementes de capororoca. Os frutos verdes apareceram em quase todos os meses de observação, indicando um evento fenológico não sazonal, já os frutos maduros por sua vez, tiveram pico nos meses mais quentes. O Índice de Morisita revelou uma distribuição espacial agregada, assim como na sombra de sementes. Estudos futuros envolvendo o tratamento dado à semente e os locais de deposição das sementes após o consumo de M. coriacea se fazem necessários para identificar se realmente as altas frequências e o consumo de maior número de frutos por visita indicam um dispersor efetivo ou não. O padrão agregado de dispersão reflete a importância dos poleiros naturais no processo de regeneração de áreas naturais.Downloads
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