Aspectos da questão metodológica na análição verbal: o continuum qualitativo-cuantitativo

Autores

  • Luiz Antônio Marcuschi Universidade Federal de Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.35956/v.1.n1.2001.p.23-42

Palavras-chave:

ciência. guinada. teoria. metodologia.

Resumo

Estamos chegando também ao esgotamento do ideal de ciência imposto pelo neopositivismo, cujo postulado de verificabilidade ditava a perspectiva metodológica da investigação científica e definia o que era ciência. Observa-se uma guinada significativa que vai da quantidade para a qualidade; da forma para a função; da unidade analítica para o indivíduo; do experimento controlado para a observação de dados autênticos; da significação imanente para a contextualização. A noção mais importante neste momento é a que sugere serem os fatos da língua uma construção social e não um dado objetivo, independente e extrínseco ao indivíduo. Assim os dados que eram tidos como naturais e infensos à subjetividade do observador, já são vistos hoje como produzidos pelo ponto de vista e pelo interesse investigativo, sem que isto signifique algo de pernicioso para a investigação. A presente exposição funda-se na noção de que a metodologia só opera eficazmente na relação com um bom problema e uma boa teoria. Assim, dois pressupostos subjazem a estas análises: (1) rejeição à dicotomia estrita entre qualidade e quantidade e (2) crença na postura indagativa como fundadora do conhecimento. O dilema não está em escolher entre uma perspectiva qualitativa, ou quantitativa, uma análise estrutural ou significativa, uma observação micro ou macro e assim por diante. O problema está em saber o que se pretende com a investigação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luiz Antônio Marcuschi, Universidade Federal de Pernambuco

Profesor titular de la Universidad Federal de Pernambuco en Recife, Brasil. Obtuvo su doctorado en Alemania. Sus publicaciones abarcan la lingüística textual, el análisis de la conversación, la lengua hablada y escrita, los procesos de comprensión en la interacción verbal. En los últimos anos ha dado atención al problema de los métodos en el análisis de la interacción verbal y la relación entre la tecnologia y los desarrollos en la investigación lingüística. Es uno de los miembros fundadores de la Asociación Latinoamericana de Estúdios dei Discurso y representante de Brasil en esta asociación.

Referências

Biber, D., CONRAD, S. Y Reppen, R. (1998). Corpus Linguistics. Investigating Language Structure and Use. Cambridge: Cambridge University Press.

Chomsky, N. (1975). Aspectos da Teoria Sintática. Coimbra: Armênio Amado.

Feyerabend, P. (1977). Contra o Método. São Paulo: Francisco Alves.

Gümperz, J. J. (1982). Discourse Strategies. Cambridge: Cambridge University Press.

Hintikka, J. (1994). Estratégia e teoria da argumentação. Em Carrilho, M. M. (Org). Retórica e Comunicação, pp. 71-94. Porto: ASA.

Kerbrat-Orecchioni, C. (julho, 1996). A multilevel approach in conversation analysis. Mimeo apresentado no Congresso de Pragmática. México: Autor.

Labov, W. Y Fanshel, D. (1977). Therapeutic Discourse. New York: Academic Press.

Levinson, S. (1983). Pragmatics. Cambridge: Cambridge University Press.

Mondada, L. (1995). Formes Linguistiques et Dynamiques Interactionnelles. Cahiers de LILSL, 7. Lausanne: Institut de Linguistiques et de Sicences du Langage, Université de Lausanne.

Newman, I. Y Benz, C.R. (1998). Qualitative-Quantitative. Research Methodology, Exploring the Interactive Continuum. Carbondale and Edwardsville: Southern Ilinois University Press.

Ochs, E. (1979). Transcription as a Theory. Em Ochs, E. y Shieffelin, B. B. (eds). Developmental Pragmatics. pp. 43-72. New York: Acadmemic Press.

Possenti, S. (1996). O dado dado e o dado dado (O dado em análise do discurso). Em Castro, M.E P de (Org.). O método e o dado no estudo da linguagem. Campinas: Unicamp.

Sacks, H. (1984). Notes on methodology. Em Atkinson, M. y Heritage, J. (eds.). Structures ofSocial Action. Studies in Conversation Analysis. pp. 21-27. Cambridge: Cambridge University Press.

Schegloff, E. Y Sacks, H. (1973). Openings up closings. Semiótica, 7, 289-327.

Schiffrin, D. (1987). Discourse Markers. Cambridge: Cambridge University Press.

Schiffrin, D. (1988). Conversation Analysis. Em Newmeyer, EJ. (ed). Linguistics: The Cambridge Survey. Vol. 4. Language: The Socio-cultural Context. pp. 251 - 276. Cambridge: Cambridge University Press.

Schiffrin, D. (1994). Approaches to Discourse. Cambridge: Basil Blackwell.

Searle, J. R. (1998). Mind, Language and Society. Philosophy in the Real World. New York: Basic Books.

Sllverman, D. (1993). Interpreting Qualitative Data. MethodsforAnalysingTalk, Text and Interaction. London: Sage.

Vlon, R. (1992). La Communication Verbale. Analyse des Interactions. Paris: Hachette.

Downloads

Publicado

2021-05-03

Como Citar

Marcuschi, L. A. (2021). Aspectos da questão metodológica na análição verbal: o continuum qualitativo-cuantitativo. RALED, 1(1), 23–42. https://doi.org/10.35956/v.1.n1.2001.p.23-42

Edição

Seção

Artigos

Artigos Semelhantes

<< < 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.