O corpo técnico das CAPs e IAPs e a inserção de inovações na moradia urbana (Nordeste, décadas de 1940-1960)

Autores

  • Caliane Christie Oliveira de Almeida Universidade de São Paulo
  • Luiza Maria Medeiros de Lima Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Ângela Lúcia Ferreira

DOI:

https://doi.org/10.18830/issn.1679-0944.n13.2014.12053

Palavras-chave:

Instituições de previdência social, Produção de habitação, Atuação de engenheiros e arquitetos, Arquitetura e urbanismo modernos

Resumo

Profissionais vinculados às Caixas e Institutos de Aposentadoria e Pensões (CAPs/IAPs) se mostraram engajados em pensar e pôr em prática soluções espaciais, plástico-formais e tecnológicas para a moradia urbana no Brasil, entre as décadas de 1930 e 1960. Grande parte desse  corpo técnico tem sua trajetória e atuação pouco conhecida, especialmente no Nordeste do país. O artigo objetiva contribuir para a discussão sobre a inserção profissional desses projetistas no plano institucional e na introdução de inovações na habitação, exemplificando a contribuição de arquitetos e ”“ sobretudo ”“ engenheiros que atuaram junto a esses órgãos em Salvador, Recife, São Luiz, Teresina, Fortaleza, João Pessoa e, mais especificamente, em Natal, nos anos 1940-1960. Dessa forma, busca-se ampliar as análises destes agentes na consolidação da arquitetura moderna no Brasil e dar elementos para o reconhecimento e debate sobre o valor patrimonial dessa produção. Baseia-se em dados dos processos de financiamento arquivados nas agências regionais do INSS, registros do CREA, revistas e legislação da época, além de estudos e materiais iconográficos publicados sobre os personagens. Um levantamento inicial permitiu identificar mais de duzentos nomes. Esses estavam envolvidos na concepção, avaliação e fiscalização de projetos  e obras, parte dos quais demonstra a tradução de aspectos do ideário moderno na forma edificada. Concentrados nos escritórios de Recife e Salvador encontram-se dentre eles ícones do modernismo reconhecidos nacionalmente, além  de figuras pouco ou ”“ possivelmente ”“ jamais mencionadas na historiografia. Aventa-se que sua circulação (e de suas ideias) entre estados e regiões foi favorecida pelo modo de estruturação organizacional das CAPs/IAPs e das ações imobiliárias que realizaram. Destaca-se, portanto, a relevante contribuição destes corpos técnicos para a consolidação do repertório modernista na arquitetura no Nordeste e aponta-se para a re-constituição das trajetórias daqueles profissionais como perspectiva de continuidade das pesquisas que fundamentaram este trabalho.

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Biografia do Autor

Caliane Christie Oliveira de Almeida, Universidade de São Paulo

Pós-doutoranda do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (IAU-USP), bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e pesquisadora do Grupo de Pesquisa História da Cidade, do Urbanismo e do Território (HCURB), do Departamento de Arquitetura daUniversidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Possui graduação em Arquitetura e Urbanismopela UFRN, mestrado em Arquitetura e Urbanismo pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESCUSP)e doutorado em Arquitetura e Urbanismo pelo IAU-USP.

Luiza Maria Medeiros de Lima, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Mestranda do Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Arquiteta e urbanista pela mesma universidade, integra o Grupo de Pesquisa História da Cidade, do Território e do Urbanismo (HCUrb) desde 2007. Exerceu o cargo de chefe de divisãotécnica na Superintendência do Iphan no Rio Grande do Norte entre 2012 e 2013.

Ângela Lúcia Ferreira

Arquiteta pela Universidade de Brasília, Doutora em Geografia pela Universitat de Barcelona/Espanha e com estágio pós-doutoral na Universidad de Murcia e Universitat de Barcelona.

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Como Citar

Almeida, C. C. O. de, Lima, L. M. M. de, & Ferreira, Ângela L. (2014). O corpo técnico das CAPs e IAPs e a inserção de inovações na moradia urbana (Nordeste, décadas de 1940-1960). Paranoá, 7(13), 111–120. https://doi.org/10.18830/issn.1679-0944.n13.2014.12053

Edição

Seção

Teoria, História e Crítica