Museologia das Encruzilhadas

uma proposta de inclusão das epistemes afrodiaspóricas nos espaços museais

Autores

  • Diogo Jorge de Melo UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
  • Priscila Faulhaber Barbosa Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e do Museu de Astronomia e Ciências Afins

DOI:

https://doi.org/10.26512/museologia.v10i20.33962

Palavras-chave:

Museu, Museologia, Decolonialismo, Diáspora Africana, Epistemes

Resumo

Esse trabalho se constitui em uma crítica da colonialidade, onde o conceito de inclusão é aproximado da área da Museologia e dos museus, interligando-os as perspectivas afrodiaspóricas. Como a compreensão de Exu e seus princípios, que são as bases para a composição da Pedagogia das Encruzilhadas e da Museologia das Encruzilhadas. Proposições que nos permitem deslumbrar a diversidade epistêmica existente no mundo e a possibilidade de interposições em perspectivas de cruzo, que possibilitam pensar novas relações, como a inclusão desta diversidade epistêmica e a compreensão da possibilidade de reconhecimento de distintos espaços museais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Diogo Jorge de Melo, UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

Professor da Universidade Federal do Pará, Doutor em Museologia e Patrimônio pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e Museu de Astronomia e Ciências Afins e em Ensino e História de Ciências da Terra pela Unicamp.

Priscila Faulhaber Barbosa, Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e do Museu de Astronomia e Ciências Afins

Pesquisadora Titular do Museu de Astronomia e Ciências Afins e professora do Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e do Museu de Astronomia e Ciências Afins

Referências

CAPUTO, Stela Guedes. Educação nos terreiros: e como a escola se relaciona com crianças de candomblé. Rio de Janeiro: Pallas, 2012.

CHAGAS, Mario de Souza. A imaginação museal: museu, memória e poder em Gustavo Barroso, Gilberto Freyre e Darcy Ribeiro. Tese de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade estadual do Rio de Janeiro, 2003.

CHAGAS, Mario de Souza. Museu, Memória, criatividade de mudança social. In: GOBIRA, Pablo; ROLLA, Marco Paulo; SILVEIRA, Yuri Simon da; LEMOS, Flávia (Orgs.). Refletindo sobre a Cultura: Política Cultural, memória universidade: publicação do Programa Institucional de Extensão em direitos à produção e ao acesso à arte e à Cultura. Belo Horizonte: EdUEMG, 2017.

CHAGAS, Mario; GOUVEIA, Inês. Museologia social: reflexões e práticas (Ã guisa de apresentação). Cadernos do CEOM, ano 27, n.41, 2014, p.9-22.

CLIFFORD, James. Museum as contact zones. In: CLIFFORD, James. Routes. Travels and translation in the late Twentieth Century. Cambridge: Harvard University Press, 1997. p. 188-219.

CRUZ JUNIOR, Eurípedes Gomes da. Museu de Imagens do Inconsciente: das coleções da loucura aos desafios contemporâneos. Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio UNIRIO e MAST, 2009.

DOMINGUES, Ângela. Para um melhor conhecimento dos domínios coloniais: a constituição de redes de informação no Império português em finais do Setecentos. História, Ciência, Saúde, Manguinhos, v.8 (suplemento), 2001, p.823-838.

DUSSEL, Enrique. Anti-meditaciones cartesianas: sobre el origen del anti-discurso filosófico de la modernidad. Tabula Rasa, v. 9, p. 153-197, 2008.

FERRETTI, Sérgio. Repensando o Sincretismo. São Paulo: Edusp, Arché Editora, 2013.

FOUCAULT, Michel. Arqueologia do Saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.

GABANI, Michelle Suzana de Almeida; SERBENA, Carlos Augusto. Exu: um trickster solto no “terreiro” psíquico. Revista Relegens Thréskeia: estudos e pesquisa em religião, v.4, n.2, 2015.

GILROY, Paul. O Atlântico negro: modernidade e dupla consciência. São Paulo: Ed. 34; Rio de Janeiro: Universidade Cândido Mendes e Centro de Estudos Afro-Asiáticos, 2012.

GOMES, Alexandre Oliveira. Museus indígenas, mobilizações étnicas e cosmopolíticas da memória: um estudo antropológico. Tese de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal de Pernambuco, 2019.

GROSFOGUEL, Ramón. A estrutura do conhecimento nas universidades ocidentalizadas: racismo/sexismo epistêmico e os quatro genocídios / epistemicídios do longo século XVI. Sociedade e Estado, v. 31, n. 1, 2016, p. 25-49.

HEIDEGGER, Martin. Ser e Tempo. Petrópolis (RJ): Vozes; Bragança Paulista (SP): Editora Universitária de São Francisco, 2008 (Coleção Pensamento Humano).

HOBSBAWN, Eric; RANGER, Terence (Org.). A invenção das Tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.

MELO, Diogo Jorge de. Festas de encantarias: as religiões afro-diaspóricas e afro-amazônicas, um olhar fratrimonial em Museologia. Tese de Doutorado do Programa de Põs-Graduação em Museologia e Patrimônio da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e Museu de Astronomia e Ciências Afins, 2020.

MELO, Diogo Jorge de; ADRIANO, Luciane. Belas, recatadas e do lar, mas a sua casa não tem porta nem janela: simbologias e narrativas visuais e cantadas das pombagiras. In: Actas de las XIV Jornadas Nacionales de Historia de las Mujeres y IX Congreso Iberoamericano de Estudios de Género. Mar del Plata: Universidad Nacional de Mar del Plata, 2019.

MORAIS, Silvilene de Barros Ribeiro. Museu de Ciência: diálogo com a diferença. Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2013.

MOUTINHO, Mario. Sobre o conceito de Museologia Social. Cadernos de Sociomuseologia, n.1, 1993, p.7-9.

MUNANGA, Kabengele. Origens africanas do Brasil contemporâneo: histórias, línguas, culturas e civilizações. São Paulo: Global, 2009.

PARÉS, Luis Nicolau. A formação do Candomblé: história e ritual da nação jeje na Bahia. Campinas, SP.: Editora da unicamp, 2007.

PARÉS, Luis Nicolau. O rei, o pai e a morte: a religião vodum na antiga costa dos escravos na África Ocidental. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

PRANDI, Reginaldo. De africano a afro-brasileiro: etnia, identidade, religião. Revista USP, n.46, 2000, p.52-65.

PRANDI, Reginaldo. Mitologia dos Orixás. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

PRATT, Mary Louise. Os olhos do império: relatos de viagem e transculturação. Bauru, SP: Editora da Universidade do Sagrado Coração, 1999

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade, poder, globalização e democracia. Novos Rumos, v.17, n.37, 2002, p. 4-28.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, Eurocentrismo e América Latina. In: A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales, 2005. Disponível em http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/clacso/sur-sur/20100624103322/12_Quijano.pdf.

RUFINO, Luiz. Exu e a pedagogia das encruzilhadas. Tese (doutorado) da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Faculdade de Educação, 2017.

RUFINO, Luiz. Exu e a pedagogia das encruzilhadas. Rio de Janeiro: Mórula Editorial, 2019.

SANTOS, Juana Elbein dos. Os nà go e a morte: pà de, à sèsè e o culto de Égun na Bahia. Petrópolis, RJ: Ed. Vozes, 2012.

SANTOS, Mônica Pereira dos. Inclusão. In: SANTOS, Mônica Pereira dos et al. (Orgs). Inclusão em Educação: diferentes interfaces. Curitiba: Editora CRV, 2009, p.9-22.

SCHEINER, Teresa Cristina. Apolo e dionísio no templo das musas: museu: gênese, idéia e representações na cultura ocidental. Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1998, 164p.

SILVA, Vagner Gonçalves da. Intolerância religiosa: impactos do neopentecostalismo no campo religioso afro-brasileiro. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2015.

SIMAS, Luiz Antonio; RUFINO, Luiz. Fogo no Mato: A ciência encantada das macumbas. Rio de Janeiro: Mórula, 2018.

SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2010.

SODRÉ, Muniz. O terreiro e a cidade. Petrópolis, RJ: Vozes, 1988.

SODRÉ, Muniz. Samba, o dono do corpo. Rio de Janeiro: Ed. Mauad, 1998.

SODRÉ, Muniz. Claros e Escuros: identidade, povo, mídia e cotas no Brasil. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015.

SODRÉ, Muniz. Pensar Nagô. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2017.

VERGER, Pierre Fatumbi. Orixás: deuses iorubas na África e no Novo Mundo. Salvador: Corrupio, Círculo do Livro, 1981.

Downloads

Publicado

2021-11-04

Como Citar

Jorge de Melo, D. ., & Faulhaber Barbosa, P. . (2021). Museologia das Encruzilhadas: uma proposta de inclusão das epistemes afrodiaspóricas nos espaços museais. Museologia & Interdisciplinaridade, 10(20), 65–81. https://doi.org/10.26512/museologia.v10i20.33962

Edição

Seção

Dossiê Inclusão em Museus e Diversidade: conceitos, políticas e práticas